O Juventude foi mais um clube a trocar o treinador no Campeonato Brasileiro, definindo a saída de Marquinhos Santos, que já acertou com o América-MG, para o lugar de Vagner Mancini, que foi para o Grêmio, que demitiu Felipão. A dança das cadeiras não para mesmo com a CBF estipulando uma regra para limitar as mudanças, com o próprio clube mineiro, assim como Bahia e Grêmio, já no terceiro treinador, enquanto Red Bull Bragantino, Palmeiras, Atlético-MG, Fortaleza e Corinthians são os clubes que contam com o mesmo técnico que iniciou a competição.
No UOL News Esporte, Mauro Cezar Pereira afirma que a medida da CBF para limitar a troca de treinadores não faz a menor diferença, já que os clubes encontram formas de fazer com que eles saiam de 'comum acordo'. Para o jornalista, a própria regra para limitar as demissões não faz sentido e não deveria ser utilizada pela entidade que é responsável pelo Brasileirão.
"É uma medida inútil, porque tem uma brecha, o técnico é demitido, mas se fizer um acordo, diz que ele pediu demissão ou saiu em comum acordo. Ora bolas, se você vai demitir um técnico e você fizer uma oferta financeira interessante na rescisão, o técnico vai pensar o que? 'Não quero' ou 'está bom, diz que eu saí em comum acordo, recebo lá a minha grana ou recebo um pouco mais do que é o acordo', dando aqui exemplos de possibilidades", diz Mauro.
"O técnico também não quer ser demitido e brigar com o clube, porque ele pensa em voltar e ele não quer se queimar no mercado, porque aí os dirigentes podem se falar entre eles, o técnico fica mal visto no meio da cartolagem, então é óbvio que essa regra não serve para nada", completa.
Mauro cita a ironia de um dos treinadores que lideram a Federação Brasileira de Treinadores de Futebol, entidade que preza pela estabilidade dos treinadores no cargo, e acaba de trocar o América-MG pelo Grêmio.
"É muito curioso porque os técnicos também por meio daquela federação dos técnicos, comandada, o presidente é o Zé Mário, ex-jogador e ex-técnico, mas um cara muito influente é o Vagner Mancini nessa entidade. O Vagner Mancini defendia agora há dois, três anos, estava discursando, dando entrevista, que os técnicos têm que ter estabilidade no emprego, já fez outras vezes e fez de novo, acabou de largar o América-MG e foi para o Grêmio", diz Mauro.
"Os técnicos também fazem isso e eu acho que ninguém tem que se meter nisso, nem a CBF, isso aí é a lei do mercado, o técnico faz um contrato e tem a multa rescisória. Não quer mais, paga a multa e o técnico vai embora, contrata outro. Se o clube tem dirigentes irresponsáveis que colocam três, quatro técnicos e ficam pagando a esse pessoal todo ou não paga, vai pagar na Justiça posteriormente, problema do clube, que é mal gerido, e as pessoas do clube que têm que cobrar uma boa gestão. O técnico tem o direito, o Vagner Mancini tem o direito de sair do América-MG e ir para o Grêmio, mas o clube que o contrata também tem o direito de abrir mão dele pagando tudo o que está no contrato e contratar outro profissional", conclui.
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