Presente no Maraca em 71, atleticano sonha com bi brasileiro após 50 anos
Classificado à final da Copa do Brasil, após deixar para trás o Fortaleza, o Atlético-MG volta as atenções ao Campeonato Brasileiro. Neste sábado (30), no Maracanã, o líder Galo tem pela frente o Flamengo, eliminado pelo Athletico-PR do torneio nacional e quarto colocado na Série A. Se vencer, o time de Cuca dará mais um importante passo rumo ao título da competição que não conquista desde 19 de dezembro de 1971.
Naquela tarde de domingo, no mesmo palco do duelo do final desta semana, milhares de atleticanos viram Dario, aos 16 minutos do segundo tempo, fazer o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, que entrou para a história do clube e do futebol nacional —naquela primeira edição do Nacional, o time mineiro bateu o São Paulo e o Botafogo no triangular final para ser campeão.
Apesar de não garantir matematicamente o bicampeonato, meio século depois, o triunfo sobre os comandados de Renato Gaúcho deixará Cuca e seus jogadores bem perto de repetir o feito de Telê Santana e companhia. Para Nilton Avelar, um dos torcedores fanáticos que estiveram no Maraca no dia da épica conquista, um filme passa na cabeça.
"Eu já frequentava o Labareda [clube social do Atlético-MG] na época. A diretoria do Galo alugou uma frota e fizemos uma caravana de 10 ônibus para o Maracanã. Fomos na sexta, lotamos a praia no sábado e no domingo fomos para o jogo. De Minas até o Rio, parávamos no meio do caminho só para lanchar e ir ao banheiro; fomos cantando daqui até lá", relembra o torcedor, hoje com 73 anos, ao UOL Esporte.
Aposentado e atualmente reforçando o caixa ao atuar como motorista de aplicativo, Sr. Nilton coleciona muitas memórias envolvendo o time de coração. Contra o Flamengo, próximo adversário, é impossível não pensar nos duelos da década de 1980, por Brasileirão e Libertadores, que, para o torcedor do Alvinegro, tiveram absurda interferência dos árbitros José Roberto Wright e José de Assis Aragão no placar final.
Mesmo com receio de novos problemas com os "donos do apito", desta vez, a esperança do atleticano é que o time comandado por Cuca —o treinador, para ele, será o maior da história caso conquiste o Brasileirão— vença dentro das quatro linhas e arranque rumo à volta olímpica.
"Eu vi o Atlético ser campeão [em 1971] e vou comemorar de novo. Será uma alegria maior e diferente. Dario naquela época goleador, mas era trombador. Hoje só tem craque na equipe", comenta.
"Estava querendo ir ao Rio, mas hoje é muito perigoso. Futebol, atualmente, tem muita selvageria. Antigamente, você ia no campo tranquilo; hoje isso não acontece", acrescenta.
Presente também na inauguração do Mineirão, em 5 de setembro de 1965, Nilton tem outro motivo para comemorar. No segundo semestre de 2022, ele verá o Atlético-MG ter estádio próprio. Em ritmo acelerado de obras, a Arena MRV já o emociona.
"Conheci de perto o estádio. Vai ficar muito bonito. Eu vi Buglê marcar o primeiro gol do Mineirão e quero estar na Arena para ver a estreia do Galo", finaliza.
Flamengo x Atlético-MG
Com 59 pontos, o Atlético-MG lidera com folga o Brasileirão. Com 27 partidas realizadas, o time de Cuca tem 10 pontos a mais que o Palmeiras, que soma 28 jogos disputados. O Fortaleza, com os mesmos 28, aparece em terceiro com 49 pontos. Contudo, mesmo na quarta colocação, o Flamengo é o grande concorrente ao caneco.
Com 25 partidas disputadas, o time da Gávea tem 46 pontos e, em caso de vitória sobre o Galo, se mantém na briga pelo tricampeonato. O Rubro-Negro é o protagonista do futebol brasileiro, ostentando os dois últimos canecos da Série A (2019 e 2020).
Apesar de não garantir matematicamente o título atleticano e nem a queda flamenguista na briga pela taça, o confronto deste sábado (a partir das 19h) ganha contornos de decisão. Deixando de lado um pouco a Copa do Brasil, torneio em que o Galo segue vivo e o Fla foi despachado pelo Furacão na noite de ontem (27), os dois times sabem que os três pontos "nunca foram tão importantes".
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