Torcida e Mineirão embalam vitória do Cruzeiro, 5º pior mandante da Série B
A fim de evitar um fim de ano ainda mais trágico, já sem o acesso à elite do Brasileirão, o Cruzeiro entrou em campo ontem (9) para afastar de uma vez o fantasma da queda para a Série C. Pela segunda vez diante da torcida no Mineirão desde o começo da pandemia, agora com público acima de 30 mil pessoas, a Raposa jogou embalada pelo público celeste e venceu o Brusque por 2 a 0. Foi somente a quinta vitória do elenco em 18 partidas como mandante no campeonato.
O resultado rendeu aos comandados de Vanderlei Luxemburgo não somente a distância de oito pontos para o Z4, mas a melhor posição do time nessa edição da Segundona, ao menos momentaneamente: o décimo lugar, com 46 pontos.
Apoiando o time desde o início até após o apito final, quando ovacionaram Rafael Sóbis pela última partida de sua carreira, os torcedores assistiram a um Cruzeiro que se impôs em Belo Horizonte: a equipe começou melhor em campo, abriu o placar com Vitor Leque, soube segurar os avanços do adversário e ampliou no início da etapa final, em um golaço de Giovanni.
O bom desempenho nessa terça-feira não reflete a campanha da Raposa em casa na Série B, ao mesmo tempo em que sublinha a falta que fez a energia do Mineirão em sua campanha. Foram quatro derrotas, nove empates e cinco vitórias, com 24 pontos de 54 possíveis, ou 44% do aproveitamento em seus domínios. As estatísticas fazem do time o quinto pior mandante da competição - até o jogo diante do Brusque, era o quarto.
Somente Confiança, Vitória, Brasil de Pelotas e Londrina, também os quatro últimos da classificação geral, têm números piores quando mandam suas partidas.
Giovanni e Luxemburgo alfinetam organização do Mineirão
Desde o reencontro com a torcida no Mineirão, na vitória diante do Confiança, com a presença de pouco mais de 4.000 pagantes, o Cruzeiro havia mandado todas suas partidas na Arena do Jacaré ou no Independência. Na primeira oportunidade de jogar com casa cheia em seu estádio, somente 35 mil lugares foram liberados pela administração, que alegou não poder receber o público máximo por questões operacionais.
Autor de um belíssimo gol, o segundo do Cruzeiro na noite de ontem, o meia Giovanni exaltou e agradeceu o apoio da China Azul. Porém, a respeito da não lotação do estádio, que já havia sido alvo de críticas de Sérgio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro, Giovanni também demonstrou incômodo com a organização.
"Ficamos chateados do Mineirão não estar lotado, porque não liberaram. Nosso rival joga com carga máxima, e liberaram pra eles. Então não tem desculpa. Nós temos o direito também", disse o meia.
Já Luxemburgo foi mais rigoroso ao falar sobre o assunto, e assegurou que a torcida lotaria o estádio se houvesse capacidade liberada para isso.
"Só não apareceu mais torcedor por causa de política e empresas que só pensam em ganhar dinheiro. E não tem tratamento igual como tem que ser feito. Deixar de botar mais 30 mil pessoas porque a empresa simplesmente cismou que não podia colocar, e nos dias anteriores colocou. É impressionante como tem pessoas que vivem no futebol só pra se aproveitar. Impossível essas coisas acontecerem no futebol, empresas têm que ter a competência para administrar jogos seguidos", disse o técnico.
Sem mais aspirações na Série B, o Cruzeiro agora só terá mais uma partida como mandante na temporada. Será o último jogo do clube nessa edição do campeonato, pela 38ª rodada, diante do Náutico, no próximo dia 28, às 16h (horário de Brasília).
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