Briga no fim do Gre-Nal é herança de cinco anos de provocações
Tão logo o clássico Gre-Nal acabou, jogadores do Internacional comemoraram como se fosse um título. Entre abraços e idas para torcida, Patrick correu até a beira do campo, pegou dois caixões em azul, branco e preto, e foi até os aficionados. O ato gerou a ira dos gremistas e fez o fim do jogo virar confusão. Mas não foi só por isso.
A briga entre jogadores de Inter e Grêmio reflete anos de provocações. Os dois lados, quando ganham, costumam abusar das palavras e atos contra o oponente. E quando houve um pedido de trégua, virou chacota.
O que os gremistas reclamam hoje aconteceu com os colorados anos antes. Lembremos que o clássico já descambou para briga generalizada no ano passado, algo que por pouco não ocorreu de novo.
Eu sei o que vocês já fizeram
Não é difícil lembrar provocações claras entre jogadores de Inter e Grêmio. Ainda que antes disso já fosse realidade, aquela que pode simbolizar o início do atual período de fervor e que acertou em cheio o oponente foi a de Eduardo Sasha, hoje no Atlético-MG. No Gauchão de 2016, após o Inter marcar contra o Juventude, ele foi até a bandeirinha de escanteio, a pegou e dançou a "Valsa dos 15 anos", período que o Tricolor não conquistava um grande título.
Foi tudo que precisava para desencadear uma série de respostas. Em 2016, o Grêmio venceu a Copa do Brasil, e na comemoração lembrou de Sasha na hora. Luan aproveitou entrevista para xingar o atacante, que passou a ser lembrado em músicas da torcida gremista.
Em seguida, não foram poucos os duelos com provocações após o apito final. Nos vestiários, jogadores do Grêmio gravavam vídeos provocando os do Inter. E no âmbito público, outro ato importante ocorreu após o título da Libertadores de 2017. No regresso ao Brasil, após a taça erguida na Argentina, os gremistas desfilaram pela cidade cantando: "Um minuto de silêncio, para o Inter que está morto".
Em 2018, D'Alessandro organizou um movimento que visava a trégua. Após os gremistas seguirem no tom provocativo a cada vitória, D'Ale chamou um grupo de jogadores do rival para conversar. Entre eles estavam Maicon e Geromel. A proposta era evitar que as palavras provocassem violência.
Mas Maicon não aceitou o pedido, e a tentativa de paz virou motivo de chacota. Gremistas dizem até hoje que os jogadores do Inter "pediram arrego".
Em 2020, o pico da discórdia entre gremistas e colorados fez o primeiro clássico Gre-Nal da história da Libertadores acabar em pancadaria e oito expulsões.
A marca vergonhosa no enfrentamento não serviu para que isso tivesse fim. No Gre-Nal decisivo, com título gaúcho deste ano, Rafinha e Diego Souza fizeram músicas no vestiário citando jogadores e o Inter em tom jocoso.
Ontem (6), mais um capítulo aconteceu. Patrick pegou caixões, Cortez foi para cima, e novamente os gols, dribles e chutes na bola dariam lugar a socos e pontapés não fosse a ação dos seguranças e policiais. E, depois do jogo, a provocação ocorreu de novo, no tom contrário, e indicou que isso não parece que irá acabar, apenas mudará de lado conforme a vitória trocar de dono.
O que disseram os treinadores
Depois da partida, os dois treinadores foram perguntados sobre a confusão que sucedeu ao jogo. Diego Aguirre não entrou em detalhes e disse que "não viu bem" o que houve, mas que não deveria acontecer. Vagner Mancini, por sua vez, criticou a conduta dos atletas.
"Não vi bem o que aconteceu. Obviamente que não deveria acontecer, mas é só isso. Não sei bem o que houve. Amanhã (hoje) terei mais informações. Eu estava vibrando com a torcida, comemorando, não vi direito o que houve lá", falou o técnico do Inter
"Lamentável a confusão, lamentável. O futebol é para ser jogado dentro de campo, a partir do momento... E eu já tinha entrado na vestiário, depois eu acabei retornando, quando vi a confusão, e eu não entendi, depois eu escutei algumas coisas que já aconteceram. O mais importante é a gente olhar para o lado do futebol, essas cenas são lamentáveis. A gente lamenta a atitude de muita gente, eu não vou ficar aqui pontuando porque se não vou desviar o foco da entrevista", opinou o gremista.
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