De falso 9, Renato Augusto joga menos, mas erra mais passes e comete faltas
No dia 24 de outubro, quando o Corinthians visitou o Internacional no Beira-Rio, o técnico Sylvinho promoveu uma novidade tática ao escalar Renato Augusto como um falso 9. O camisa 8 também fez a função nos dois jogos seguintes, diante da Chapecoense e do Fortaleza. Na posição, o meia passou a tocar menos na bola, errar mais passes e a ser um jogador faltoso. No coletivo, não houve uma mudança aparente nas estatísticas da equipe.
O UOL Esporte levantou os números de todos os jogos de Renato Augusto pelo Corinthians com pelo menos 45 minutos em campo. Jogando no meio de campo, o atleta tem média de acerto de passe de 88,9%, enquanto apresenta 77,2% nas vezes em que atua como falso 9.
Outra estatística relevante é o número de toques na bola. De acordo com os números do aplicativo Sofascore, Renato tem uma média de 66,6 toques por jogo com a camisa do Corinthians nas vezes em que atua como meia armador ou como volante. Na frente, sendo a referência do ataque, o número é menor — 57,3.
Traduzindo os dados para o que acontece dentro de campo, Renato Augusto tem tido dificuldade em jogar de costas para o gol. Afinal, o corintiano pega menos na bola do que de costume e quando a tem sob o seu domínio costuma errar mais do que quando está em sua posição de origem. Uma estatística que corrobora com isso é a quantidade de faltas cometidas por jogo: 3 por partida atuando de falso 9 contra 0,71 nos compromissos escalado de meia.
Sylvinho foi questionado sobre o tema no último sábado, logo após a vitória, por 1 a 0, diante do Fortaleza. O treinador explicou que conversou com membros de outras comissões técnicas sobre o posicionamento de Renato, teve um diálogo com o próprio atleta e o vê com características para fazer a função, assim como também o enxerga como meia armador e primeiro volante.
"Um atleta de uma versatilidade muito grande. O Renato pode te fazer um falso 9, pode te fazer um tripé no meio de campo, pode fazer o primeiro volante como já fez em algum momento. São as características que o atleta empresta ao clube e eu não vou negligenciar nenhuma. Eu coloco o Renato de atacante, ele faz dois gols e passa a servir. O Renato empresta muita coisa. Enquanto enxergarmos assim, ele vai fazer. O Renato não vai jogar de lateral-esquerdo, o Giuliano não vai jogar de zagueiro. Isso não iremos fazer, é óbvio. São duas, três funções que ele pode fazer e ajudar o time. Quanto mais conhecermos o atleta, melhor. Temos que continuar conhecendo e melhorando", argumentou.
Olhando os números coletivos do Corinthians com e sem Renato Augusto de falso 9, há um impacto positivo no número das finalizações da equipe. Com o reforço de atacante, o Timão chutou uma média de 15 vezes por jogo, enquanto com o camisa 8 pelo meio, o número médio foi de 11,8.
No entanto, é preciso observar que nas últimas três rodadas, a equipe mediu forças com a Chapecoense — lanterna do Brasileirão — em casa. Naquela partida, o time de Santa Catarina optou em uma estratégia de praticamente se defender e viu o Corinthians fazer uma blitz ofensiva. As estatísticas do confronto ajudam a elevar os números.
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