A seleção brasileira voltou a convencer depois de dois jogos ruins e goleou o Uruguai por 4 a 1 na noite de ontem (14), na Arena da Amazônia, pela 12ª rodada das eliminatórias da Copa do Mundo. O time de Tite deu show diante de cerca de 13 mil torcedores e recuperou os elogios da torcida e da imprensa - até mesmo o técnico teve seu nome gritado no estádio.
O que Tite deve tirar de positivo da goleada sobre o Uruguai? Fizemos essa pergunta aos colunistas do UOL Esporte. Veja o que eles disseram:
Que o nível de competição é outro nas principais ligas europeias. Se o único parâmetro para avaliar fracasso ou sucesso de um ciclo de quatro anos da seleção é o título mundial, a referência deve ser o jogador brasileiro que atua junto ou enfrenta os melhores duas vezes por semana, nas ligas e na Champions.
ANDRÉ ROCHA
Tite tem uma forma de jogar, e é natural uma oscilação, principalmente com mudança de pecas. A partida de ontem só reforçou que o Brasil compete de igual pra igual contra qualquer equipe no mundo. De bom, Raphinha como possibilidade para potencializar jogo de Neymar.
ANDREI KAMPFF
A vitória em cima do Uruguai foi marcante, para mostrar a todos que a seleção tem potencial para apresentar excelentes jogos. A questão é que é impossível manter essa regularidade. Nenhuma seleção no mundo faz isso. A herança da vitória é ter achado um jeito de maximizar Neymar. Raphinha tem que começar como titular na próxima rodada.
DANILO LAVIERI
Só! Que a picardia de Raphinha, e de Antony, incentivam Neymar a mostrar a dele.
JUCA KFOURI
A seleção brasileira começou ontem o jogo contra o Uruguai com sete jogadores que atuam na Premier League, o campeonato longo de futebol mais forte e intenso do mundo. Não é à toa que tenha jogado tão bem. Não há vira-latismo algum. Não é nenhuma novidade, o nível de futebol praticado no Brasil e na América do Sul tem melhorado, mas está muito, muito abaixo do que vemos na elite do futebol mundial. O abismo não fica tanto no lado técnico, mas no tático e na intensidade do jogo. É um erro. É claro que não é necessário fechar as portas. Até porque fase boa conta muito, principalmente no caso de atacantes. Não é absurdo levar um ou dois caras que estejam brilhando muito, com altíssimo nível de confiança, nos dias anteriores à Copa do Mundo. Mas, essencialmente, nunca podemos perder de vista uma triste verdade: esses caras atuam em um futebol que não é o que será jogado no Mundial. Eles até podem dar certo na Copa e mostrar lá o mesmo nível que mostram no futebol daqui. Mas aí é uma questão de contar com a sorte. Apostar em caras adaptados ao mais alto nível semanal que existe no futebol, a Premier League inglesa, é bem menos arriscado.
JULIO GOMES
Que a seleção é Raphinha, Neymar e mais nove. E que insistir com Gabriel Jesus é dar murro em ponta de faca.
MILTON NEVES
O principal ponto positivo é a constatação de que com liberdade de movimentação para os jogadores, maior compactação e velocidade, a seleção ganha ofensividade e objetividade. A confirmação de que Raphinha e Antony estão prontos para jogar na seleção principal também faz parte do pacote positivo. E pode dar coragem para Tite abandonar o risco de morrer abraçado aos seus homens de confiança. É preciso abrir os braços para os jovens que estão jogando bem.
PERRONE
O grande aprendizado é que existe um fosso enorme no nível técnico entre quem joga na Europa e no Brasil. A melhor atuação da seleção de Tite ocorreu justamente quando ele levou a campo uma equipe "100% europeia" e com jogadores que estão em alta no momento. Outra lição importante é que vai ser muito difícil tirar Raphinha do time.
RAFAEL REIS
De positivo, Raphinha e Antony. Que trate de efetivá-los. Golear essa envelhecida seleção uruguaia não é nada demais. Precisará de jogadores jovens e em ritmo europeu pra enfrentar as seleções mais fortes na Copa.
RENATO MAURÍCIO PRADO
Que o nível de exigência da Seleção é o que se prática na Europa, e não o futebol que se joga no Brasil.
RODRIGO COUTINHO
Coletivamente, o ponto positivo da seleção foi o posicionamento mais adiantado, Fred e Fabinho não jogaram colados na zaga, Alex Sandro avançou mais, Raphinha era ponteiro, mas acrescentava ao jogo ao meio-campo. Com isso, o time não exibiu o buraco que existia entre o ataque o restante da equipe, e isso melhorou o rendimento individualmente. É bom lembrar que o Brasil já jogava com um time "europeu" nas datas-Fifa anteriores a setembro, e as atuações não eram convincentes. O único que não atuava antes era Raphinha. Contra o Paraguai, eram seis jogadores da Premier League entre os titulares, e o time passou boa parte do tempo jogando recuado para garantir o placar.
RODRIGO MATTOS
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