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Botafogo será julgado por discriminação após gritos contra bandeirinha

Presidente do Botafogo, Durcesio Mello chegou a entregar um pedido de desculpas formal à assistente - Twitter do Botafogo
Presidente do Botafogo, Durcesio Mello chegou a entregar um pedido de desculpas formal à assistente Imagem: Twitter do Botafogo

17/11/2021 16h11

O Botafogo será julgado pelos gritos de seus torcedores contra a árbitra assistente Katiúscia Mendonça na partida contra o Brusque, na Série B do Brasileiro. O time foi denunciado por discriminação e responderá ao artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O julgamento será na próxima segunda-feira, dia 22, a partir das 12h.

Na partida válida pela 31ª rodada, dia 20 de outubro, o árbitro relatou na súmula as repetidas ofensas discriminatórias dirigidas à assistente no final do primeiro tempo de jogo. A pena vai de cinco a dez partidas (se praticada por atleta, treinador, médico ou membro da comissão técnica) ou suspensão pelo prazo de 120 a 360 dias (se praticada por qualquer outra pessoa), além de uma multa entre R$100 a R$100 mil.

"Ao sair do campo do jogo no intervalo da partida a torcida de equipe mandante gritou em direção a assistente Katiuscia Mendonça repetidas vezes a palavra ''p*, p*, p*'. Ao término da partida o presidente do Botafogo FR, senhor Durcesio Mello se dirigiu até a assistente com um pedido formal de desculpas através de uma carta relatando que o Botafogo FR não compactua das ofensas proferidas pelos torcedores".

Na denúncia, a Procuradoria destacou que "o ato discriminatório foi tão grave que o presidente da equipe denunciada ao final da partida fez questão de ir pessoalmente se desculpar pelo comportamento de sua torcida". Ainda de acordo com a Procuradoria, o gesto foi bonito e merece aplausos, mas não é possível isentar o clube de uma punição severa.

"Já passou da hora, e há tempos, de deixarmos de achar que o futebol é um mundo à parte com regras civilizatórias próprias, onde o preconceito em todas as suas esferas é tolerado. Basta! O futebol não é um território livre em que todos os seus atores, isso incluindo as torcidas, podem ofender, podem agredir, podem ser homofóbicos, podem ser racistas, podem ser machistas. Dentro e fora de campo temos que evoluir. Essa permissividade e, o que é pior, até defesa não podem prosperar", escreveu o procurador responsável pela denúncia.

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