CBF adiou convocação da seleção por 'prudência' em relação a times ingleses
A decisão da CBF de marcar para 24 de setembro a convocação da seleção brasileira para as partidas de outubro pelas Eliminatórias tem a ver com uma estratégia para evitar surpresas de última hora. Na entidade, ninguém quer reviver o imbróglio no qual os jogadores dos clubes ingleses estiveram no centro: nove deles inicialmente foram chamados por Tite para os últimos três jogos, mas não foram liberados. O mesmo aconteceu posteriormente com o Claudinho e Malcom, do Zenit, da Rússia.
Para os jogos do mês que vem, a ideia inicial era fazer a convocação amanhã (17). Mas em conversa com o presidente em exercício, Ednaldo Rodrigues, o coordenador da seleção, Juninho Paulista, citou que seria prudente aguardar mais alguns dias para tornar a lista pública, já que nesta semana há reuniões importantes entre a Fifa e o governo do Reino Unido em busca de um acerto para que os jogadores viagem a seus países e retornem ao solo inglês sem tanta burocracia relacionada à pandemia.
Após a conversa com Juninho, Ednaldo concordou que o melhor mesmo era "fazer uma convocação correta, sabendo o que está fazendo", segundo o UOL Esporte apurou. O presidente da entidade ainda defende "uma convocação em que não precise fazer modificações".
A CBF tem expectativa de um cenário mais claro até sábado (18). Domingo (19), é a data limite para enviar à Fifa e aos clubes a convocação dos jogadores que Tite espera contar nas partidas contra Venezuela, Colômbia e Uruguai.
A comissão técnica também jogou a convocação para dia 24 com o intuito de ganhar um pouco mais de tempo para observação dos jogadores, já que o intervalo desde a data Fifa foi relativamente curto.
Ainda que no fim de semana seja enviada a lista larga para a Fifa e os clubes, a confirmação definitiva de convocação virá por outro meio.
O regulamento da Fifa para as Eliminatórias prevê que a CBF tem de enviar passagens aos jogadores chamados até dez dias antes da data de apresentação. Esse limite é justamente no dia 24, quando a lista será tornada pública. Quem por acaso estiver na lista larga e não receber passagem, fica na relação de suplentes — aqueles de sobreaviso, caso haja necessidade de substituição rápida de algum jogador na data Fifa.
A CBF deve receber hoje um retorno da Fifa sobre a reunião de ontem (15) com a Premier League. Amanhã (17), está previsto o papo da entidade com o governo britânico.
Em comunicado publicado na semana passada, a Fifa citou que há "sinais positivos e um diálogo construtivo" com as autoridades. A entidade ainda colocou a desistência do pedido de punição aos clubes ingleses por parte de Brasil, Chile, México e Paraguai como um "sinal de boa-fé, boa vontade e cooperação". O regulamento dá a prerrogativa às associações nacionais de "apertar um gatilho" e aplicar suspensão de cinco dias aos atletas que forem proibidos pelos clubes de defenderem suas seleções na data Fifa.
A Fifa ainda contou que em 8 de setembro mandou ao governo britânico uma carta conjunta, ao lado da própria Premier League e da Football Association (a CBF da Inglaterra). Pela descrição da Fifa, as autoridades estariam "abertas para achar uma solução razoável".
Entre os jogadores, há otimismo. O estafe de alguns dos que atuam na Inglaterra enxergam um caminho aberto para o entendimento.
"Infelizmente, por alguns motivos não pudemos estar presentes na convocação passada. Mas depois dessa ameaça da Fifa de punir os jogadores, foi importante terem se entendido, deixado a gente jogar. Acho que a relação clube-seleção é boa. A gente quer que haja uma solução, que a agente possa jogar sem problema ", disse o volante Fabinho, do Liverpool, à TNT Sports, após a vitória sobre o Milan, pela Liga dos Campeões.
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