Mauro Cezar Pereira: "A seleção é a cara do Tite: chata, enfadonha"
O Brasil venceu a Venezuela por 3 a 1, na noite de hoje (7), e manteve os 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa do Mundo, mas o resultado passou longe de empolgar a torcida. Após sair atrás do placar, a equipe de Tite conseguiu a virada no segundo tempo do duelo, com gols de Marquinhos, Gabigol e Antony.
No Fim de Papo, live do UOL Esporte após os jogos da seleção brasileira, com Mauro Cezar Pereira, Marluci Martins e Rodolfo Rodrigues, a atuação do time canarinho foi bastante criticada e considerada "chata".
"A impressão que tenho é que a seleção, cada vez mais, é a cara do seu técnico. Só pegar qualquer entrevista do Tite, qualquer momento que ele começa a falar... É boa pessoa, nada pessoal, profissional do bem, competente, mas é chato, enfadonho. Tudo muito certinho, não se posiciona para nada. A seleção é a cara dele, enfadonha. Muita gente vai dizer: 'ah, mas a seleção dá audiência'. Só tem ela jogando e, eventualmente, outras seleções sul-americanas. Não tem um jogaço como França 3 a 2 na Bélgica para concorrer. A TV aberta está sempre mostrando a seleção brasileira. São Paulo e Santos, mais cedo, foi mais interessante. A seleção é chata, o Tite é chato. Tudo uma chatice só, muito cansativo de acompanhar", disse Mauro Cezar Pereira.
"Hoje a atuação foi muito fraca. No primeiro tempo, o Brasil não chutou uma bola sequer no gol. Perdia por 1 a 0 e zero finalização na direção do gol da Venezuela, que é um time muito fraco, uma das piores seleções. E venceu porque vai cansando, a Venezuela vai se desgastando, não consegue manter o ritmo, e, naturalmente, os espaços vão aparecendo, os gols vão surgindo. E mesmo assim, cometendo erros. A nota positiva foi a entrada do Raphinha, que jogou muito bem. Não entendi porque saiu o Everton Ribeiro, poderia ter feito outra substituição, mas o jogador do Leeds United foi muito bem, participou dos gols todos. Talvez, o único ponto positivo nisso tudo. A seleção não tem envolvimento com o jogo, parece que está ali burocraticamente, cumprindo obrigação. E é isso. Ninguém vai falar isso, todos querem ficar na seleção e jogar a Copa, mas se observar o comportamento de alguns atletas nos times, é totalmente diferente da seleção", completou.
Marluci Martins concordou que a seleção não anima os espectadores e também ressaltou Raphinha como ponto fora da curva do time de Tite nesta noite.
"O melhor do jogo foi o fim do jogo, foi o apito. Quando acabou, comemoramos mais o fim do jogo que os gols. É uma preguiça, um sono, uma falta de ousadia. E o futebol brasileiro sempre foi um futebol que ousou, irreverente, que improvisou, e não vê isso na seleção. Ainda bem que temos talentos individuais como a do Raphinha, que em sua estreia mudou o jogou. Acho que se não entrasse, [a seleção] teria perdido. Vê como um jogador é capaz de mudar o jogo. Raphinha levou para a seleção o que faltava até então", indicou.
A jornalista apontou ser preocupante uma apresentação como a que o Brasil teve com a Copa do Mundo cada vez mais próxima:
"Realmente, é desanimador ter uma Copa do Mundo no ano que vem, chegar à metade desta longa eliminatória, que é arrastada, que prejudica tanto o Brasileiro, prejudica os clubes. Não sei porque uma competição... Mauro pode incluir no hall de chatice as Eliminatórias, jogos horrorosos, seleções muito fracas, jogos que nada acrescentam. Só mostra que a seleção está muito mal. O placar de 3 a 1 é mentiroso. Fico bem desanimada vendo uma atuação assim da seleção brasileira tão perto da Copa. A gente não tem um time definido ainda e não consegue enfrentar adversários de alto nível da Europa. Quando enfrentar, nem sei o que vai acontecer".
Para Rodolfo Rodrigues, o Brasil parecia estar desinteressado e, apesar dos bons resultados que vem conquistando, não engrena atuações vistosas.
"A gente poderia estar falando dos números excelentes do Tite, da campanha recorde do Brasil, mas não é o caso. A seleção jogou muito mal, segue neste ritmo lento, moroso. Dá sono essa seleção do Tite, não empolga. Hoje ele fez alguns testes, mas parecia o time reserva, desentrosado. Nada de interessante na partida. Levou um gol no começo da partida e, depois, não mostrou poder de reação. Não fez nada, mereceu a derrota no primeiro tempo. No segundo tempo, com a entrada do Raphinha, o jogo mudou. Parecia, talvez, o único com vontade de mostrar alguma coisa. Entrou em outro ritmo".
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