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Avelar visita exposição antirracista no Museu do Futebol: 'Aprendi muito'

Danilo Avelar e a pesquisadora Winnie Bueno no Museu do Futebol  - Divulgação
Danilo Avelar e a pesquisadora Winnie Bueno no Museu do Futebol Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

05/11/2021 18h32

O zagueiro Danilo Avelar visitou ontem (4) o Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, para acompanhar a exposição 'Tempo de Reação - 100 anos do goleiro Barbosa', que trata sobre pautas antirracistas no esporte mais popular do planeta. Nos últimos meses, após o caso de injúria racial que o tirou dos planos do Corinthians, o atleta tem buscado informações sobre o tema e estudado com a pesquisadora Winnie Bueno.

"Foi uma visita muito bacana, em que aprendi muita coisa boa e refleti sobre como posso ser antirracista e ser reforço na causa. Estou pesquisando muito sobre esse assunto, entendendo temas como Racismo Recreativo, Imagens de Controle, estou tentando absorver o máximo de conhecimento para mudar ajudar da forma que for possível e passar um pouco desse aprendizado para as pessoas que estão ao meu redor", afirma o jogador.

Personagem central da exposição, Moacyr Barbosa é um dos maiores vencedores da história do Vasco da Gama. O goleiro disputou a Copa do Mundo de 1950 e, após a derrota para o Uruguai, foi apontado pela imprensa como o responsável pelo episódio conhecido como Maracanazzo. O jogador foi vítima de racismo e o Museu do Futebol propõe uma reflexão sobre o tema. A exposição fica em cartaz até o dia 30 de janeiro de 2022.

"Estou estudando e fazendo cursos com pessoas capacitadas como a Winnie Bueno, que é uma grande pesquisadora que está me ensinando semanalmente, diariamente sobre o tema, porque as minhas maiores preocupações são 'as coisas vão ser sempre assim? Meu filho vai crescer em um mundo racista assim?'", questiona o defensor do Corinthians.

"Diante desses estudos, comecei a entender outras coisas que vêm lá do racismo, da parte da escravidão, vem lá de trás certos comportamentos que nós temos no dia a dia. São coisas rotineiras que estão enraizadas e temos que mudar isso. Só silenciar o problema não resolve, e era o que eu fazia antigamente, eu não fazia nada em prol de combater o racismo. Eu tive que me alertar para poder melhorar, como estou fazendo. Fui na CUFA (Central Única das Favelas), dentro das comunidades conversar com as pessoas que fazem as ações, entender mais as dificuldades das pessoas, o porquê da questão racial estar tão atrelada à questão de classe", completa.

Em junho deste ano, durante uma partida de CS:GO (Counter Strike - Global Offensive), Avelar escreveu uma frase de conotação racista ao chamar um outro usuário de 'fih de rapariga preta'. O caso ganhou repercussão nas redes sociais, o jogador reconheceu o erro, e o Corinthians optou em não continuar com o contrato.

Como Avelar estava se recuperando de uma cirurgia de reconstrução no ligamento, o Corinthians não pôde romper o vínculo de trabalho. O atleta segue se recuperando no CT Joaquim Grava e seu futuro será decidido pela diretoria de futebol no início da próxima temporada.

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