Seleção da Dinamarca fará boicote comercial à Copa do Qatar
Classificação e Jogos
Após conquistar a vaga para a Copa do Mundo de 2022, a seleção da Dinamarca anunciou medidas em protesto à realização da competição no Qatar. A federação de futebol do país europeu se posicionou contra o governo do país-sede do Mundial e tem demonstrado preocupação a respeito das denúncias sobre violações dos direitos humanos no Qatar.
Entre as medidas anunciadas pela Federação Dinamarquesa está o boicote comercial ao torneio e a preocupação com o bem-estar dos trabalhadores na Copa. O uniforme de treino e o kit oficial que será usado na competição não terão patrocinadores, mas estamparão frases a favor dos direitos humanos.
A seleção dinamarquesa destaca ainda que só receberá serviços de hotéis e empresas que prezem pelo respeito aos direitos trabalhistas dos imigrantes no país. Por fim, a federação também afirma que só viajará ao Qatar "quando for absolutamente necessário ou para contribuir com o diálogo político" no país.
"Estamos intensificando ainda mais nossos esforços por um diálogo crítico para aproveitarmos o fato de estarmos classificados para trabalhar por mais mudanças no país", declarou Jakob Jensen, presidente da Federação Dinamarquesa de Futebol, em comunicado oficial.
As iniciativas foram lançadas após a denúncia da Anistia Internacional sobre violações de direitos humanos e trabalhistas no Qatar. Em relatório divulgado ontem (16), a entidade internacional relata a morte de seis trabalhadores sob suspeita de negligência e exposição ao calor excessivo no ambiente de trabalho.
O relatório pede também o fim da kafala — que restringia os trabalhadores migrantes de deixar o país ou mudar de emprego sem a permissão do empregador — e pede uma melhora salarial, uma vez que, de acordo com o 'Daily Mail', trabalhadores que atuam na construção do Estádio de Lusail, palco da final da Copa, recebem 12 libras esterlinas (cerca de R$ 88) por 11 horas de trabalho por dia.
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