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Cuca faz contas para título brasileiro: "Podemos cair para 50% dos pontos"

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/11/2021 23h56

Após vencer o Grêmio por 2 a 1 na noite de hoje (3), o técnico Cuca comentou sobre as contas que faz para saber até que porcentagem da vantagem atingida no Brasileirão o Atlético-MG poderá perder, e ainda assim terminar com o título nacional. Segundo ele, a conquista virá mesmo se a equipe baixar seu aproveitamento para 50% nos últimos nove jogos.

"Se vamos falar em números, o Flamengo tem 62% do aproveitamento, e o Palmeiras com um pouco menos. Eles, pra chegarem a 74 pontos, vão ter que ter 73% de aproveitamento, 11% a mais do que têm hoje. E nesse momento do campeonato é muito difícil ter uma alta, a estabilidade é geral. E nós, em contrapartida, estamos com 72%, podemos dar uma caída pra 50%. E dificilmente alguém vai alcançar", disse o comandante, que fez ponderações à matemática, no entanto.

"Em números, as coisas ficam mais claras. Mas se pensar que domingo tem o América e quarta o Corinthians, não fica tão claro assim. O América teve a semana toda até o próximo domingo, não teve esse nosso desgaste. Cada jogo vem o coração na boca, é muito difícil", contrapôs.

Caso o time mineiro de fato conquiste metade dos 27 pontos que lhe restam, terminará a competição com 75 pontos. Dessa maneira, o Flamengo, dono do segundo melhor aproveitamento da competição, precisaria fazer ao menos 25 dos 33 pontos restantes, subindo seus atuais 61,7% para 75,7% de aproveitamento nas últimas 11 partidas.

Cuca comentou também que já esperava uma partida difícil diante do Tricolor Gaúcho, uma vez que, na reta final da Série A, os confrontos tendem a se equilibrar ainda mais.

"Um jogo muito complicado, muito difícil. Eu sabia que seria um jogo assim, porque nessa altura do campeonato é muito difícil negociar a vitória. Os três pontos se tornam mais difíceis que no 1º turno, porque está definido quem luta pelo quê. Cada um disputa uma coisa. Não sei qual é mais difícil: quem luta contra o rebaixamento ou pelo título ou pela Libertadores", comentou.

O próximo compromisso do Galo será diante do América-MG, no domingo (7), novamente no Mineirão, às 16h. Com 62 pontos, o time de Cuca lidera a competição e está dez pontos à frente do Palmeiras, o segundo colocado.

Confira outras respostas de Cuca durante a coletiva de imprensa:

Momento do Galo e avaliação do jogo contra o Grêmio

Um jogo muito complicado, muito difícil. Eu sabia que seria um jogo assim, porque nessa altura do campeonato é muito difícil negociar a vitória. Os três pontos se tornam mais difíceis que no 1º turno, porque está definido quem luta pelo quê. Cada um disputa uma coisa. Não sei qual é mais difícil: quem luta contra o rebaixamento ou pelo título ou pela Libertadores. Hoje foi um jogo pra cardíaco. O Grêmio jogou uma partida. Não sei se fizeram outro grande jogo assim no campeonato. Desde o começo criou oportunidades. Você tem que propor o jogo e vez ou outra vai ceder contra-ataques, e eles encaixaram. E a gente demorou um pouco pra ajeitar e entender.

Com o empate, veio uma desconfiança do tamanho de um bonde dentro do jogo [com o empate], e nós tomamos conta do jogo de uma forma melhor que no primeiro tempo. Criamos alternativas, mexemos na equipe, e fomos felizes em fazer o 2 a 1. Tem que comemorar muito.

Como se sente nesse momento, após a vitória?

Me sinto cansado como se eu estivesse jogado o jogo. Machucado. Jogo muito tenso, nervoso, muito difícil. Mesmo o Grêmio tendo dez jogos pela frente, eles vão lutar e muito porque têm uma grande equipe. Tem meia dúzia de selecionáveis que são ou já foram. É um time que deveria estar na parte de cima da tabela, são coisas que acontecem.

Escalação de Tchê Tchê foi por desgaste? E Diego Costa?

Foi por necessidade. Abrimos mão disso logo no início do segundo tempo, com o cartão que o Tchê Tchê tomou. Sobre a entrada do Diego: já havíamos o utilizado em outros jogos. É uma adaptação que ainda vai ser feita ao longo dos jogos. Hoje fizemos mexidas em jogadores que são importantes. Temos que enaltecer os que saíram também. O Hulk nos deu tantas vitórias, e hoje foi substituído, mas de forma alguma perde confiança nossa, do elenco, da torcida.

Avaliação sobre atuação de Nacho e mudança de posição

Ele jogou em diversas posições. Começou como um quarto homem por um lado do campo, depois com as mudanças acabou vindo pra dentro e acabou sendo um terceiro volante. Foi um coringa que usamos bem durante a partida e jogou muito bem.

Jair teve de ser preservado. Faltou dinamismo ao meio-campo sem ele?

Sim, ele é um jogador técnico, que tem muita força e muita qualidade. Passe é preciso, tempo de jogo, bola aérea, marcação. Faz muita falta quando não joga. E é um jogador que está acostumado com a camisa do Atlético, com grandes jogos, mas tem que tomar cuidado. Se não, vai perder o jogo, e nessa hora não podemos perder ninguém. Às vezes tem que abrir mão para poder contar com ele.

Atuação do Réver em campo. Como avalia?

Queria que ele tivesse 26 ou 27 anos. Pra eu poder usar todo dia e todo jogo. É um cara importantíssimo pra nós. Mas temos que dosar, a gente sabe, ele sabe.

Você acredita que o título não vai escapar pelo time confiável que tem?

A gente tem regularidade. Se mantivermos o índice, seremos campeões. Se cair 10%, vai ser campeão. Mas a gente não sabe o que vai acontecer. Se emplacam uma segunda derrota hoje, as coisas mudavam. Abrimos dois pontos em relação ao Flamengo, mantivemos em relação ao Palmeiras, e isso é fundamental. Ainda mais pra nós que não ganhamos há tanto tempo.

Como administra a ansiedade?

Eu controlo a ansiedade acordando e fazendo contas. Temos que ter equilíbrio, não das coisas internas, mas nos resultados. Se perder a estribeiras num resultado e perder dois ou três [em seguida], você vai ter mais de uma derrota. E temos que manter o equilíbrio. Temos uma margem de erros, e temos que saber administrar.