Brasil fecha 2021 com Vini Jr e Paquetá em alta e Gabriel Jesus em branco
A seleção brasileira fez neste mês suas duas últimas partidas de 2021. Pelas Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, venceu a Colômbia por 1 a 0 — resultado que garantiu a classificação para o Mundial de 2022 — e empatou sem gols com a Argentina, ontem (16), fora de casa.
No balanço destas duas partidas, Tite e sua comissão técnica têm pontos altos e baixos para levar em conta na sequência do trabalho. Vinicius Júnior e Lucas Paquetá, por exemplo, foram boas notícias dentro de campo, ao passo que Gabriel Jesus ampliou para 17 seu número de jogos sem fazer gols pela seleção e perdeu espaço de um jogo para outro.
O próximo jogo da seleção está marcado para o dia 27 de janeiro de 2022. Será o primeiro desafio de um ano que só termina no Qatar.
Quem sobe
Vinicius Júnior
Convocado só depois do corte de Roberto Firmino por lesão, jogou 50 minutos contra a Colômbia e o tempo inteiro diante da Argentina como substituto de Neymar. É praticamente a minutagem que ele tinha somados os sete jogos anteriores: 147 contra 177 minutos. Escalado com pouca responsabilidade defensiva para atacar espaços e tentar jogadas de um contra um pelo lado esquerdo, teve bom rendimento e ainda protagonizou um lance histórico: uma carretilha na linha de fundo para cima do lateral argentino Molina. A imagem rodou o mundo.
Lucas Paquetá
Teve bom desempenho nos dois jogos de novembro. Contra a Colômbia atuou como um ponta de articulação pelo lado esquerdo e fez o gol da vitória com passe de Neymar. Já diante da Argentina teve uma função mais de meia central com a entrada de Vinicius Júnior na ponta. Correspondeu bem mais uma vez e quase deu passe de gol no primeiro tempo. É um titular versátil, consistente e tecnicamente capacitado.
Fred
É bem possível que tenha sido o melhor em campo contra a Argentina, já vindo de um jogo sólido diante da Colômbia. Apesar de ser um titular contestado por alguns torcedores e analistas, tem entregado bom desempenho tanto ofensivamente, quanto defensivamente. Ontem acertou uma bola no travessão de Emiliano Martínez no mesmo jogo em que foi o líder de desarmes do Brasil. É o ponto de equilíbrio de que Tite tanto fala.
Em geral foi um ano maravilhoso para a gente, nos classificamos muito bem, sofremos poucos gols e fizemos muitos gols. Infelizmente tivemos aquela derrota na final da Copa América, mas levantamos a cabeça e continuamos, nos classificamos antecipadamente para a Copa e isso foi muito importante para a gente. Pessoalmente estou muito feliz de ter mais minutos em campo, para mim é importante. Procuro me doar e fazer o melhor para que possa continuar jogando. Em geral foi um ano muito bom para todos e principalmente para mim."
Fred, volante da seleção brasileira
Defesa
Tite apostou numa linha defensiva que só mudou duas peças de um jogo para outro. Contra a Colômbia, Alisson, Danilo, Marquinhos e Alex Sandro tiveram a companhia de Thiago Silva e Casemiro. Contra a Argentina entraram Éder Militão e Fabinho, e o nível foi mantido. A seleção cedeu poucas finalizações e passou em branco os dois jogos. Agora, de 13 partidas nas Eliminatórias, são dez sem sofrer gols. De 68 sob o comando de Tite desde 2016 são 47, quase 70%.
Quem desce
Gabriel Jesus
Recebeu contra a Colômbia a chance de ser o centroavante titular do Brasil pelo segundo jogo seguido, mas decepcionou. Substituído aos 18 minutos do segundo tempo, ele se afobou nas poucas chances de finalização que teve e não conseguiu sintonia com Neymar e os pontas. Na hora em que foi substituído na Neo Química Arena, parte da torcida até soltou uma vaia. Gabriel Jesus perdeu espaço para Matheus Cunha e contra a Argentina jogou só nove minutos.
Raphinha e Antony
Melhores notícias da seleção nos jogos de outubro, os pontas decepcionaram nestes últimos desafios. Raphinha foi titular duas vezes, mas não participou de jogadas de gol — contra a Argentina, sofreu uma cotovelada violenta de Otamendi, que não foi expulso, num lance perigoso, mas produziu pouco. Foi a primeira substituição de Tite. Já Antony saiu do banco nos dois jogos e também não fez diferença. Tite já havia alertado que é normal esperar oscilações dos jogadores de 24 e 21 anos de idade.
Quem joga no Brasil
Só dois jogadores que atuam no Brasil foram convocados por Tite depois de um acordo da CBF para poupar os times na reta final do Campeonato Brasileiro. Gabriel Chapecó (Grêmio) e Edenilson (Internacional) não foram utilizados. Para janeiro a tendência é que estejam todos disponíveis, mas alguns podem encontrar dificuldade para voltar às convocações, como Everton Ribeiro num contexto em que Paquetá se estabeleceu e Philippe Coutinho voltou a ser visto de perto. Weverton é uma certeza, mas outros como Gabigol e Guilherme Arana podem sofrer por espaço.
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