Em jogo marcado por polêmicas com a arbitragem, Argentina e Brasil ficaram no 0 a 0 nesta terça-feira (16), em San Juan, pelas eliminatórias da Copa do Mundo-2022. Sem Neymar e já classificada para o Mundial, a seleção brasileira fez um jogo truncado com os donos da casa. Houve mais jogadas ríspidas do que chances perigosas para abrir o placar.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Luiza Oliveira José Trajano, Marluci Martins e Mauro Cezar Pereira - os comentaristas analisaram o desempenho das duas seleções. Eles gostaram da atuação dos comandados de Tite, mesmo sem contar com Neymar em campo. Já a Argentina recebeu algumas críticas.
"Era um jogo de eliminatórias entre uma seleção classificada e outra que vai se classificar. Era uma oportunidade de testar as duas equipes do ponto de vista técnico. O que se viu foi um jogo, por parte da Argentina, muito violento. Pouco jogado e muito brigado. Foi um jogo que deixou a desejar mais pela Argentina do que pelo Brasil, que fez um jogo bem aceitável sem o Neymar", opinou Mauro, referindo-se à ausência do atacante, que não viajou à Argentina após sentir dores musculares.
Marluci aprovou o que viu em campo, já que a seleção atuou com vários jogadores jovens diante de um adversário mais 'cascudo'. "Gostei, até porque a seleção pegou um time pronto. A Argentina é uma seleção muito bem aceita por sua torcida, ao contrário do Brasil, que tem uma torcida tão distante e é um time ainda em formação. O Tite tem dúvidas, e isso é visível a cada convocação, em que ele busca algumas respostas para questões ainda não resolvidas", analisou.
Para Trajano, a seleção brasileira foi superior aos donos da casa. "Um 0 a 0 é sempre desagradável. Para os técnicos, porém, deve ter sido muito bom, porque eles puderam observar alguns detalhes: qual jogador não correspondeu, qual jogou mais do que o esperado... O Brasil jogou mais do que a Argentina. Não que tenha jogado bem. Foi um jogo muito pegado, truncado, e a Argentina estava jogando para valer", apontou.
Mauro estranhou a postura dos argentinos durante a partida. "Foi um jogo mais brigado do que jogado. A Argentina levou esse jogo muito a sério. Ela passou até esse período pré-jogo contra o Uruguai poupando o próprio Messi e encarando essa partida como a continuação da final da Copa América. Achei muito estranho esse comportamento. A Argentina ganhou a Copa América no Maracanã e parecia que ela tinha que provar alguma coisa. Foi um comportamento até violento em alguns momentos, agressivo", observou o colunista do UOL.
Embora tenha elogiado a atuação dos jovens da seleção, Marluci fez uma ressalva. "Gostei pelo aspecto de jogar sem o Neymar. Tem o lado triste de não ter o craque do time, mas é uma oportunidade de testar o time sem essa referência. A seleção sempre foi muito dependente do Neymar e hoje se comportou muito bem sem ele. Jogou com desenvoltura, mas pecou muito nas finalizações. Percebo muita ansiedade em alguns jogadores. É normal, porque são jovens e ainda não se firmaram", destacou a colunista do UOL, citando Vinícius Júnior como um dos atletas mais ansioso.
Trajano se frustrou com a atuação da Argentina, em especial do seu setor ofensivo. "Foi um jogo muito pegado e a Argentina levou mais a sério do que o Brasil. Esperava que a partida tivesse muitos gols. Há uma coisa que me decepciona na Argentina: acho o ataque fraco. Joga com pouca gente na frente. O Messi não estava naquele dia encantado que a gente poderia imaginar", completou.
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