Palmeiras: Veiga, Scarpa ou os dois? Números mostram vantagens conflitantes
No empate contra o Juventude em 1 a 1, no domingo (3), Abel Ferreira deu descanso a Raphael Veiga, que vem sendo titular nos jogos mais importantes do time, e escalou Gustavo Scarpa na armação das jogadas.
Scarpa não se fez de rogado e, mais uma vez, foi decisivo para o Palmeiras, concedendo sua 17ª assistência na temporada, ampliando para 24 o número de participações suas em gols da equipe. O titular Veiga, que é o artilheiro da equipe com 11 gols, fez cinco assistências, totalizando 16 participações.
Indagado na entrevista coletiva sobre o que pretendia com Scarpa no lugar de Veiga, Abel igualou os jogadores: "Veiga e Scarpa é falar do mesmo. Scarpa, grande jogador e assistente. Veiga, grande jogador e assistente. Temos dois por posição. Eu confio em todos os jogadores. E é por isso que estamos inteiros. Estamos com toda a força pela rotatividade", disse o português.
Mas se os dois são "iguais" na visão dele, porque Veiga joga as partidas mais importantes? A análise dos números de aproveitamento, por exemplo, mostra um enorme equilíbrio. E se for por eles que Abel está decidindo, o está fazendo por 1,4% apenas. E mais, enquanto pensa em um ou outro, o português pode estar desconsiderando o que os dois podem fazer juntos, um índice que não pode ser desprezado.
Veiga tem números melhores que o total do time
Veiga tem na temporada um índice de aproveitamento ligeiramente maior que o de Scarpa: 62,6% contra 61,2%. Para entender quem tem o melhor rendimento, é preciso cruzar esses dados com os dados gerais do clube no ano. E aí a vantagem de Veiga aparece mais claramente.
Na temporada, o Palmeiras soma 61,72% de aproveitamento —maior que o de Scarpa, menor que o de Veiga. O que significa dizer que Veiga puxa para cima a conquista de pontos do time por jogo em que atuou.
Mas e juntos? Eles funcionam?
Dos 41 jogos de Veiga no ano, e dos 43 de Scarpa, eles estiveram juntos em campo em 22. Esse cálculo afere apenas os jogos em que, de fato, compartilharam minutos. E aí vem o pulo do gato: quando estiveram ao mesmo tempo em campo, Scarpa e Veiga conquistaram 69,7% dos pontos disputados.
É evidente que os números são frios, não dimensionam, por exemplo, o ritmo ou comportamento que os jogadores dão ao time, tampouco seus efeitos de aumento ou diminuição no potencial dos companheiros. Também não avaliam as características individuais e o que o técnico deseja que cada um entregue quando os escala. Mas essa avaliação serve como um parâmetro para que uma terceira hipótese possa ser considerada.
Veja os números dos meias:
Veiga jogou menos, ganhou menos e empatou mais
41 Jogos
23 Vitórias
8 Empates
10 Derrotas
11 Gols
5 Assistências
16 Participações em gols
62,6% de aproveitamento
Embora tenha feito menos gols que Scarpa, Raphael Veiga viu o Palmeiras conquistar mais pontos quando jogou.
Scarpa fez mais assistências, menos gols e ganhou mais
43 Jogos
24 Vitórias
7 Empates
12 Derrotas
7 Gols
17 Assistências
24 Participações em gols
61,2% de aproveitamento
Scarpa tem um índice de conquista de pontos um pouco menor. Mas não há como desprezar a contribuição dada por ele para o Palmeiras chegar à rede.
Juntos, eles têm quase 70% de aproveitamento
22 Jogos
14 Vitórias
2 Empates
4 Derrotas
69,7% de aproveitamento
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