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Agente cobra R$ 4,45 milhões do Corinthians na Justiça por venda de Arana

Guilherme Arana em sua passagem pelo Corinthians - Miguel Schincariol/Getty Images
Guilherme Arana em sua passagem pelo Corinthians Imagem: Miguel Schincariol/Getty Images

Ricardo Perrone, Thiago Braga e Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

17/09/2021 04h00

O Corinthians vendeu Guilherme Arana ao Sevilla em dezembro de 2017, mas a negociação segue sendo assunto no clube do Parque São Jorge. Na semana passada, o empresário Nilson Moura entrou com ação na Justiça cobrando o pagamento de R$ 4,45 milhões devidos pelo Alvinegro pela transação com os espanhóis.

Na época, Nilson Moura atuava em parceria com a Elenko Sports — do empresário Fernando Garcia. A dupla detinha 60% dos direitos do atleta, enquanto o Corinthians era dono de 40% da fatia. No acordo de venda aos europeus, o Timão se comprometeu a pagar uma comissão ao empresário no valor de de 739 mil euros (cerca de R$ 4,57 milhões nos valores de hoje).

O clube, no entanto, arcou apenas R$ 300 mil do débito e, mais recentemente, no dia 27 de abril deste ano, o presidente Duilio Monteiro Alves assinou um documento reconhecendo a dívida com o agente no valor de R$ 4,13 milhões.

Neste acordo, o Corinthians se comprometeu a arcar com a dívida da seguinte forma:

  • 1 parcela de R$ 135.456,35 até o fim de maio de 2021;
  • 6 parcelas de R$ 100.000,00 de junho a novembro de 2021;
  • 1 parcela R$ 400.000,00 em dezembro de 2021;
  • 24 parcelas de R$ 125.000,00 de janeiro de 2022 a dezembro de 2023.

O clube do Parque São Jorge, no entanto, não pagou nenhuma parcela e ficou inadimplente no acordo. O empresário, então, foi à Justiça cobrar o recebimento dos termos acertados em contrato e pediu o acréscimo de multa de 5% em cima do valor total e correção monetária, registrando a soma de R$ 4.455.202,17.

O pedido será analisado e julgado na 12ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo. Nas próximas semanas, a Justiça deve se pronunciar sobre o caso.

Com uma dívida que ultrapassa os R$ 900 milhões de reais, sem contar o débito com a Caixa Econômica Federal pelo financiamento da Neo Química Arena, o Corinthians iniciou o ano com a promessa de que enxugaria os gastos.

Só nesta temporada o time abriu mão de jogadores como Jemerson, Ramiro, Camacho, Casares, Otero e Boselli, entre outros, que não eram muito aproveitados, justamente para reduzir sua folha salarial, que caiu de R$ 14 milhões para R$ 10,4 milhões aproximadamente.

Mas com o time em fase instável no Campeonato Brasileiro, e com a possibilidade de contratar jogadores sem custos de direitos econômicos, o Timão foi ao mercado e anunciou as contratações de Giuliano, Renato Augusto, Roger Guedes e Willian, mais João Pedro, que chega por empréstimo.

O Corinthians vai pagar a Giuliano, Renato Augusto, Roger Guedes e Willian o teto salarial do clube, por volta de R$ 700 mil mensais. Neste valor não estão incluídas luvas, uma espécie de premiação dada ao atleta na assinatura do vínculo, mas que é diluída no tempo de contrato para que o clube não tenha de arcar com esse valor de uma vez.

O clube do Parque São Jorge deve R$ 138,21 milhões com obrigações tributárias e encargos sociais e fiscais. O número engloba recolhimento de Imposto de Renda, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e Férias. Ao todo, a dívida total do Timão no mercado é de R$ 956,9 milhões.

Assim o Corinthians faz a aposta que a maioria dos clubes brasileiros faz: fortalece o time na tentativa de amealhar mais premiações em dinheiro, classificações para torneios, eventualmente títulos e, com isso, gerar um aumento nas receitas do clube.

O Corinthians foi questionado pelo UOL Esporte se reconhece o valor cobrado por Nilson Moura, mas até a publicação desta matéria não se pronunciou. Assim que o clube o fizer, a reportagem será atualizada. O empresário envolvido na negociação com Guilherme Arana, que hoje joga no Atlético-MG, também foi procurado, mas não quis comentar o caso.

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