Palmeiras: Rubnei Quícoli, da Blackstar, processa Galiotte em R$ 100 mil
A Blackstar International Limited, representada no Brasil pelo empresário Rubnei Quícoli, está processando Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, por danos morais. A indenização mínima pretendida é de R$ 100 mil. O processo corre na esfera cível em Campinas.
A causa de Quícoli se calca nas entrevistas concedidas por Galiotte no dia do sorteio dos grupos da Copa Libertadores de 2019, em 17 de dezembro de 2018, na cidade de Assunção, capital do Paraguai e cidade-sede da Conmebol.
Na ocasião, em entrevistas à ESPN e ao Sportv, Galiotte mostrou uma troca de emails com Alexandre Guião, CEO do HSBC no Brasil, na qual constavam esclarecimentos sobre falsificações de email, implicando Rubnei e a Blackstar neste tipo de ação.
Galiotte mostra aos canais de televisão um exemplo de email falso para comprovar sua tese de que a Blackstar e Quícoli não são correntistas do banco HSBC e, desta forma, desacreditar Quícoli e sua oferta de patrocínio ao clube. Email que não foi enviado pela Blackstar a ele. E aí está o ponto de partida do empresário.
"Eu nunca enviei este email a ele. Trata-se de um email que pode ser acessado em diversos sites e é mesmo falso. O único documento que mandei a ele foi uma carta de intenção para patrocinar o clube em cerca de R$ 1 bilhão por dez anos", disse Quícoli, em entrevista ao UOL. "Como ele mostra um email que eu nunca mandei a ele para afirmar que eu cometi uma falsificação?", indaga.
"Também nunca me foi solicitado o envio de nenhuma garantia bancária ao Palmeiras, de modo que o Galiotte está falando de documentos que eu jamais enviei ao clube", diz. A carta de intenção de patrocínio sim, existe e foi protocolada no clube por intermédio de Genaro Marino, então candidato de oposição a Galiotte nas eleições presidenciais verdes.
"Meus filhos passaram por gozações"
O empresário afirma estar movido pela defesa de sua honra. Contou que seus três filhos —dois homens e uma mulher— passaram por gozações nos seus círculos. E que as afirmações de Galiotte o prejudicaram financeiramente. "Falavam para o meu filho mais velho: 'quer dizer que seu pai está entregando documento falso no Palmeiras?', ele vinha me contar", revelou.
"E ele me cobrava: e aí. você não vai fazer nada?". E eu dizia ele que queria ver como iria ser a gestão de Galiotte e a próxima eleição. Pois para mim era claro que ele nem quis ouvir minha proposta porque já estava acertado com a Leila Pereira", diz. "Eu estava disposto a co-patrocinar o clube, até, dividir com a Crefisa. Era mais dinheiro para o clube. Mas não aconteceu", afirma.
Na petição eletrônica, o advogado de Quícoli, André Augusto Donati Buzon, lista reportagens, vídeos de YouTube e até comentários em redes sociais em que o empresário e a Blackstar são citados de forma negativa. A carta de intenção e links para reprodução do email mostrado por Galiotte também constam do documento.
O advogado também pede que seja juntado ao processo um inquérito policial registrado no 23º Distrito Policial de São Paulo, no qual o conselheiro Paulo Jussio pede esclarecimentos quanto ao contrato do Palmeiras com a Crefisa/FAM.
"Bastava ao Mauricio ter encerrado as negociações. De fato, o Palmeiras não tem qualquer obrigação de fazer acordo comigo. Era simples. Mas por questões políticas, para atingir o Paulo Nobre, por revanchismo, ele criou um cenário para me desmoralizar", diz Quícoli.
"Por acaso, eu sou maluco, agora, de chegar no Palmeiras, falar que eu quero patrocinar o clube em US$ 250 milhões sem ter nada, inventando tudo?", diz. "Eu tenho empresas, negócios pelo mundo todo. Estava trazendo capital estrangeiro para o Palmeiras, representando diversas empresas interessadas, gerando empregos", diz.
"O pior é que o Mauricio sabe muito bem quem eu sou e que minha oferta era de verdade. Eu me reuni com ele antes de ele ser presidente, quando ofereci ao Paulo Nobre uma proposta para adquirir o Allianz Parque da WTorre e passar a ser o gestor da arena em troca de exploração de publicidade", diz. "Além disso, ele colocou a Kroll (empresa de espionagem) para vasculhar e viu que a Blackstar existia. Quem pagou por isso, será?", indaga Rubnei Quícoli.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Palmeiras, que não havia conseguido uma resposta do presidente do clube até a publicação deste texto. A reportagem será atualizada quando a resposta for enviada.
Relembre o caso Blackstar
Em novembro de 2018, às vésperas da eleição para presidente do Palmeiras, Genaro Marino levou ao clube uma proposta de patrocínio da empresa Blackstar, que prometia pagar, à vista, US$ 250 milhões —na época, cerca de R$ 1 bilhão, pela cotação— por um acordo de dez anos.
Em dezembro, já depois de reeleito, Galiotte encerrou negociações com a Blackstar acusando a empresa de ter apresentado garantias bancárias falsas. A empresa negou já na época ter apresentado quaisquer garantias bancárias. Pouco depois, o Palmeiras renovou o patrocínio com a Crefisa por três anos.
Pelo caso, o ex-presidente Paulo Nobre, que apresentou Quícoli ao clube, foi um dos punidos e recebeu uma advertência. Nobre renunciou do cargo de conselheiro vitalício ao ser punido. Outros dois conselheiros foram advertidos: José Carlos Tomaselli e Ricardo Galassi. Já Genaro Marino, que foi vice de Maurício Galiotte no primeiro mandato e adversário dele na eleição de 2018, foi suspenso por um ano.
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