Grêmio tenta mudar, mas repete erros de Felipão e afunda no Z4 de novo
O Grêmio de Thiago Gomes, treinador interino pela sexta vez na temporada, tentou ser diferente. Tentou mudar. E por alguns minutos até conseguiu. Mas, no fim, o time gaúcho repetiu erros que se tornaram rotina com Felipão (e até Tiago Nunes), perdeu para o Fortaleza pelo placar de 1 a 0 e afundou outra vez na tabela do Campeonato Brasileiro. A crise gremista segue e com maior dose de dramaticidade.
A tensão nos bastidores do Grêmio é enorme pela entrada na reta final do campeonato. Depois do jogo em Fortaleza, Marcos Herrmann, vice de futebol, entregou o cargo.
O clube procura novo treinador, mas no momento não tem acerto encaminhado.
O jogo contra o Fortaleza foi tratado como a chance para o time reagir. É bem verdade que a escalação não tinha Rafinha, Geromel, Thiago Santos, Villasanti, Douglas Costa e Borja — numa soma de lesão, suspensão e convocação. De toda forma, a estratégia foi ousada.
Thiago Gomes repetiu o 3-5-2 do último jogo de Luiz Felipe Scolari à frente do Grêmio. Mas a novidade foi a presença de Guilherme Guedes na ala esquerda. No meio-campo, Darlan e Jean Pyerre foram resgatados de vários meses sem iniciar no time. O plano era ter mais técnica no meio para armar contra-ataque ou aproveitar erros do Fortaleza diante de uma pressão alta por parte da equipe gremista. O ataque, para encaixar na ideia, deixou de ter um centroavante e foi formado por Alisson e Ferreira. Na prancheta, a velocidade deles era o caminho para chegar ao gol.
Funcionou, em certa medida, por quase 30 minutos. O Grêmio conseguiu ter equilíbrio e algum volume. Chegou perto do gol do Fortaleza, mas nunca gerou chance de gol efetiva. Falhou, ou no passe para a conclusão ou na própria finalização.
Ainda no primeiro tempo, a defesa gremista apresentou problemas. Um roteiro bem ensaiado ao longo da temporada — seja com Tiago Nunes ou Felipão. Mesmo com três zagueiros e dois volantes, o Grêmio deu espaços. Perdeu divididas e foi sendo pressionado. A pressão só não virou lamento por conta de Brenno e Kannemann, que salvaram o time antes do intervalo.
Na etapa final, nem o goleiro foi capaz de segurar. Aos poucos, o Grêmio sentiu o ritmo que tentou impor e a própria intensidade do Fortaleza. O fôlego começou a ficar menor e o adversário ganhou terreno. A velocidade e criatividade para atacar sumiram e na reta final do confronto, o jogo ganhou cara de ataque contra defesa. Brenno defendeu três vezes, mas na vez de Yago Pikachu não deu.
O placar que parecia óbvio antes da partida gerou enorme abatimento na delegação, depois do jogo. O sentimento foi um dos motivos para a saída de Felipão, que acumulou quatro rodadas sem vitória. Agora, são cinco jogos sem vencer. E mais uma tentativa de mudar que não deu certo, dentro de campo, até aqui.
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