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Titular na seleção brasileira, Gerson vive calvário em início no Olympique

Gerson em derrota do Olympique de Marselha para o Lens, pelo Campeonato Francês - Reprodução/Twitter
Gerson em derrota do Olympique de Marselha para o Lens, pelo Campeonato Francês Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

09/10/2021 04h00

Justo no momento em que recebe uma sequência como titular na seleção brasileira, o meio-campista Gerson vive uma de suas fases mais conturbadas no Olympique de Marselha. Desde que trocou o Flamengo pelo clube francês, o meio-campista ainda não conseguiu emplacar boas atuações em solo europeu e passa por turbulências dentro e fora de campo.

Atuando como segundo volante durante melhor fase de sua carreira, vestindo a camisa rubro-negra, o atleta de 24 anos vem sendo mais usado em outras funções pelo técnico Jorge Sampaoli, que costuma variar posicionamentos e escalações. Gerson já jogou mais adiantado, encostado no atacante ou ocupando mais o lado do campo. O treinador argentino tem preferido atletas como Mattéo Guendouzi e Pape Gueye como volantes.

Guendouzi, aliás, protagonizou bate-boca com Gerson na derrota do Olympique para o Lens. Segundo o jornal L'Équipe, o francês chegou a perguntar ao brasileiro quando ele iria "começar a correr". O brasileiro reagiu e foi acalmado por alguns colegas de time.

Uma imagem do brasileiro afastado dos companheiros antes do jogo, no túnel do vestiário, também chamou atenção e fez até torcedores do Flamengo pedirem Gerson de volta à Gávea, onde ele se tornou ídolo da torcida e uma das figuras mais influentes do grupo. O camisa 8 teve os direitos econômicos vendidos ao time francês por 25 milhões de euros na última janela de transferências.

Enquanto ainda tenta encontrar seu caminho no Olympique, Gerson vive melhor fase na seleção. Depois de entrar no segundo tempo do jogo contra o Chile, no início de setembro, ele não saiu mais do time. Tite o manteve como titular nas partidas contra Peru e Venezuela — nesta última, esteve em campo o jogo todo pela primeira vez. Depois da vitória por 3 a 1 em Caracas, o treinador explicou a preferência por Gerson em vez de Fred, do Manchester United.

"Não considero o Gerson um volante. Considero o Gerson um jogador de articulação. Ele teve sua origem como 10, tem jogado adiantado em seu clube. Teve um posicionamento mais avançado, em linhas ofensivas. O Gerson trabalhou muito mais como articulador do que como primeiro ou segundo meio-campista. Por isso, a escolha por ele, e não pelo Fred", analisou o treinador da seleção brasileira.

O Brasil volta a campo amanhã (10), contra a Colômbia, pelas Eliminatórias à Copa 2022. Gerson tentará manter a sequência positiva nesse jogo e na próxima quinta (14), contra o Uruguai, para voltar ao Olympique com moral. O desafio, então, será tentar corrigir uma trajetória que não começou bem na segunda aventura europeia do jogador — entre 2016 e 2019, defendeu Roma e Fiorentina antes de voltar ao Brasil para brilhar no Flamengo.