Campeão no Fla, Jayme teve 'ajuda' do Athletico, mas foi algoz em final
A história de Jayme de Almeida se entrelaça à trajetória do Flamengo em diversos pontos, desde os tempos em que foi zagueiro na base até ocupar postos na comissão técnica. Sua temporada mais marcante no Rubro-Negro foi 2013, ano em que foi campeão da Copa do Brasil como treinador, e que teve o Athletico como personagem importante. Hoje (20), na Arena da Baixada, os dois clubes se encontram no primeiro jogo da semifinal da competição nacional, às 21h30.
Cria do Fla, Jayme atuou profissionalmente pelo clube entre 1973 e 1977. Após pendurar as chuteiras, retornou à Gávea como auxiliar-técnico de Vanderlei Luxemburgo, em 2010. Mesmo após a saída do treinador, permaneceu como membro fixo da comissão técnica e, vez ou outra, assumiu o papel de interino.
O rumo começou a mudar em setembro de 2013. Na ocasião, o técnico Mano Menezes pediu demissão de forma repentina, após derrota por 4 a 2 para o Furacão no Maracanã. A decisão surpreendeu a diretoria e, imediatamente, coube a Jayme de Almeida a missão de levar o grupo à frente.
"O Athletico acabou marcando. Após aquele 4 a 2 no Brasileiro, no Maracanã, o Mano pediu demissão. Uma coisa que marcou todo mundo, impactou o ano do Flamengo, e impactou também a minha vida. Com a saída do Mano, coube a mim dirigir o Flamengo. Quando assumi, o que estava latente para a diretoria era não cair, porque estávamos em uma situação delicada no Brasileiro. Na Copa do Brasil, tínhamos vencido o Cruzeiro [pelas oitavas], mas a preocupação maior era com o Brasileiro", lembrou Jayme ao UOL Esporte.
O primeiro desafio de Jayme no comando da equipe foi contra o Náutico, fora de casa, pelo Brasileiro, e o Rubro-Negro ficou no empate sem gols. Dias depois, momentos antes de encarar o rival Botafogo pela Copa do Brasil, foi efetivado no cargo. E, para ele, a goleada sobre o Alvinegro, no segundo duelo, virou a chave do Fla.
"A partir dali, na Copa do Brasil, pegamos Botafogo, Goiás e Athletico-PR, que eram times que estavam brigando na parte de cima da tabela do Brasileiro. Por tudo que tinha acontecido, ninguém confiava na gente. Conseguimos mudar o cenário dentro do clube. Primeiramente, pegamos o Botafogo. Empatamos o primeiro jogo em 1 a 1, depois vencemos por 4 a 0. Aquele resultado nos ajudou muito, tanto na Copa do Brasil, logicamente, mas também nos deu moral no Brasileiro. Acho que o diferencial foi aquele jogo com o Botafogo. Estava lotado, torcida compareceu e nos deu muita confiança", recordou.
"Um dos dias mais lindos da minha vida"
Enquanto caminhava no Brasileiro, o Flamengo chegou à final da Copa do Brasil após bater o Goiás. Pela frente, o Athletico, time que havia sido algoz meses antes e, consequentemente, ocasionado o pedido de demissão de Mano Menezes.
O primeiro encontro foi em Curitiba, na Vila Capanema, uma vez que a Arena da Baixada passava por reformas para a Copa do Mundo que aconteceria no ano seguinte.
"Conhecia bem o clube e fui levando o time. Falando especificamente da final, o favoritismo era todo deles. Chegamos para o primeiro jogo, no Paraná, e a gente percebia que havia esse clima. O Athletico tinha ganho de todo mundo, mas eu tinha muita confiança naquele grupo. Tínhamos passado por coisas difíceis e eles tinham correspondido", ressaltou o ex-técnico, que completou:
"O Flamengo sempre teve dificuldade com o Athletico-PR nos jogos lá, é um jogo chato no geral. Se olhar os resultados, é sempre um jogo muito difícil. Veio o empate em 1 a 1, fizemos uma grande partida".
No fim de novembro, em um Maracanã lotado, o Flamengo venceu por 2 a 0, com gols de Elias e Hernane Brocador, e levantou a taça. Esta, inclusive, foi a última conquista do clube da Gávea na competição.
"A Copa do Brasil é um campeonato bacana, mata-mata. Sabíamos que teríamos de entrar com muita atenção. Conseguimos controlar e fizemos 2 a 0. Graças a Deus, deu tudo certo. No Maracanã, foi um dos dias mais lindos da minha vida. Me marcou muito aquela final pela festa da torcida. Guardo com muito amor e com muito carinho esse título. Foi um título que foi difícil no início, quando assumi. O time estava com o amor próprio ferido após a saída do Mano, que disse que não conseguia se comunicar com o grupo. No fim do ano, conseguimos escapar [no Brasileiro] e tivemos essa conquista maravilhosa. Sou muito agradecido, e até hoje, recebo um carinho muito grande da torcida do Flamengo", recordou o rubro-negro.
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