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Dirigente folclórico do Flamengo inventou roubo para desviar foco em vexame

Do UOL, em São Paulo

05/11/2021 04h00

O Flamengo campeão mundial de 1981 teve nos bastidores uma figura importante e folclórica, o supervisor Domingos Bosco, que era o responsável por intermediar questões entre os jogadores e a diretoria do clube rubro-negro, cuidando de todos os detalhes, desde o morango para a sobremesa de Zico até a criação de factoides para desviar a atenção em momentos importantes.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Dudu Monsanto conta, entre as histórias do podcast 81, sobre o título mundial do Flamengo, algumas curiosidades a respeito da figura de Domingos Bosco no clube, como o dia em que ele inventou um roubo no vestiário durante a campanha no Campeonato Brasileiro de 1980. O episódio ocorreu quando o time que se sagraria campeão sofreu uma de suas duas derrotas na competição, para o Botafogo-PB, no Maracanã.

"Quando o Flamengo foi campeão brasileiro em 1980, ele apanhou poucas vezes, perdeu poucos jogos e uma dessas derrotas foi surpreendente, tomou 2 a 1 do Botafogo da Paraíba no Maracanã. O que o Domingos Bosco faz quando acaba o jogo para desviar o foco da atuação do Flamengo, que tinha sido jantado pelo Botafogo-PB? 'Roubo no Maracanã, roubaram as coisas do Zico, roubaram a correntinha, roubaram não sei o que, dentro do vestiário do Maracanã'", conta Dudu.

"Roubaram nada, o Bosco pegou, escondeu isso e criou uma celeuma ali, no vestiário, para desviar o foco", completa.

Em trecho apresentado no Dividida, Dudu Monsanto também relembra uma provocação do dirigente ao rival Botafogo antes de um clássico no Maracanã com declaração a jornal dizendo que o Alvinegro era "titica de galinha".

"O Bosco deu uma entrevista para o Jornal dos Sports que rendeu a seguinte manchete: 'Bosco: Botafogo é titica de galinha'. Você imagina para o jogador do Flamengo a situação que ficou, o Bosco dá uma bravateada dessa. O Flamengo ganhou de 3 a 0 e, no dia seguinte, o Bosco solta 'Não falei?'. Um outro tempo do futebol. Um outro nível de provocações, era um futebol mais romântico", conta o jornalista.

Dudu conta que Domingos Bosco chegou ao Flamengo com a experiência de ter trabalhado anteriormente com a Máquina Tricolor, time histórico do Fluminense, o que ajudou o dirigente a lidar com o vestiário do clube rubro-negro.

"O Bosco acabou sendo forjado em um grande rival do Flamengo nessa função. Ele começou a tomar conta dos jogadores da Máquina Tricolor, então você imagina, Búfalo Gil, Paulo Cezar Caju, Manfrini, só cobra criada. Então, ele teve um PHD de malandragem futebolística tomando conta dessa turma e no Flamengo, ele pegou uma rapaziada mais jovem, um pouco menos do balacobaco e conseguiu administrar muitas crises", conclui.

O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.