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Diretor da Globo fala em 'unidade' na busca aos clubes que eram da Turner

Do UOL, em São Paulo

08/10/2021 04h00

Responsável pela negociação de direitos de transmissões esportivas do Grupo Globo, Fernando Manuel Pinto falou em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, sobre a procura pelos clubes que ficarão sem contrato com a Turner — empresa do grupo WarnerMedia — a partir do Campeonato Brasileiro de 2022, ressaltando que a saída do grupo norte-americano não foi uma surpresa.

Ontem (7), a Globo anunciou acordo com cinco clubesSantos, Juventude, Ceará e Fortaleza, da Série A, além do Coritiba, atual líder da Série B —, em contratos válidos até 2024, quando encerra a vigência dos acordos feitos com os demais clubes entre 2019 e 2024. De todos os vinculados à WarnerMedia, faltam os acordos com Athletico-PR, Bahia e Palmeiras.

Em entrevista gravada antes do anúncio, o executivo explicou como recebeu a notícia da desistência da empresa americana de transmitir o Brasileirão e o posicionamento da Globo na aquisição dos direitos.

"Eu não tenho como falar pela Turner [empresa do grupo WarnerMedia] , logicamente eu vou falar aqui dentro do meu ângulo de visão, da visão da Globo. Eu acho que a Turner fez um movimento de aquisição de direitos e talvez tenha ali encontrado alguma dificuldade na maneira como eles ficaram configurados e explorados, e tomou a decisão. Não diria que foi uma surpresa, porque eu acho que esse tema estava sendo falado, desenvolvido e discutido entre clubes, pelo que é visível para mim, já há algum tempo", diz Fernando Manuel.

O executivo ressalta que o acordo com todos os clubes seria importante para consolidar a distribuição de valores dentro do mesmo critério e no próprio fortalecimento do produto que é o Campeonato Brasileiro.

"A postura da Globo em relação a esses clubes, sim, a Globo, e isso é uma agenda que eu já estou desenvolvendo com todos esses clubes que têm os direitos de TV fechada de volta, indagando e verificando o interesse, a viabilidade deles de se juntar aos demais clubes na mídia de TV fechada, para que a gente tenha uma consolidação desses direitos. Se haverá ou não haverá o acordo, não tenho como indicar", explica.

"Logicamente, cada clube tem a capacidade e o direito de fazer a sua escolha, mas eu faço votos que ocorra, porque é a única maneira que eu enxergo de a gente atingir algo que vai até além da questão dos direitos e dos jogos e do produto, que é essa consolidação de fato de todos os clubes ao redor de um mesmo critério de distribuição e cálculo dos valores pagos no Campeonato Brasileiro. Eu acho que isso tem um grande valor para o presente, um grande valor para o futuro e eu digo que esse valor não é tão somente para a Globo, ele é um valor muito importante para o futebol, nós precisamos de mais unidade, precisamos de mais modelos consolidados", completa.

Como indica Fernando Manuel, a preferência do próprio Grupo Globo é que ocorra uma negociação coletiva dos direitos e não individual como ocorreu para o ciclo até 2024, quando ocorreu a divisão entre contratados da Globo e da Turner.

"Muitas vezes eu fui perguntado, 'ah mas você fala muito sobre a importância de os clubes trabalharem de uma maneira mais coletiva, mas a própria Globo negociou individualmente'. Sim, negociamos individualmente, eu diria que foi uma negociação individual de maneira forçosa, não tinha o que fazer, não existia uma interlocução, uma entidade capaz de centralizar e entregar os direitos de maneira segura em uma negociação, a Turner já tinha alguns contratos com alguns clubes de forma individualizada, a própria Globo também já tinha contratos para alguns anos", afirma o executivo.

"O que nós buscamos fazer aqui foi, através de negociações individuais, consolidar um modelo coletivo. É esse modelo coletivo que nós temos hoje e esse modelo coletivo que está à disposição na mídia de TV fechada para os clubes que têm seus direitos de volta. Agora, nós vivemos uma era de transição de negócios, decisões de investimento, decisões de direcionamento mesmo dos recursos e é uma janela que eu diria que precisa ser vista pelos clubes como uma decisão muito rápida", conclui.

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