Como jogava o Al-Sadd de Xavi e o que ele pode levar para o Barça
A contratação de Xavi para o posto de técnico do Barcelona despertou reações emocionadas de torcedores do clube. Um dos maiores ídolos da história dos catalães e um maestro absoluto como jogador, o espanhol chega com a missão e a expectativa de reviver os tempos dourados de um time em crise. Mas deixando um pouco de lado a mística e a identificação com o Barça, o que esperar de fato do Xavi treinador?
Não é novidade que, como técnico, Xavi procura manter os princípios de jogo que o fizeram grande como jogador. Seu único trabalho na carreira foi a passagem de pouco mais de dois anos pelo Al-Sadd, o principal clube do Qatar, onde conquistou sete títulos: um campeonato nacional, duas Copas do Qatar, duas Copas do Emir, uma Supercopa e uma Stars Cup. Sempre buscando um futebol propositivo, de posse de bola e marcação alta.
"Eu me descreveria como alguém que gosta de ter a bola. Eu sofro se meu time não tiver a bola. Sou o mesmo de quando joguei, quando adorava estar no comando da bola. O que eu quero é que minha equipe tenha controle, e acho que você tem isso quando tem a posse. Foi assim que fui criado no Barça e na seleção", disse ele em entrevista ao site da Fifa.
Taticamente, Xavi vinha usando um sistema de três zagueiros no Al-Sadd — algo que Ronald Koeman também tentou algumas vezes no Barcelona, sem muito sucesso, antes de sua demissão. O desenho libera bastante os alas e pontas para atacar pelos lados, algo que Xavi já avisou que quer repetir no Barça, mesmo que a formação seja um pouco diferente.
"No Al-Sadd, jogávamos no 3-4-3, pois éramos dominantes, mas aqui podemos começar com um 4-3-3 e depois passar para um 3-4-3 ou até mesmo um 3-5-2. Queremos ser intensos, agressivos, recuperar a bola no campo do adversário. Um time que deixe a alma em campo", disse Xavi em sua apresentação no Camp Nou.
Independentemente de como escalar o time, o certo é que o novo treinador vai buscar inspiração no modelo que seu mentor e ídolo Guardiola consagrou quando Xavi era jogador. Ao contrário de Koeman, que em alguns jogos tentou ser mais defensivo e esperar o adversário, argumentando que não tinha qualidade suficiente no elenco para jogar de outra forma — o que despertou a ira de torcedores e irritou o presidente Joan Laporta.
Depois de dois anos bem-sucedidos em um país da periferia do futebol mundial, com jogos em ritmo muito mais lento e tecnicamente menos exigentes que nas principais ligas europeias, Xavi tem a grande chance da carreira. A estreia acontece após a data-Fifa, em clássico contra o Espanyol, em 20 de novembro.
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