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Libertadores - 2021

Dinheiro e base: jornal argentino explica domínio brasileiro no continente

Felipe Melo, do Palmeiras, levanta a taça de campeão da Copa Libertadores 2020 - Ricardo Moraes/Getty Images
Felipe Melo, do Palmeiras, levanta a taça de campeão da Copa Libertadores 2020 Imagem: Ricardo Moraes/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/09/2021 12h03

Com três brasileiros - Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras - nas semifinais da Copa Libertadores da América e outros dois - Red Bull Bragantino e Athletico Paranaense - na mesma fase da Copa Sul-americana, a publicação argentina "Clarín" fez uma extensa reportagem para tentar entender o domínio verde-amarelo no continente e destacou que o dinheiro e as categorias de base são os principais fatores que explicam a recente hegemonia do país.

O jornal ressalta que os clubes brasileiros tem apostado na volta de grandes jogadores da Europa e também no "surgimento inesgotável" de talentos das categorias de base para brigarem ano após ano pelos principais títulos do continente.

"O futebol brasileiro volta à luta na Copa Libertadores apoiado por um binômio invencível - dinheiro e divisões de base - que permitiu ao país solidificar um domínio continental que deixa seus rivais cada vez mais longe no espelho retrovisor", diz o texto do Clarín.

"O retorno de craques da Europa e o surgimento inesgotável de talentos abrem as portas para que um clube de verde-amarelo conquiste o terceiro título consecutivo no principal campeonato de clubes da América, depois das taças conquistadas pelo Flamengo, em 2019 e pelo Palmeiras, em 2020", continua a reportagem.

O "Clarín" ainda destaca que o futebol brasileiro estabeleceu um novo recorde na Copa Libertadores ao colocar três equipes nas semifinais, o que não acontecia desde o início da competição, em 1960. O jornal argentino ainda destaca a grande possibilidade de uma segunda final brasileira consecutiva, já que Palmeiras e Santos decidiram a edição passada.

Poderio financeiro e sustento na base

A publicação argentina destaca que a diferença de dinheiro arrecadado pelos clubes brasileiros em relação aos principais concorrentes no continente lhes permite "roubar" grandes revelações dos campeonatos dos países vizinhos ou trazer craques de volta da Europa. Segundo o "Clarín", são 18 jogadores nessa condição em Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo

"O poder econômico, apesar de boa parte dos clubes terem dívidas milionárias - aconteceu com Dani Alves, que acabou de sair de São Paulo por esse motivo -, permite que adquiram jogadores de seleções ou jóias emergentes da América do Sul, muitas vezes revendidas a maior preço para a Europa", destaca o Clarín.

"Às promessas 'roubadas' de países vizinhos ou de futebolistas maduros - entre os três semifinalistas têm 18 internacionais ou com um passado distinto nas seleções - é acrescentado o material da casa", continua.

Por fim, o Clarín destaca que o Brasil é o maior exportador de jogadores de futebol, de acordo com o Observatório do Futebol CIES e cita os jogadores jovens dos semifinalistas brasileiros como um ponto de sustentação das equipes.

"O Palmeiras conquistou seu título de 2020 com jovens como Gabriel Menino, Danilo ou Patrick de Paula. O Atlético-MG tem o lateral campeão olímpico Guilherme Arana e o volante Nathan, e o 'Mengão', Pedro", diz a matéria.