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Presidente do América-MG desculpa Mancini: "Talvez esteja arrependido"

Vagner Mancini pediu demissão do América-MG em outubro para assumir Grêmio no Z4 - Marcello Zambrana/AGIF
Vagner Mancini pediu demissão do América-MG em outubro para assumir Grêmio no Z4 Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

12/11/2021 04h00

A 32ª rodada do Campeonato Brasileiro vai marcar o reencontro de Vagner Mancini com o América-MG. O treinador pediu demissão do clube mineiro, em outubro, para assumir o Grêmio e liderar novo round da briga gremista contra o rebaixamento. À época, a decisão do técnico não gerou só surpresa no Independência. Incomodou a diretoria. Mas agora, a cúpula ensaia uma espécie de perdão. E aos olhos do presidente do Coelho, o antigo funcionário pode até estar repensando a escolha tomada no mês passado.

"Talvez o Mancini esteja até arrependido [a saída de Belo Horizonte para assumir o Grêmio]. Não nos falamos recentemente, ele está vendo o América-MG de longe, mas sabe o que temos aqui. O que criamos aqui, o ambiente que o clube possui", disse ao UOL Esporte Alencar da Silveira Jr., presidente do América-MG.

Vagner Mancini trocou o América-MG, então 11º colocado na tabela, para assumir o Grêmio, penúltimo na classificação. No clube gaúcho, o treinador tem duas vitórias e quatro derrotas. Na equipe mineira, saiu com sete vitórias, nove empates e cinco derrotas em 21 jogos.

O dirigente, de todo modo, afirma que, da parte do clube, o técnico será bem recebido no retorno a Belo Horizonte. Isso só não quer dizer que a torcida nas arquibancadas não possa pensar diferente.

"O Vagner foi importante aqui, fez um bom trabalho. Será sempre bem-vindo. Ele colaborou e a gente só tem a agradecer por aquilo que fez", afirmou. "A torcida, talvez, pegue no pé dele. Mas a gente virou a página aqui", acrescentou.

América-MG e Grêmio se enfrentam no sábado (13), às 18h30 (horário de Brasília), na Arena Independência. O time gaúcho corre atrás de pelo menos mais quatro vitórias em oito jogos para escapar do rebaixamento.

Recado datado

Quando o Grêmio optou pela saída de Felipão, desligado após derrota para o Santos, e, antes do anúncio de Vagner Mancini como seu substituto, o presidente do América-MG chegou a postar mensagem no Twitter que reclamava do assédio gremista. Também deu garantias sobre a permanência do técnico. Acabou desmentido horas depois.

"No calor do momento eu disse aquilo, mas passou. Sinceramente? Eu fui surpreendido, sim, com a saída dele. Mas vida que segue. O América-MG é maior do que qualquer um de nós, ele e eu. Vamos enfrentar um técnico que nos conhece bem, mas o Marquinhos Santos pode surpreendê-lo, com certeza", alertou o dirigente.

Marquinhos Santos, ex-Juventude, foi o escolhido pelo América-MG para a sequência do campeonato. O clube faz contas para garantir, matematicamente, a permanência da Série A. E até sonha com possível vaga em torneio sul-americano para 2022. Por isto, o jogo com o Grêmio no sábado (13) é visto como importante.

"A gente precisa destes três pontos contra o Grêmio para encaminhar a nossa vida e depois passar a pensar em coisas maiores. Tenho escutado que a torcida vai pegar no pé dele no sábado, mas temos que olhar para frente", declarou Alencar da Silveira Jr., presidente do América-MG."Minha relação sempre foi muito boa com o Vagner Mancini e a verdade é que eles nos ajudou muito aqui, desde que chegou. A relação era de respeito. O Mancini é um cara do bem, uma grande pessoa", elogiou o dirigente mineiro.

O que Vagner Mancini diz

Depois da vitória do Grêmio diante do Fluminense, na terça-feira (9), o treinador comentou sobre o encontro com o ex-time. Mas sem entrar em polêmica alguma sobre a saída.

"Sábado temos mais um jogo difícil. Se eu conheço a equipe do América, o América também me conhece e isso acaba dando uma equilibrada no confronto. Mas é importante quando você conhece. Eu tenho informação de 11, 15, 18 jogadores e eles têm de um. Mas era um cara que estava com eles no dia a dia", declarou Vagner Mancini.

Em Porto Alegre, Mancini recebe mais que o dobro do salário anterior. E o contrato com o Grêmio ainda prevê prêmio em caso de permanência na primeira divisão. Em Minas Gerais, os valores ofertados foram tratados como decisivos para o treinador topar a oferta gremista.