Um gaúcho "rei de Ipanema": a rotina de Renato nas folgas do Flamengo
O nome é sugestivo: barraca "Tchê Rio". Situada entre as ruas Vinícius de Moraes e Farme de Amoedo, ela é um dos pontos que ainda remetem Renato Portaluppi às suas origens do Rio Grande do Sul. Bem ao lado, a rede ali esticada é o palco que há décadas o fez se tornar o mais carioca dos gaúchos e uma espécie de "rei de Ipanema", bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro onde mora desde os tempos em que jogava no Flamengo.
Numa aguardada tarde de sol após um feriado chuvoso, o agora técnico rubro-negro era esperado por seus amigos que ali frequentam e que já não se deslumbram com a presença do cliente famoso.
"Ele está sempre por aqui. Joga o futevôlei dele, tira foto com os fãs, de vez em quando toma a cervejinha dele. Achei até que ele viesse hoje, já que o Flamengo ganhou ontem, mas ainda não apareceu", disse ao UOL Esporte um dos funcionários da barraca, recordando que na noite anterior o time da Gávea havia vencido o Juventude por 3 a 1, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
Apesar do clima amigável, mesmo sendo um "local", Renato, vez por outra, não consegue fugir da "corneta" dos torcedores que o reconhecem nas areias.
"Mesmo quando ele era técnico do Grêmio já tinha um ou outro incomodando (risos). Agora que é técnico do Flamengo, aumentou (risos)", se diverte um dos amigos do treinador.
Uns 20 passos mais a frente, também na altura do posto 9 de Ipanema, há outro point que Renato gosta de relaxar e desfrutar da folga: a barraca Menor e Willy, da qual sua filha Carol Portaluppi também é frequentadora assídua.
"Renato está sempre por aqui. Gosta de jogar o futevôlei dele, apostar nas partidas. É um cara tranquilo e gosta de estar entre os amigos", declarou Henrique Guimarães, mais conhecido como "Menor" na barraca.
Chopinho, Penne ao Pesto e Chorizo
A cerca de 1km dali, na rua Aníbal de Mendonça, também em Ipanema, Renato Gaúcho costuma aparecer para um "pós-praia" no bar e restaurante "Elias", especializado em culinária árabe, com um aconchegante estilo "casa" e charmosas mesinhas de madeira na calçada que te convidam para um chope gelado no fim de tarde.
É por ali que o técnico do Flamengo mata sua sede e, quando está com fome, também se alimenta. Segundo um dos garçons da casa, seus pratos prediletos são "Penne ao pesto à moda Elias", servido individualmente, ou o "Chorizo à moda Elias", servido para duas pessoas e que vem acompanhado de farofa, arroz de brócolis, batatas fritas e molho à campanha.
Quando não está neste estabelecimento, Renato Gaúcho "bate ponto" nos bares "Pura Brasa" e "Ibiza", na rua Vinicius de Moraes.
"Quem não precisa aprender, vai à praia"
Em 2016, logo após a conquista da Copa do Brasil pelo Grêmio, Renato Gaúcho — que em Porto Alegre é chamado de Renato Portaluppi — polemizou ao comentar sobre os treinadores que estavam indo à Europa estudar e se especializar.
"Quem precisa aprender, estudar, vai para a Europa. Quem não precisa vai à praia. Eu falo isso, e muitos criticaram. Disseram: 'estão trazendo um treinador que estava jogando futevôlei'. Eu pergunto: e agora? E aí? Futebol é como andar de bicicleta. Quem sabe, sabe. Quem não sabe, vai estudar", declarou na ocasião.
Pouco tempo depois, porém, ele deu o braço a torcer e iniciou seus cursos de licenciamento da CBF, que costumam acontecer após o fim da temporada, quando os clubes entram em férias.
Na participação em 2019 — quando tirava a licença PRO — Renato, inclusive, brincou com o fato de estar concentrado para assistir as aulas na Granja Comary. Na ocasião, ele ainda negociava sua renovação de contrato com o Grêmio e comparou a sede da Confederação Brasileira de Futebol com Alcatraz, uma prisão de segurança máxima que existiu numa ilha nos Estados Unidos.
"Ainda não está 100% (a renovação). Estamos conversando, trocando ideias... Poderia ter adiantado um pouco mais as coisas, mas como se pode ver, estou aqui em Alcatraz. E daqui de Alcatraz fica difícil de falar com as pessoas (risos)", declarou, arrancando risada dos jornalistas.
Na mesma entrevista, Renato fez questão de ressaltar que iria solicitar os dez dias de férias "perdidos" no curso:
"Eu vim no curso até porque em fevereiro não vai ter, mas deixa eu falar uma coisa porque a pergunta foi boa: eu estou aqui nas minhas férias, mas já vou adiantar: não pense que irei perder esses dez dias das minhas férias. Agora eu estou aqui, mas em janeiro eu busco eles (os dias). Claro que vou compensar. Você tem dúvidas?".
Pouco depois de deixar a Granja Comary, Renato renovou com o Grêmio, mas assegurou os dez dias de férias desejados com o clube gaúcho.
Assinou com o Fla de chinelo e no pós-praia
O acerto de Renato com o Flamengo em julho deste ano, literalmente, teve sua assinatura. O treinador se encontrou com o vice de futebol rubro-negro, Marcos Braz, e com o diretor de futebol, Bruno Spindel, num pós-praia e ainda calçando chinelos após uma animada tarde de futevôlei em Ipanema. Nesta reunião ele assinou seu vínculo com o clube até dezembro de 2021.
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