Goleador na base do São Paulo joga Série A2 no RS: "Faltou oportunidade"
Entre 2015 e 2016, o primeiro nome na fila das promessas do São Paulo a ser utilizado parecia ser o de Joanderson. Cria de Cotia, ele foi artilheiro do time na Copa do Brasil Sub-20 e na Copa Ipiranga. Repetindo boas atuações, o centroavante até foi chamado para treinos no principal, mas nunca foi utilizado. Hoje defendendo o Passo Fundo, que disputa a Série A2 do Campeonato Gaúcho, aos 25 anos, recordou tudo que não aconteceu em entrevista ao UOL Esporte.
"Com certeza faltou oportunidade. Não tive nenhuma, na verdade. Não fiz nenhum jogo no profissional", contou Joanderson. "Um jogador que está performando como eu estava deveria ter uma chance lá em cima. Hoje vemos vários garotos de Cotia tendo oportunidades. Na minha época era diferente. Fiz toda minha base lá, sempre tive destaque, estava preparado para ter chances, vivendo um bom momento com gols e títulos. Mas não foi o que aconteceu", recordou o jogador que hoje tem 25 anos.
Na época, Joanderson tinha 19 e foi chamado pelo técnico Edgardo Bauza para treinos na equipe de cima. Mas não houve um minuto sequer em campo —Bauza, mesmo, não completou nem nove meses no cargo. Até que, em abril de 2016, a alternativa para jogar foi sair do clube.
O Cruzeiro foi o destino, em troca do também jovem Tom Furtado, que da mesma forma que Joanderson jamais jogou o principal do São Paulo e hoje atua no futebol português. Na época da negociação, a direção do São Paulo citou a necessidade de ganhar experiência e as lesões como razões para falta de chances.
"Minha saída do São Paulo foi justamente pela falta de oportunidades. Passei metade da minha vida dentro do clube, saí por um período, acabei retornando, tive momentos marcantes com títulos do sub-20, artilharias, mas mesmo assim não foi suficiente para ter chance no profissional. No último ano de sub-20, precisei buscar novos ares. Acabei emprestado algumas vezes", disse.
Ainda assim as recordações do São Paulo são boas. "Tenho as melhores lembranças possíveis. O clube me formou como jogador e como homem, tive bom ensinamento escolar, e fica minha eterna gratidão", lembra.
Amigos na Europa
Joanderson se sentia o primeiro de uma fila que acabou alterada. Enquanto sua rotina virou empréstimos para clubes do Brasil, dois parceiros da época de São Paulo chegaram longe. David Neres, hoje no Ajax, da Holanda, e Luiz Araújo, do Atlanta United, dos Estados Unidos, ainda mantém contato com ele.
"São meus amigos, mantenho contato até hoje, a gente foi muito feliz jogando juntos e hoje torço pelo sucesso deles", falou.
Dpois de não ter o tratamento esperado no São Paulo, Joanderson rodou bastante. Esteve no Cruzeiro e debutou em times principais jogando pelo Inter, em 2017. No Colorado, foi destaque na conquista do Brasileiro de Aspirantes.
"Passei por diversos lugares, tive oportunidade de fazer meu primeiro jogo profissional no Inter, tenho um carinho enorme pelo clube, realizei um sonho de menino que era jogar profissionalmente. Mas o futebol tem momentos em que as coisas não dão certo. Sempre dei meu melhor, sempre saí de cabeça erguida de todos os lugares", comentou.
Na carreira ainda tem o Grêmio, o Atlético-GO, o Criciúma, o Gainare Tottori, do Japão, o Sampaio Corrêa, e agora o Passo Fundo, que disputa a Série A2 do Campeonato Gaúcho.
"Minha base foi muito boa e acabou se criando essa expectativa que eu estaria atuando em grandes clubes, na Europa, e com certeza potencial para isso eu tenho. Infelizmente as coisas não caminharam da forma que deveriam. Tive até oportunidade de jogar na Europa, mas infelizmente houve pessoas que dificultaram minha ida. Não guardo mágoa de ninguém. Sigo trabalhando e tenho certeza que, com trabalho, se pode alcançar os objetivos", opinou.
E o futuro...
Com contrato até o fim do ano no interior gaúcho, Joanderson não faz planos a longo prazo. Depois de passar pelo Japão e romper vínculo em razão da pandemia e atuar também no Sampaio Correa, o clube do Rio Grande do Sul surgiu como alternativa de se reposicionar no mundo da bola.
"O Passo Fundo é um clube sério, correto e tem uma camisa forte no Estado. Eu conheço bem o futebol gaúcho, joguei a Terceirona (cujo nome oficial é Segunda Divisão, última divisão do futebol gaúcho) pelo Inter (time B) e é uma competição um pouco mais difícil que a Divisão de Acesso. Espero poder conquistar meus objetivos e ajudar o clube a retomar na competição, de repente uma classificação ou brigar pelo acesso. Depois sair daqui com meu trabalho bem feito. Tenho dois meses de contrato e depois vamos ver quais os planos para próxima temporada", disse.
"Hoje eu só penso em fazer meu trabalho bem feito aqui no Passo Fundo", finalizou.
Com 11 pontos, o time de Joanderson é o lanterna no grupo A da Série A2 do Gauchão. No entanto, está apenas três pontos do último na linha de classificação para a próxima fase. Seu próximo jogo é no sábado (2), contra o União Frederiquense, líder do grupo.
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