São Paulo faz 2 a 0 no Palmeiras e respira na briga contra o rebaixamento
Uma semana que começou turbulenta se transformou em alívio para o São Paulo. Pressionado pela luta contra o rebaixamento no Brasileirão, a equipe de Rogério Ceni não tomou conhecimento de um Palmeiras com poucos titulares escalados por Abel Ferreira. Gabriel Sara e Luciano fizeram os gols da vitória por 2 a 0 que faz com que o time do Morumbi volte a ter um pouco de paz na temporada.
O mau momento são-paulino, escancarado após a goleada por 4 a 0 sofrida para o Flamengo em pleno Morumbi, teve reações internas. O Conselho Deliberativo adiou a reunião que votaria a reforma estatutária do clube, enquanto no CT da Barra Funda, líderes da principal organizada foram conversar com alguns jogadores para pedirem mais raça.
O importante resultado no Allianz Parque tende a acalmar um pouco os ânimos no Morumbi. A vitória leva o São Paulo para a 14ª colocação com 41 pontos, cinco a menos que o Bahia, primeiro time na zona de rebaixamento, mas que tem dois jogos a menos que o time paulista. Além do mais, o Juventude também bateu o Fluminense, ficando a dois pontos do Tricolor, mas com um jogo a menos —é a mesma situação do Atlético-GO, em 16º. A luta contra a queda ainda existe, mas o cenário agora é um pouco mais otimista.
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O que vem por aí
Os próximos dois compromissos são-paulinos serão em casa. Na próxima quarta-feira (24), a equipe recebe o Athletico, quatro dias depois da final da Sul-Americana. No fim de semana seguinte, o adversário no Morumbi será o Sport.
Enquanto isso, o Palmeiras segue seu planejamento visando a final da Libertadores, marcada para o dia 27. A equipe ainda enfrenta o Fortaleza fora de casa, no sábado (20), e o Atlético-MG na terça-feira (23) antes de focar todas as suas atenções para o Flamengo. A equipe de Abel Ferreira está na terceira posição do Brasileirão, com 58 pontos, 13 a menos que o líder Atlético-MG.
O melhor: Gabriel Sara
O meio de campo tem sido a boa notícia do São Paulo neste período de preocupação com o rebaixamento. E um dos responsáveis é Gabriel Sara. Polivalente, ele tem sido importante tanto na marcação quanto na construção de jogadas. Foi dos pés dele que saiu o gol que abriu o placar hoje e o que fecharia o marcador no Allianz Parque, mas acabou anulado por impedimento.
O pior: Jorge esteve perdido em campo
O lateral-esquerdo teve uma chance como titular e demonstrou ter um longo caminho a percorrer de volta ao seu melhor futebol. Sem ritmo, ficou num limbo. Não tinha força para chegar à frente e apoiar o ataque com sua habilidade. Tampouco mostrava capacidade física para compor a defesa nas chegadas do São Paulo.
Abel mescla o time, e Palmeiras sofre para entrar na rotação do São Paulo
Abel Ferreira escalou um meio-campo sem meias de criação. Assim, Danilo acabou sendo o homem mais solto e articulador do ataque. Nos primeiros minutos, parecia que Abel conseguira uma boa formação. Era só aparência. O time foi demonstrando seus defeitos aos poucos.
É compreensível, com a final da Libertadores batendo à porta —se bem que somente daqui a dez dias—, que Abel colocasse alguns jogadores para descansar. Mas o técnico abusou, em especial porque escalou muitos jogadores sem ritmo, completamente fora de rotação, juntos. Casos de Renan, Jorge, Willian e Luiz Adriano, péssimos na primeira etapa.
Arboleda volta do Chile para ser titular
A importância do jogo para evitar o rebaixamento fez com que o São Paulo mandasse para campo o que tinha de melhor. E isso incluía um esforço de Robert Arboleda. Se ontem o zagueiro entrou no segundo tempo da partida do Equador contra o Chile, em território chileno, hoje ele já estava entre os titulares são-paulinos.
São Paulo briga para não cair, mas o nervosismo é palmeirense
A escalação com poucos titulares do Palmeiras indicava um time que se importaria muito com o duelo, mesmo sendo um clássico. Mas essa postura mudou assim que soou o apito inicial. Dentro de campo, um Palmeiras muito nervoso era retrato de sua torcida, que reclamava e mostrava impaciência a cada jogada errada.
O clima ficou pior com o gol de Gabriel Sara e se estendeu por todo Allianz Parque. A reclamação contra Patrick de Paula, que segurava demais a bola, aumentou e a arbitragem virou um alvo constante. Assim que o primeiro tempo terminou, Abel Ferreira dirigiu reclamações ao quarto árbitro, antes de rapidamente descer para o vestiário.
Na arquibancada logo atrás do treinador, a irritação era da mesma proporção. Torcedores foram até às grades xingarem jogadores do São Paulo. Quando um decidiu reclamar dos atletas palmeirenses, um empurra-empurra teve início, sendo contido pelos seguranças e por outros palmeirenses próximos.
Patrick entrega um gol e tem pouca ajuda
Com Danilo se projetando no ataque, coube a Patrick de Paula fazer a saída de jogo do Palmeiras. E ele não tinha muita ajuda dos companheiros, de modo que ficava muito tempo com a bola nos pés e era alvo de vaias. Mas, aos 15 minutos do segundo tempo, ele falhou de modo imperdoável. Recebendo de Weverton na intermediária defensiva, de costas para o ataque, perdeu a bola que resultou no segundo gol tricolor.
Luciano encerra jejum de 11 jogos
As aflições são-paulinas parecem que decidiram acabar todas no mesmo dia. Se a vitória afasta um pouco o fantasma do rebaixamento, no ataque Luciano respira mais aliviado. O camisa 11, um dos mais queridos pelo torcedor tricolor, voltou a balançar redes depois de 11 partidas de um jejum para lá de incômodo.
Torcida palmeirense perde de vez a paciência
O segundo gol do São Paulo fez ferver ainda mais o caldeirão que se tornou o Allianz Parque para os jogadores do Palmeiras. As reclamações aumentaram e atingiram seu ápice aos 22 minutos do segundo tempo, quando Abel Ferreira fez uma substituição tripla.
Quando Matheus Fernandes deixou o gramado, as primeiras vaias surgiram, mas a situação ficou pior na vez de Luiz Adriano. Em atrito aberto com a torcida palmeirense, ele foi vaiado por praticamente todo o estádio, que em uníssono cantou: "Luiz, c..., fora do Verdão". A situação do atacante é crítica com os palmeirenses há tempos, mas aumentou no episódio em que ele xingou um torcedor durante a partida contra o Red Bull Bragantino.
A impaciência sobrou até para Abel Ferreira. O treinador deixou o gramado antes do fim da partida e acabou ouvindo algumas reclamações por parte dos torcedores palmeirenses.
O jogo do Palmeiras: meio-campo sem homem de criação e ataque sem força
Abel Ferreira entrou com um time 80% reserva e um meio-campo com três volantes, sem homem de criação. O resultado foi um time apostando tudo em bolas longas esticadas, na tentativa de aproveitar erros do São Paulo, que pouco aconteceram. Danilo era o homem mais avançado do meio. Mas com Willian e Luiz Adriano muito inoperantes, o Palmeiras levou pouco perigo ao rival.
O jogo do São Paulo: meio de campo intenso, mas muitas chances perdidas
Rogério Ceni já afirmou mais de uma vez que o esquema 4-4-2 é o que mais bem se encaixa no elenco atual do São Paulo. E a razão disso passa pelo meio de campo. Formado quase inteiramente por jogadores revelados em Cotia - a exceção era Vitor Bueno, o setor dá a intensidade necessária para um time sem pontas de velocidade.
Atento na marcação, Igor Gomes fez mais uma partida segura. Mais à frente, Gabriel Sara foi o responsável por abrir o placar no primeiro tempo, quando avançou pelo meio, trouxe para dentro e bateu no canto de Weverton.
São Paulo abusa da cera
Levando para casa três pontos importantíssimos na briga contra o rebaixamento, o São Paulo não tinha a mínima pressa para reiniciar as jogadas. Nos tiros de meta, Volpi se preparava com toda calma do mundo, enquanto a torcida se desesperava nas arquibancadas e Abel Ferreira, à beira do gramado.
A demora são-paulina incomodou o árbitro Marcelo de Lima Henrique aos 12 minutos do segundo tempo. Vendo que seria substituído, Vitor Bueno desabou. Antes de chamar atendimento médico para o meia-atacante, o árbitro mostrou cartão amarelo ao são-paulino. Mais adiante, Rigoni saiu sem pressa alguma de campo ao ser substituído por Éder, o que enlouqueceu o palmeirense Danilo.
Cronologia do jogo
O São Paulo abriu o placar aos 23 minutos do primeiro tempo com Gabriel Sara. No segundo tempo, Luciano aproveitou falha de Patrick de Paula e fez o segundo para o time tricolor.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 X 2 SÃO PAULO
Motivo: Campeonato Brasileiro, Rodada 33
Local e Horário: Allianz Parque, às 20h30
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique - RJ
Auxiliares: Eduardo Gonçalves da Cruz - MS e Márcia Bezerra Lopes Caetano - RO
VAR: Rodrigo Carvalhaes de Miranda - RJ
Gols: Gabriel Sara, aos 23 do 1º tempo; Luciano, aos 15min do 2º (SÃO)
Cartões Amarelos: Patrick de Paula (PAL). Vitor Bueno e Eder (SÃO)
Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha, Kuscevic, Renan e Jorge; Matheus Fernandes (Raphael Veiga), Patrick de Paula (Zé Rafael) e Danilo, Breno Lopes (Scarpa), Luiz Adriano (Rony) e Willian (Wesley). Técnico: Abel Ferreira
São Paulo: Volpi; Igor Vinícius, Arboleda, Miranda e Reinaldo (Léo); Igor Gomes, Gabriel Sara, Rodrigo Nestor (Gabriel) e Vitor Bueno (Marquinhos); Rigoni (Eder) e Luciano (Benítez).Técnico: Rogério Ceni
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