Arbitragem amplia guerra fria e volta a expor divergências entre Fla e CBF
A atuação do trio liderado pelo árbitro Denis Serafim, no empate em 2 a 2 contra a Chapecoense, aumentou um pouco mais a tensão nas relações entre o Flamengo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Um suposto pênalti não marcado sobre Gabigol e um impedimento precocemente marcado quando o camisa 9 partia em direção ao gol causaram indignação entre os rubro-negros, que não deixaram barato.
O clima de indignação era grande entre os dirigentes presentes na Arena Condá, mas encontrou eco entre aqueles que ficaram no Rio de Janeiro. Os rubro-negros estão convictos de uma participação da entidade no que classificam como desequilíbrio do Brasileiro.
Após a partida, o técnico Renato Gaúcho foi direto em suas críticas e dirigiu questionamentos a Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.
"Alguém vai perguntar para o Gaciba o que ele acha desses erros? Ele fala que o VAR tem 90% de chance de acertos. Alguém está sendo burro nessa história. Jogo do Atlético-MG foi com o Wilton Pereira Sampaio. O Raphael Claus apitou o do Palmeiras. No nosso jogo, um trio de Série B. Tenho minha culpa? Lógico que tenho. Não estou falando que o Flamengo empatou por causa da arbitragem, mas é Campeonato Brasileiro. O Gaciba não pode ficar escondido o tempo todo. Amanhã todo mundo vai bater no Renato. Mas e o Gaciba? Segue a vida. O Gaciba não aparece e toda rodada tem um problema. Bater no Renato é mole", disse ele.
A queixa do treinador não surtiu muito efeito a curto prazo. Na próxima rodada, alviverdes e alvinegros terão seus jogos arbitrados por árbitros com o emblema da Fifa, enquanto o duelo dos rubro-negros com o Bahia está a cargo de André Luiz de Freitas Castro, juiz enquadrado na categoria "Master".
As tensões entre as partes, no entanto, se acumulam e só crescem. Antes desse episódio de Chapecó, o Fla já havia manifestado seu descontentamento com o fato de a entidade ter recuado de sua promessa de adiar partidas quando jogadores fossem cedidos para as Eliminatórias.
As cessões recorrentes de atletas já resultaram em lesões e ampliaram o racha. Não bastassem questões referente ao campo, as partes já estiveram em lados opostos quando o Fla defendeu o retorno da torcida.
O presidente Rodolfo Landim já foi nomeado interventor da CBF, porém o plano não foi adiante —na verdade, terminou em questão de horas. A liderança em movimentos que contrariam os interesses da CBF, no entanto, custaram antipatia e alguma resistência. A Liga de Clubes, por exemplo, foi esvaziada e a criação do grupo caminha muito lentamente.
Em meio a este cenário, os cariocas se preparam para o voltarem a campo pela terceira vez em um espaço de sete dias. Amanhã (11), a equipe recebe a visita do Bahia, 19h, no Maracanã, pelo Brasileiro. A 11 pontos do líder Atlético-MG, os atuais campeões veem a taça como missão quase impossível e tentam juntar os cacos para a final da Libertadores.
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