Marcos compara gol de B. Lopes com pênalti de Zapata: 'Emoção Igualzinha'
Duas décadas depois de ser protagonista na conquista do primeiro título de Libertadores do Palmeiras, o ex-goleiro Marcos teve que assistir de seu sofá a luta do alviverde pelo bi, diante do Santos, no Maracanã. Apesar da disparidade de atmosfera entre o Palestra Itália lotado e seu apartamento, o ídolo diz que a emoção durante os dois momentos foi 'igualzinha'.
"Eu já estava me preparando emocionalmente para a prorrogação, quando nos acréscimos o Rony cruzou na área do Santos, e o Breno Lopes fez o gol do título. Velho, sendo sincero, a emoção da cabeçada do Breno Lopes foi igualzinha à do pênalti perdido pelo Zapata. Igualzinha! Foi bom demais, velho! Uma pena que não havia para onde correr dentro do meu apartamento", relembra o goleiro em entrevista para o The Players Tribune.
Atual campeão da Libertadores, em 1999 o Palmeiras ainda buscava chegar ao topo do continente pela primeira vez. No início daquela temporada, o goleiro titular da equipe de Luiz Felipe Scolari era Velloso. Porém, após o veterano sofrer uma lesão no pé em um rachão, o jovem Marcos assumiria a posição.
Em poucos meses, o garoto natural de Oriente, no interior de São Paulo, iria de reserva a São Marcos. Com atuações marcantes durante a Libertadores, especialmente nas quartas, diante do rival Corinthians, e nas semifinais, diante do River Plate, ele iniciaria sua caminhada em direção à idolatria.
A final da Libertadores de 1999 foi definida apenas na disputa por pênaltis. Após o colombiano Zapata desperdiçar a quinta cobrança do Deportivo Cali, dentro do Palestra Itália, Marcos e seus companheiros puderam comemorar o título inédito.
"Quando o Zapata chutou pra fora o último pênalti, a euforia tomou conta do meu corpo. Corri para me jogar no meio da torcida, mas ainda bem que eu lembrei a tempo que existia um fosso entre a arquibancada e o gramado do Palestra Itália", brinca o ídolo do Palmeiras.
O penta e as noites de raiva
Marcos não ficaria restrito a dar alegria a palmeirenses: em 2002, ele fez parte do elenco que conquistou o penta da Copa do Mundo pela seleção brasileira. O goleiro, que "não admitia perder", relembra treinamentos com Ronaldo Fenômeno durante a preparação para o mundial:
"Se eu fosse treinar pênalti com o Ronaldo, e ele convertesse mais cobranças do que eu defendesse, eu ficava maluco! E era o Fenômeno, hein? Mas para mim não importava. Eu não conseguia dormir à noite de tanta raiva".
O emprego mais rápido do mundo
Durante a entrevista, o pentacampeão ainda relembra trabalhos que teve durante sua infância e adolescência. Antes mesmo de se destacar no futebol, Marcos conta que já "deveria estar no Guinness Book". O icônico camisa 12 revela que teve "o emprego mais rápido do mundo" -- que durou apenas três horas.
"Cheguei na fábrica de móveis, e a primeira instrução do patrão foi: 'Leva aquele pó de serra lá pra fora'. Velho, fui ver o tal do pó e… era uma montanha de pó de serra! 'Onde fica o carrinho de mão?', perguntei. A resposta não foi muito animadora: 'Não tem carrinho de mão, você tem que colocar no balaio'. Eu olhei para o pó de serra. Depois para o balaio. E finalmente disse ao chefe, na maior cara de pau: 'Ah, eu tenho alergia'. 'Quem tem alergia não pode trabalhar em uma fábrica de móveis'", revive a história o ídolo alviverde.
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