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Onde é o problema? Números mostram que SPFC ainda briga, mas falha na área

Hernán Crespo, técnico do São Paulo, em treino no CT da Barra Funda - Fellipe Lucena / saopaulofc
Hernán Crespo, técnico do São Paulo, em treino no CT da Barra Funda Imagem: Fellipe Lucena / saopaulofc

Eder Traskini

Do UOL, em Santos (SP)

17/09/2021 12h00

Desde o título estadual, o São Paulo de Hernán Crespo caiu de rendimento e vem encontrando dificuldades para recuperar o bom futebol. No entanto, dentre tantos problemas apontados por parte da torcida, um parece não proceder quando olhamos para os números do time nesta fase de agonia: contrariando a imagem de que teria perdido combatividade, o Tricolor paulista tem a mesma proporção de antes tanto em duelos ganhos quanto em desarmes.

Segundo números do "Sofascore" nos últimos 13 jogos do São Paulo, desde o acachapante 5 a 1 para o Flamengo no Maracanã, os números "defensivos" — ou da fase sem bola do jogo — seguem estáveis nas vitórias e nas derrotas. Durante o período, o Tricolor paulista venceu cinco partidas, empatou quatro e perdeu outros quatro.

O time de Hernán Crespo teve, em média, 50 duelos ganhos por jogo com variação em 62, na vitória contra o Sport, e 36, na vitória sobre o Vasco, no Rio de Janeiro. Anteontem (15), foram 38 duelos ganhos diante do Fortaleza, mas 54 na derrota anterior, contra o Fluminense.

O número de desarmes do time até aumentou se considerarmos o período após a eliminação da Copa Libertadores. A média nos últimos 13 jogos ficou em 16 desarmes, mas subiu de 15 para 17 por jogo a partir da derrota para o Palmeiras no torneio continental.

Depois da eliminação da Copa do Brasil para o Fortaleza, Crespo lamentou a impressão de parte da torcida de um "time sem vontade" e disse que a eliminação "dói ainda mais" por isso.

Com números estáveis, cresce a relevância dos erros individuais nos resultados ruins recentes do Tricolor paulista. Na Arena Castelão, por exemplo, Benítez vacila ao perder a bola na saída de jogo e Volpi não consegue parar o chute forte de Ronald no primeiro gol, enquanto no segundo o mesmo Volpi sai mal do gol e dá opção do cruzamento achar Henríquez sozinho e sem goleiro para cabecear.

Criação, porém, cai de produção

Se tem um setor que as estatísticas mostram que caiu de produção desde a eliminação da Copa Libertadores foi o da criação de jogo. Daquela partida contra o Flamengo até o duelo que precedeu a queda para o Palmeiras, o São Paulo tinha média de 15 chutes ao gol por jogo, sendo dez deles de dentro da área do adversário. Dentro do período, o time de Crespo venceu quatro jogos, empatou dois (ambos com o Palmeiras) e perdeu para o rubro-negro carioca.

No entanto, desde a partida que eliminou o Tricolor paulista da Libertadores, o número caiu drasticamente: são 8,8 chutes pro jogo e somente 5,5 de dentro da área, praticamente metade do que conseguia antes.

Com a dificuldade para penetrar na área, o time de Hernán Crespo tem apelado para os cruzamentos. O Tricolor aumentou a média de cruzamentos por jogo de 18 para 21 desde a eliminação na Libertadores. O número de gols também caiu: de média de 1,5 por jogo entre o 5 a 1 para o Flamengo e o jogo antes da eliminação para somente um por partida desde a derrota por 3 a 0 para o rival Palmeiras.

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