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Sylvinho atribui derrota a pressão inicial do São Paulo: 'pagamos caro'

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

19/10/2021 00h06

A derrota do Corinthians no clássico Majestoso aconteceu por conta da pressão aplicada pelo São Paulo nos dez primeiros minutos da partida no Morumbi. Pelo menos essa é a visão do técnico Sylvinho, que justificou o revés dando méritos ao trabalho feito pelo Tricolor. Para o comandante do Timão, a equipe pagou um preço caro já que não conseguiu furar o sistema defensivo do adversário.

"Tivemos um começo em que tentamos equilibrar as forças, o São Paulo por jogar em casa saiu bem forte. Entendemos o começo, pagamos um preço caro pelos primeiros dez minutos e depois o jogo ficou bastante equilibrado, as forças estavam bem próximas", argumentou Sylvinho ao ser questionado sobre a performance das duas equipes no Majestoso.

O São Paulo abriu o placar aos seis minutos de jogo, com Calleri aparecendo nas costas do zagueiro Gil para fazer o gol. Antes disso, no entanto, em uma jogada parecida, o atacante Luciano apareceu cara a cara com Cássio e mandou a bola para o fundo da rede, mas o lance foi anulado pelo VAR por conta de impedimento no lance.

Depois, mesmo com o Corinthians equilibrando as ações do jogo e tendo até mais posse de bola na partida, o time não conseguiu criar perigo ao gol defendido por Volpi. Até os 40 minutos do segundo tempo, o Timão havia finalizado apenas três vezes, todas sem sucesso. Sylvinho explicou a dificuldade do sistema ofensivo novamente dando méritos ao São Paulo.

"Parte dela é essa primeira construção que o adversário te tira. Nós também marcamos isso com o adversário, o jogo é equilibrado, é difícil. Não estamos contentes, queremos melhorar, queremos buscar o momento correto do atleta. Vamos buscar soluções para os próximos jogos", afirmou.

Com a derrota, o Corinthians estacionou nos 40 pontos ganhos e segue na sexta colocação — dentro da zona de classificação para a Copa Libertadores. O jogo da próxima rodada é contra o Internacional, no Beira-Rio, no domingo (24). Os gaúchos têm um jogo ainda a ser disputado, somam 39 pontos na tabela, e podem ganhar a posição do Alvinegro em caso de vitória.

Confira a entrevista completa de Sylvinho:

Análise do jogo

"Todo o mau momento em durante uma partida de futebol se paga. Sim, tivemos os primeiros dez minutos com uma dificuldade da qual todos nós entendemos. Não é só por uma rotação não, é uma questão de duas ou três jogadas mais agudas do São Paulo. Sabíamos que o Reinaldo tinha uma passagem muito forte, chegamos a treinar algumas situações como essa. Foram dez minutos em que o adversário esteve melhor do que nós. Ficamos chateados, faz parte. Paga-se caro, o campeonato é equilibrado e as forças se equivalem".

Sobre o posicionamento de Gabriel Pereira

"É um atleta que joga bastante pela direita, grande parte do que ele tem jogado conosco foi por ali, o gol que ele fez contra o Fluminense foi também pelo lado direito. Naquele jogo do Fluminense, houve algumas trocas e ele caiu de rendimento. O Willian tem jogado por ali, com Adson e Mosquito (as inversões) são um pouco menos".

Sobre entrada de Mosquito na partida

"Depois de uma lesão grave contra o Athletico-PR, o Adson vem de três ou quatro jogos conosco e está readquirindo uma forma. É o momento dele poder voltar a jogar. É um atleta que já nos ajudou no passado, está voltando e entendemos que era o momento dele começar jogando. Isso aconteceu com o Gustavo no jogo contra o Fluminense na saída do Willian. O Adson joga pelo lado esquerdo. No meio-tempo (intervalo) fizemos algumas correções, esse é o momento para isso. Depois, ali com dez minutos do segundo tempo, colocamos o Gustavo. Precisamos reconduzir, colocamos o Gustavo pelo lado direito e logo em um primeiro momento ele faz um cruzamento. Ele se dá bem pelo lado direito e tem boa performance ali. Trouxemos o GP para dentro em busca de mais possibilidades entre as linhas".

Sobre a escolha por Du Queiroz na vaga de Fagner

"É um atleta que já foi escolhido, tem dado resposta. Jogou contra o Athletico-PR, Grêmio e Atlético-GO e foi muito bem. É um atleta que tem dado uma resposta positiva, ajudou o meio de campo e deu conta do recado em um jogo difícil, um clássico. É um jogador de grande vigor físico. Volto a dizer que o conhecemos como um atleta de meio de campo, mas fez toda a base como lateral-direito. Está crescendo e vai ganhando minutagem no Corinthians".

Sobre dificuldade ofensiva do Corinthians

"O adversário vai tirando suas possibilidades, ele vai tirando linha de passe, vai tirando jogador que começa e faz a primeira parte do jogo. Longe do time ser previsível, ao contrário. O cenário está aberto. Trocas de atletas têm ocorrido com características diferentes, haja visto que era Jô na frente, depois Roger, depois o Roger veio para o lado e o Jô voltou. Esse tripé de meio de campo com Renato e Giuliano tem nos dado um grande retorno em nível técnico, a presença do Cantillo também, assim como a do Gabriel. Estamos buscando, não temos um período longo. Estamos buscando melhorar nossa performance a nível de construção. O adversário tem sua leitura e parte do que hoje não conseguimos desenvolver foi o rival que está lá na frente. Não esperamos o Corinthians entrar em campo com uma performance de fazer quatro ou cinco gols por jogo, estamos em busca de melhorar o time na parte tática a cada momento, a cada fim de semana que estamos fazendo".

Sobre resposta dos jogadores mais jovens nos jogos fora de casa

"Não acredito nessa relação de que a volta do público influencie nisso. Não acredito porque quero entender que muitas vezes quando você sente um jogo pode acontecer isso em casa, a torcida do Corinthians é marcante, é forte. Muitos atletas da base estão acostumados com pressão, camisa. Todos eles vestem a camisa do clube e vão para a Arena jogar. São coisas de experiência, minutagem. Entendo que o João não tem que entrar em qualquer tipo de confusão, queríamos mais bola. O jogo foi muito picotado. O nosso adversário fez 21 faltas, parando muito o jogo. Isso também tirou da nossa construção. Nossos jogadores estão acostumados a vestir a camisa do clube".

Quem é o culpado pela lesão de Willian?

"Todos os departamentos são profissionais e trabalham alinhados. Se busca performance e o melhor do atleta. Temos muito cuidado com os atletas, principalmente com os que estão chegando. Temos falado sobre isso, chegam de um clima, uma alimentação diferente. O Willian ficou 15 anos fora do país e estamos com muito cuidado conduzindo isso. Em Bragança, na volta do segundo tempo, ele reclamou de uma dor e nós o tiramos. Antes de todos os treinamentos estamos ali com lupa em cima de todos os atletas. Os jogadores chegam, repitam, de cenários muito diferentes. Contra o Bahia, no intervalo, ele sentiu um desconforto e foi tirado. Decidimos todos juntos como departamento que ele não viajaria para Recife para fazer o tratamento. Na nossa volta, o atleta já estava liberado, ele treina na segunda-feira, um treino desgastante, bom, e ele faz todo o treinamento. Na terça, véspera do jogo (contra o Fluminense), ele treina bem em um trabalho de menor intensidade. Ele estava liberado, se sentindo bem, e entendemos que ele poderia jogar. Todos estavam alinhados. O atleta sente uma lesão, todos estão chateados, mas foi dessa maneira que aconteceu. Não uso da palavra culpado já que todo o departamento está alinhado, cuidando de todos os atletas e minimizando os riscos".

Sobre as subidas dos laterais

"Não quero entrar no mérito tático, estratégico do jogo, mas pelo São Paulo não ter externos toda a nossa saída de jogo, se você voltar um pouco, estava no Cantillo. O Benítez marcou praticamente homem a homem o Cantillo e nossa saída foi pelas laterais. Sabíamos que Du Queiroz e Fábio dariam essa saída e construção de jogo. Em um segundo estágio, volto a dizer que o São Paulo não tinha externos, eles também teriam mais facilidades. O Fagner já o fez, o Fábio tem cruzamento para gol são duas ou três assistências, o Fagner já passou do meio de campo e não há problema nenhum só que são primeiros defensores. se eu quiser um atacante coloco o GP. Temos o Gustavo e o Adson, temos muito externos. Entendíamos parte da estratégia de jogo, o Du fez muito bem, o Fábio apoiou também, mas nosso adversário foi tirando nossas melhores possibilidades de construção".

Sobre a primeira derrota em clássicos pelo Corinthians

"É o primeiro clássico que eu perco, foi uma sensação ruim, não foi nada boa. Se tivermos que fazer algumas comparações não foi bom. Vencemos o Palmeiras com méritos e hoje contra o São Paulo tivemos dificuldades e perdemos o jogo. Não foi um bom jogo e temos que melhorar. Não foi dos melhores".

Ainda sobre Du Queiroz

"A minha avaliação é de que o atleta veio da base e respondeu em vários jogos, respondeu hoje em um clássico difícil contra o São Paulo no Morumbi. É um atleta que tem apoio, boa construção de jogo. Vi um atleta que está sendo um reserva do Fagner quando nós estamos precisando que tem respondido à altura. É um atleta com potencial".

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