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Flamengo abre a regressiva para Libertadores em meio a crise e incertezas

Gabigol conversa com Renato Gaúcho em jogo do Flamengo na Libertadores - Getty Images
Gabigol conversa com Renato Gaúcho em jogo do Flamengo na Libertadores Imagem: Getty Images

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/10/2021 04h00

A eliminação na Copa do Brasil causou uma avalanche na Gávea e fez o Flamengo mergulhar em um mar de incertezas a um mês da decisão da Copa Libertadores, diante do Palmeiras, dia 27 de novembro, em Montevidéu.

Após a derrota por 3 a 0 para o Athletico, Renato Gaúcho colocou o cargo à disposição, a direção não aceitou o pedido, mas isso está muito longe de significar prestígio para o treinador.

Ontem (28), o treinador comandou o treino no Ninho do Urubu, porém a política ferve nos bastidores. Ouvidos pelo UOL Esporte, alguns dirigentes evitaram externar a insatisfação para não ampliarem a crise, mas admitem que os próximos passos do trabalho estão em debate internamente.

Amanhã (30), o Rubro-negro encara nada menos que o líder Atlético-MG, em jogo válido pelo Brasileiro. A 13 pontos dos alvinegros, os atuais campeões jogam por sua própria sobrevivência na competição e também pelo futuro de Renato no Ninho do Urubu.

A má performance do time, no entanto, tem outros protagonistas, segundo alguns cardeais rubro-negros. As lesões musculares em série pressionam o departamento médico chefiado por Márcio Tannure e colocam o preparador físico Alexandre Sanz, tido como profissional apadrinhado pelo vice Marcos Braz, sob os holofotes. Rafael Winicki, que gerou muito incômodo com a comissão técnica portuguesa de Jorge Jesus (quando ainda trabalhava de forma particular para alguns atletas), é outro na mira.

Depois do revés por 3 a 1 para o Fluminense, o Fla tentou se mobilizar e evitar uma caça às bruxas, embora mudanças no futebol sejam líquidas e certas em caso de reeleição de Rodolfo Landim. A queda para os paranaenses intensificou os debates, porém o clube tenta não aumentar ainda mais a temperatura neste momento de crise. A análise mais fria no clube aponta para um conjunto de fatores que explicam o momento, o que faz com que as responsabilidades não recaiam apenas nos ombros do técnico.

Com o time sem rendimento na parte física, as individualidades somem, o conjunto pouco produz. Ídolo máximo da torcida, Gabigol atravessa momento complicado e não tem sido sombra do jogador que cativou a arquibancada. A oito jogos sem balançar a rede, ele atravessa seu maior jejum pelo Fla e seu distanciamento da grande área tem gerado críticas de rubro-negros.

Para piorar ainda mais o que já não está bom, o artilheiro foi atingido por um copo de cerveja na saída de campo e ainda viu sua mãe sair em sua defesa no Maracanã, fato que gerou confusão com alguns torcedores que protestavam contra o goleador.

Em queda livre em 2021, o Rubro-negro tem mais nove compromissos até os 90 minutos mais importantes do ano. Sem muita convicção no futuro, o clube vai tentar reencontrar os resultados para apaziguar o presente. Um novo revés pode precipitar uma guinada radical a menos de um mês para a decisão continental.