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Escudo do Flamengo chegou a ter dezenas de aplicações erradas, diz designer

Do UOL, em São Paulo

30/09/2021 15h30

O Flamengo passou por mudanças em todas as áreas nos últimos anos, passando pela gestão, o nível do elenco e até mesmo a identidade visual, que há três anos passou por alterações depois que se constatou que havia diversas aplicações que fugiam do padrão original do clube, o que levou a um processo de renovação da marca.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira não programa Dividida, do Canal UOL, o designer Glauco Diógenes explica como ocorreram as mudanças, fala da iniciativa de Antonio Tabet, roteirista e humorista que foi vice-presidente de comunicações do clube na gestão anterior e explica por que acha que a reestilização feita pelo clube rubro-negro pode ser considerada um modelo para os padrões brasileiros.

"Eu tive a oportunidade de falar com o Antonio naquela época, era algo que ele já queria mudar há muito tempo e era travado, só que do ponto de vista, como você falou, à boca pequena a coisa era feita à revelia. Por que? O que acontece? Nesses processos que tem de padronização de arquivo, se você não tem o chamado guardião de marca, o cara que vai cuidar da tua marca dentro da tua instituição, 'ah pega lá qualquer um', o cara manda o logo em word, por exemplo, que não é nem o formato adequado, para o fornecedor", explica Glauco.

"Toda vez que eles trocavam de fornecedor, nessa troca, geralmente a cisão não era a mais amigável possível e o pessoal que trabalhou durante 5, 3, 6, enfim, o tempo que ficou produzindo aquele material para o clube, não disponibilizava os arquivos de volta. Então, invariavelmente, quando se chegava alguém para fazer o trabalho para o clube, você tinha que recorrer a uma pessoa lá dentro, de algum departamento, que não era especializada e ela dava versões das mais variadas, então, o escudo do Flamengo chegou a ter dezenas de variáveis de aplicações e todas elas erradas", completa.

O designer explica que o problema era a falta de um arquivo vetorial e que as mudanças implementadas pelo Flamengo fazem com que, qualquer que for a marca que vier a fornecer o uniforme do clube no caso de saída da atual Adidas, o clube não correrá mais o risco de ver seu escudo fora do padrão, devido à adoção de padrões a serem seguidos.

"Realmente o trabalho é de classe mundial, porque eles pegam todo o processo de estudar os últimos 10 anos para trás do que tinha sido feito, vão fazendo uma seleção natural e aí vem um processo muito técnico de modernização, mas também de preservação da ancestralidade do clube, que no primeiro momento também, para variar, causou irritação do pessoal mais conservador, menos entendido do assunto, mas que depois se provou muito eficaz", explica.

"Quando vai chegar um fornecedor hoje para fazer, sei lá, pode ser que a Adidas saia amanhã do Flamengo e vem outro fornecedor, o fornecedor chega e ele recebe um pack na mão de tudo o que ele pode e de tudo o que ele não pode usar, Quais são as cores alternativas, quais são as cores proibitivas, se eu posso rotacionar ou não o escudo, então tudo isso aí garante e preserva o patrimônio. O escudo do time é um diamante, é uma grande joia que tem que ser cuidado com o máximo carinho. Então esse trabalho do Flamengo para mim é um dos melhores trabalhos que foram feitos nos últimos anos", conclui.

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