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Contratado para ajudar no ataque, Tardelli vira opção na criação no Santos

Diego Tardelli em treino do Santos, no CT Rei Pelé - Ivan Storti/Santos FC
Diego Tardelli em treino do Santos, no CT Rei Pelé Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Do UOL, em São Paulo

05/10/2021 04h00

A contratação de Diego Tardelli foi fechada para acabar com a escassez de gols do ataque do Santos. Mas o jogador de 35 anos pode ser a solução em um outro setor igualmente carente. O técnico Fábio Carille tem usado o veterano em treinos e jogos como um meia-atacante para ajudar na criação ofensiva e aproveitar a sua presença de área.

Essa situação já foi vista nas duas partidas em que Tardelli atuou com a camisa do Peixe. Na estreia, diante do Athletico-PR, pelas quartas de final da Copa do Brasil, ele entrou em lugar de Carlos Sánchez para dar mobilidade ao setor ofensivo. O Alvinegro precisava da vitória para avançar à semifinal, mas o poderio do atacante não foi suficiente, e o Peixe acabou derrotado por 1 a 0 em plena Vila Belmiro.

Tardelli voltou a dar as caras como um camisa 10 diante do Juventude. Apesar da derrota por 3 a 0, em Caxias do Sul (RS), ele deu outra vida ao ataque santista. Contribuiu com a criação de jogadas e mostrou sua importância com duas finalizações perigosas, obrigando Douglas a fazer boas defesas. Ele atuou por 28 minutos e foi o atleta do Santos que mais chutou na direção certa do gol.

Atuar neste setor não é uma novidade para Tardelli. Centroavante de técnica apurada, ele sempre foi visto com capacidade para atuar pelos lados do ataque e até no meio-campo. "É uma posição que eu gosto de jogar. O Carille pediu para eu ser um jogador mais livre e ficando ali atrás do Léo [Baptistão]", explicou o jogador, que lembrou já ter atuado nessa função pelo Atlético-MG.

"Em 2013, quando estava no Atlético-MG, o Ronaldinho Gaúcho teve uma lesão e eu acabei atuando no meio. Me senti muito bem jogando atrás do atacante", disse Tardelli ao site oficial do Santos. À época, ele tinha o hoje corintiano Jô como referência na área e atuava pelo lado esquerdo. Ronaldinho e Bernard completavam o quarteto ofensivo comandado por Cuca e que terminou com o título da Libertadores.

Dessa vez, seus companheiros não possuem o mesmo brilho, e o esquema tático pode ser até diferente. Mas Tardelli já se colocou a disposição para assumir a função e ajudar o Santos a escapar das últimas posições do Campeonato Brasileiro.

"Fisicamente ainda não estou 100%, mas já me sinto mais leve, mais confiante para desenvolver e atuar bem. O mais importante é estar com a cabeça boa, como eu estou, apesar do momento não ser favorável dentro de campo", comentou

A função a ser desempenhada por Tardelli não é um problema recente no clube. Na temporada passada, Cuca chegou a testar o venezuelano Soteldo na ligação com o ataque, mas acabou gostando mais de uma formação com três volantes. Nesse sistema, Diego Pituca era o principal responsável por encostar no ataque.

Neste ano, o jovem Gabriel Pirani foi o escolhido para atuar entre a meia e o ataque. Foi assim com o argentino Ariel Holán e com Fernando Diniz. Sob o comando de Carille, contudo, ele perdeu espaço após a implementação de um sistema com três zagueiros. Com Camacho de volante, Jean Mota e Carlos Sánchez seriam os responsáveis por dar vida ao ataque. Na prática, porém, não funcionou, e o Peixe já conta quatro partidas sem balançar as redes adversárias.

De olho no clássico

Se Tardelli for mesmo o escolhido para essa nova função, faltaria apenas a definição do esquema que Carille utilizará no clássico de quinta-feira (7), às 18h30, contra o São Paulo, no Morumbi. A tendência é a saída de um dos zagueiros (Wagner Leonardo ou Danilo Boza). No meio-campo, Tardelli teria a companhia de Camacho, Jean Mota e Carlos Sánchez. No ataque, Marinho e Léo Baptistão são os nomes preferidos.

Pensando em uma boa apresentação, Tardelli também comemorou o fato de ter duas semanas para trabalhar com o time. A última partida do Peixe aconteceu no dia 26 de setembro. "Para mim, é fundamental, já que eu ganho mais uma semana para melhorar a parte física", disse.

Contra o São Paulo, o Santos entra em campo em seu pior momento na temporada. Além de não fazer gol há quatro partidas, a equipe não vence há dez jogos, contando Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Brasileirão. No principal torneio nacional, o Alvinegro está em 16º lugar, com 24 pontos, apenas um ponto acima da zona de rebaixamento e corre sério risco de terminar a próxima rodada entre os quatro últimos colocados.