Agente de Felipão expõe drama do Cruzeiro: 'quebrado, faltava comida'
O Cruzeiro luta para voltar à Série A do Campeonato Brasileiro, mas tudo indica que a Raposa permanecerá pelo terceiro ano seguido na Segunda Divisão. Em enorme crise financeira, com dívida bilionária e se apoiando no projeto de clube-empresa para tentar ressurgir, o clube passa por enormes problemas, alguns desses expostos pelo empresário do técnico Luiz Felipe Scolari.
Jorge Machado, agente de Felipão, técnico que trabalhou na Toca II no ano passado — entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021 —, revelou detalhes impressionantes dos bastidores celestes na temporada passada. O empresário não poupou críticas aos dirigentes e usou a palavra "mentirosos" para citar os cartolas celestes.
"O Cruzeiro está totalmente quebrado, não tenho nenhum receio de falar, eles não cumpriram nada, mentiram, foi uma diretoria mentirosa, falaram que bancariam o Felipão e a situação do plantel, mas o clube ficou com salários atrasados, falta de pagamento de funcionários, teve época que o Felipão teve que entregar do próprio bolso para pagar passagens para os jogadores viajarem. E quem pediu para sair do Cruzeiro foi o Felipão. Quando ele livrou o Cruzeiro da Terceira Divisão, ele foi chamado para fazer um planejamento para o outro ano, e o Felipão pediu o boné e saiu", disse Jorge Machado, em entrevista à Rádio Grenal.
Machado comentou sobre um detalhe bastante conhecido e que escancara as mazelas do Cruzeiro, como os salários atrasados, por exemplo. O agente comentou que o drama da Raposa atingia até a despensa do clube.
"Salários atrasados, dificuldade financeira, falta de contratação porque impediram o Cruzeiro por falta de pagamentos pelos processos na Fifa. Para você ter uma ideia, chegou a ter falta de alimentação na concentração", completou.
O UOL Esporte noticia há meses os atrasos salariais no Cruzeiro. E, segundo Jorge Machado, Felipão chegou a ajudar funcionários da Raposa que ganhavam salário mínimo. "Felipão não fala isso, mas eu não tenho problema nenhum de falar, até funcionários do clube, cortadores de grama, cozinheiros, todos reclamavam com Felipão sobre salários atrasados, dificuldades que estavam na família, [e acabaram] recebendo a ajuda do Felipão", revelou.
Foi o UOL que antecipou o fim da linha de Felipão no Cruzeiro antes mesmo do fim da Série B de 2020. O treinador preferiu não permanecer no clube, pois, como disse o próprio empresário, o treinador sofreu com o seu emocional.
"Pessoas que prometeram no dia da contratação (os patrocinadores) que bancariam o vestiário para que o Felipão não tivesse este problema - e ele teve muito este problema -, as mesmas pessoas que fizeram isso abandonaram o Cruzeiro quatro, cinco rodadas depois. Foi um problema político (...) foi realmente um estágio para o Felipão, que estava sofrendo emocionalmente, sei disso porque o Cruzeiro é devedor de jogadores meus, está em débito com o Sobis, está em débito com a minha empresa, o Cruzeiro não me pagou até hoje", acrescentou.
Na opinião de Jorge Machado, Felipão atingiu seus objetivos antes do esperado, e as cobranças foram fortes após essa etapa. "No Cruzeiro, o Felipão atingiu até mais do que o objetivo para o qual foi contratado. Objetivo era livrar o Cruzeiro no primeiro ano, que o time estava horroroso, fez uma campanha para chegar ao G4 e, no segundo ano, subir. Como ele conseguiu escapar da Terceira Divisão muito antes do tempo previsto, as cobranças começaram a vir", disse.
Dívida com Rafael Sobis
"A dívida do Sobis era enorme, ela foi reacordada pela metade para o Sobis voltar, o Sobis aceitou e não está sendo cumprida, mas acho que não é pela falta de vontade do presidente. O clube ficou inviável por tudo que foi feito com o Cruzeiro".
O Cruzeiro não se manifestou sobre as declarações do empresário Jorge Machado. A Raposa entra em campo na noite de hoje contra o Botafogo, no estádio Independência, pela 30ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
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