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Derrota em clássico expõe falta de combatividade do Santos de Carille

Colaboração para o UOL, de São Paulo

08/11/2021 04h00

Foi 2 a 0 para o Palmeiras em cima do Santos, mas poderia ter sido quatro, levando em consideração que o Verdão teve dois gols anulados. À primeira vista, parece que o Palmeiras massacrou o rival no clássico, mas ao observar os números, o que se viu mesmo foi uma partida equilibrada e repleta de chances para ambos os lados. A diferença a favor do alviverde ficou justamente naquilo que é tido como característica primordial de Fábio Carille: a defesa.

Estatisticamente, Santos e Palmeiras ficaram muito próximos em diversos quesitos. Posse de bola foi 51% a 49% para o Palmeiras. Finalizações, 15 a 14. O Santos teve mais escanteios, 4 a 2, e os time ficaram empatados em defesas do goleiro: 4 a 4.

A discrepância morou mesmo nos desarmes: foram 19 do Palmeiras contra apenas quatro do Santos em 90 minutos. Um verdadeiro calcanhar de Aquiles do Santos nesse Brasileirão.

Segundo dados do site Footstats, o Santos é o vice-lanterna em quantidade de desarmes (361 vezes), atrás apenas do Juventude (354), que tem um jogo a menos na tabela. Ao mesmo tempo, é o nono time que mais foi desarmado no Brasileirão (440).

Quanto ao Palmeiras, é o terceiro time com mais desarmes certos no campeonato (473 vezes), atrás apenas de Flamengo (474) e Internacional (502). O Santos não venceu nenhum desses dois times. Ele perdeu por 4 a 0 para o Flamengo e empatou em 2 a 2 com o Inter. Ambos estão no caminho santista nessa reta final do Brasileirão.

Outro número preocupante para o Santos é o de perda de bola. Na partida de ontem, isso aconteceu 121 vezes, contra 108 do Palmeiras. De acordo com o Footstats, o Santos é o time que mais perde a bola na competição, com um total de 882 vezes.

Em termos táticos, no clássico, o Santos manteve o mesmo 3-4-3 em que Carille vem apostando nos últimos jogos. O esquema funcionou bem nas vitórias contra o Athletico-PR e Fluminense, mas parou diante do Palmeiras, que já trabalha o contra-ataque como base do seu estilo de jogo.

Para o técnico, o que pesou a favor do Palmeiras no clássico foi o entrosamento do time, enquanto o Santos errou em algumas leituras que permitiram o avanço dos comandados de Abel Ferreira.

"Faltou uma melhor cobertura e leitura das jogadas ali dentro de campo, e a gente acabou sofrendo muito. A ideia era preencher mais o meio de campo na parte final do jogo, para que a gente pudesse ter mais gente para disputar a bola, já que eles estavam flutuando com quatro jogadores por dentro, mas mesmo assim a gente continuou com dificuldade de leitura e o Palmeiras acabou tendo mais posse de bola nessa parte final do jogo", analisou o técnico após a derrota.

Na quarta-feira (10), o Santos enfrentará o Red Bull Bragantino, outro time que também apresenta bons números no quesito defensivo. São 440 desarmes certos em 31 jogos.

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