Santos desafia retrospecto ruim contra rivais da rabeira no Brasileirão
Jogar na Vila Belmiro sempre foi uma arma para o Santos pelo seu poder de intimidar os adversários com a proximidade dos torcedores ao gramado. Mas neste Campeonato Brasileiro, o famoso alçapão não vem representando a mesma força de outros tempos, inclusive contra adversários da parte de baixo da tabela que hoje são seus rivais na luta contra o rebaixamento.
Considerando apenas os jogos contra os times que estão abaixo da décima colocação, o Peixe conta com 57% de aproveitamento dos pontos disputados. São três vitórias, três empates e uma derrota. Essa quantidade de pontos deixados pelo caminho já poderia ter colocado o Santos bem longe da zona de rebaixamento.
O desempenho geral do Santos na Vila Brasileirão também não é dos melhores. Em 12 partidas, o Peixe ganhou cinco vezes, empatou cinco e perdeu duas, o que significa um aproveitamento de 55,5%. Nas duas edições passadas da competição, o retrospecto alvinegro era superior. Em 2020, com o técnico Cuca, o Peixe chegou a 61%. Já no ano anterior, com Jorge Sampaoli no comando, o aproveitamento foi de 81%.
Os fracos números do Santos como anfitrião servem como um alerta para o momento que vive o time, beirando a zona de rebaixamento. O técnico Fábio Carille tem apostado na força do estádio para a recuperação no Brasileirão e acha que a volta dos torcedores aos estádios pode significar uma reviravolta para a equipe nesta reta final.
Dos próximos cinco jogos, quatro serão disputados na Vila Belmiro. E o primeiro deles é um confronto direto com o América-MG, no sábado (23), às 17 horas. Na sequência, virão duelos contra Fluminense, Palmeiras e Red Bull Bragantino. No meio dessas partidas, o Peixe precisará viajar para encarar o Athletico-PR na Arena da Baixada.
Uma coisa é certa. Para o Santos usar essa sequência a seu favor e conseguir a recuperação, precisará melhorar bastante o seu desempenho como anfitrião. Entre seus resultados negativos em casa diante dos times da segunda metade da tabela de classificação estão a derrota para o Atlético-GO e os empates contra Sport, Juventude e Bahia.
Em três desses jogos, o Peixe era comandado por Fernando Diniz, que sofreu duras críticas pela maneira como o time foi conduzido. Em comum, era possível ver muita posse de bola, excesso de jogadas aéreas e pouca efetividade na hora de chegar ao gol adversário. Diante do Bahia, Carille já era o treinador, mas fazia apenas a estreia em um jogo de pouca emoção e oportunidades de gol. Nesses quatro confrontos, o Peixe não marcou nenhuma vez.
"Já começo a convocar o torcedor santista para que crie um ambiente muito positivo, igual foi contra o Grêmio, agora com a capacidade um pouco maior", disse Carille após o empate com o Sport no domingo passado (17). A esperança, para ele, é que a atmosfera de sua primeira e única vitória no comando do Alvinegro se repita. Contra os gaúchos, a torcida apoiou até o final, quando saiu o gol da vitória por 1 a 0 aos 48 minutos o segundo tempo.
Além de ganhar do Grêmio, o Santos também bateu em casa São Paulo e Ceará entre as equipes que estão na metade de baixo da tabela. Quando o assunto são os primeiros dez colocados, as vítimas do Peixe foram Athletico-PR e Atlético-MG. A equipe também empatou com Corinthians e Internacional e foi goleado pelo Flamengo.
Outro fato que chama a atenção no retrospecto do Santos em casa nesta edição do Brasileiro é a baixa produtividade ofensiva. Em 12 partidas, foram apenas 12 gols marcados. E em metade desses jogos, o Peixe saiu zerado de campo. Isso, contudo, é um reflexo de uma temporada ruim de gols no Brasileirão, com média inferior a um gol por jogo (23 em 26 partidas). Apenas três times marcaram menos: Atlético-GO, São Paulo e Sport.
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