Filho de ex-melhor do mundo deixou PSG e ainda tenta se firmar no futebol
Não é fácil carregar um sobrenome tão "pesado" no futebol como Weah. Mas Timothy, filho do único jogador africano eleito melhor do mundo na história, precisa conviver com esta pressão. Promessa nos tempos de PSG, ele está em seu terceiro clube e já não tem o mesmo rótulo de futura estrela que o acompanhava no início.
Hoje (20), às 16h (de Brasília), o jovem de 21 anos deve estar em campo ao menos por alguns minutos pelo Lille, que enfrenta o Sevilla pela terceira rodada do grupo G da Liga dos Campeões.
Timothy é norte-americano nascido em Nova Iorque, e por lá deu os primeiros chutes na bola sob tutela da mãe, Clar. O pai, George Weah, eleito melhor do mundo em 1995, se aposentou quando ele tinha três anos de idade, mas logo se dedicou à carreira política na Libéria, seu país de origem. Hoje, o antigo astro do futebol é presidente da nação.
"Ela [mãe] teve uma enorme influência sobre onde estou agora. Ela me ensinou o básico, me incentivou e foi minha primeira treinadora quando eu morava na Flórida. Foi lá que comecei realmente a jogar futebol", disse Timothy, em entrevista à AP, em 2018.
A carreira de atleta decolou rapidamente. Catapultado pelo sobrenome famoso, o atacante pulou do New York Red Bulls para a base do PSG, onde se tornou uma das maiores promessas do clube.
A primeira partida pelo time principal veio uma semana depois de completar 18 anos, em 2018. Foram três jogos naquela temporada, quando a expectativa apontava para seguir os passos do pai e atingir sucesso rapidamente. O jovem tinha acabado de participar do Mundial Sub-17 pela seleção dos Estados Unidos, que foi até as quartas de final, com três gols dele em cinco jogos.
"Não sinto nenhum peso de ter o nome Weah na camisa. Muito pelo contrário, isso me motiva a fazer igual ao meu pai. Ele foi um grande jogador deste clube [PSG, um dos clubes pelos quais George atuou na carreira], conseguiu grandes feitos e quero ter a mesma carreira que o meu pai", disse após a estreia.
Considerado prodígio, virou membro do time de cima definitivamente na temporada seguinte. E foi quando os tropeços começaram. Lançado por Unai Emery, ele sofreu com a mudança de técnico. Com pouco espaço na gestão de Thomas Tuchel e sem desenvolver-se da forma esperada no clube francês, jogou apenas três partidas pelo time principal —e marcou dois gols. Logo, acabou rebaixado ao time B, pelo qual fez mais três jogos —com mais dois gols— e foi liberado por empréstimo ao Celtic, da Escócia, menos de um ano após a estreia.
O plano parisiense era que Weah se desenvolvesse no duro futebol escocês e pudesse desempenhar papel importante na equipe no futuro. Seu contrato com PSG iria até junho de 2020.
No Celtic, porém, a realidade não foi tão diferente. Ainda que tenha disputado 17 jogos, em 12 começou no banco de reservas. Marcou apenas quatro gols e deu uma assistência.
A decisão de devolver o jogador ao PSG ocorreu após ele optar por juntar-se à seleção sub-20 dos Estados Unidos para a disputa do Mundial da categoria contrariando pedido do Celtic, que tinha a decisão da Copa da Escócia pela frente. Com a recusa, o clube optou pelo desligamento imediato. No Mundial, Weah marcou dois gols em cinco jogos.
O PSG, então, decidiu pela venda dele. Com mais um ano de vínculo pela frente, uma oferta do Lille, de 10 milhões de euros (R$ 65,1 milhões na cotação atual), colocou fim ao sonho de repetir a carreira do pai no PSG. George conquistou duas Copas da França e um Campeonato Francês pelo clube.
Mas no Lille, clube no qual permanece, o cenário segue inalterado. Até hoje são 50 jogos pelo time (em três temporadas incompletas) —30 começando no banco de reservas. Ele completou os 90 minutos apenas duas vezes, marcou só cinco gols e deu uma assistência.
Até mesmo pela seleção dos Estados Unidos, Timothy tem perdido o brilho aos poucos. São 16 jogos na equipe principal e somente um gol. Na última trinca de jogos em data-Fifa, ele começou no banco contra a Jamaica e foi titular mas não completou os jogos diante do Panamá e da Costa Rica.
Com os Estados Unidos em segundo nas Eliminatórias da Concacaf, Timothy pode atingir um status que o pai não conseguiu: disputar uma Copa do Mundo. A expectativa, porém, é cada vez menor, e o feito maior, de ser melhor do mundo tal qual George, parece um sonho praticamente impossível.
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