"Sem projeto, não tem Gallardo", diz diretor do Inter que veio do River
No comando do River Plate desde 2014 e se notabilizado como o principal técnico trabalhando no futebol sul-americano, com dois títulos, um vice-campeonato e duas semifinais da Libertadores, além da proximidade do título argentino, Marcelo Gallardo tem seu ciclo considerado como já perto do fim no clube onde é ídolo. Caberia a ele uma vinda ao futebol brasileiro ao final da passagem pelo clube de Núñez? Para Gustavo Grossi, diretor esportivo do Internacional e que trabalhou durante seis anos com o treinador, não seria uma tarefa simples.
Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, o diretor que trabalha na formação e transição de atletas do Colorado questiona qual clube brasileiro daria a estabilidade em um contrato de 3 anos para o principal treinador da América do Sul, além de ressaltar que para Gallardo não basta apresentar uma boa proposta financeira.
"Você acha que algum clube brasileiro assinaria um contrato de 3 anos com ele? A minha questão é essa, se existe algum clube brasileiro que lhe dê 3 anos, sem nenhuma possibilidade de mandá-lo embora. Eu não sei, eu recém-cheguei ao Brasil e há coisas que eu prefiro olhar, analisar e depois falar. Não poderia assegurar uma coisa e nem a outra, a única coisa que eu sei é isso, que se não tem projeto, não tem Gallardo", afirma Grossi.
"Vai depender muito do perfil, seja no Brasil, seja na França, seja na Inglaterra, Espanha, onde seja. É uma pessoa de uma construção não somente dentro do campo 90 minutos para a torcida ficar feliz toda semana, é uma pessoa que gosta de fazer coisas mais além do futebol, mais além do dia a dia do atleta específico", completa.
Embora os rumores na imprensa argentina indiquem a saída de Gallardo, Gustavo afirma que o treinador tem o River como a sua casa e só vai sair do clube no dia em que encontrar em outro lugar condições tão favoráveis como as que tem hoje.
"O River Plate sempre vai ser para ele a primeira opção por uma série de coisas emocionais, vínculos, organização, projetos e no momento em que Marcelo decidir sair, vai sair para onde terá a oportunidade de trabalhar em um projeto. Se tiver um projeto que tem que ser vencedor, mas que também tenha objetivos a longo prazo. Se existe algum clube que possa dar essas condições, certamente ele pode escutar a possibilidade de construir uma ideia dentro ou fora da América do Sul, na Europa, onde seja, mas não é um treinador somente para dar certo quatro jogos e se ganhou está tudo bem", afirma o diretor do Inter.
"Ele é muito competitivo, não trabalharia em um time que não tem chance de ganhar tudo, mas da mesma forma, analisa muito cada um dos projetos dos clubes onde ele poderia chegar a trabalhar e por isso, até que não encontre um lugar melhor do que as condições que o River lhe dá, não estou falando do econômico, mas da gestão integral, ele continuará neste lugar até que alguma coisa aconteça", completa.
Gustavo Grossi também destaca que trabalhar com Gallardo é lidar com um prodígio, com grande capacidade intelectual e que para aceitar algum trabalho em um clube brasileiro, estaria estudando previamente as condições que encontraria, sem aceitar antes de uma preparação.
"Teríamos que falar do Gallardo como um prodígio, como uma intelectualidade acima da curva, com uma compreensão do todo, dentro e fora do campo, e com uma estratégia e uma condução muito clara de um clube que é a cabeça dele, então uma combinação forte onde ele costuma manejar muito bem os momentos, agora imagine que o River poder ser campeão da Liga Argentina com sete atletas da base jogando como titulares no time, com um potencial econômico muito forte, em um momento muito complicado da Argentina economicamente e isso não foi por acaso", afirma o ex-parceiro de trabalho de Gallardo.
"Acho que ele se em algum momento decidir vir trabalhar no Brasil, o clube que contratá-lo vai ter previamente que dar uma preparação ou ele também se preparar em muitas coisas para dar certo, não vai se permitir vir aqui para não dar certo. Isso é a única coisa que eu posso acreditar, depois disso são decisões deles, eu não me meto nas coisas dele, sua vida privada, tivemos um relacionamento profissional muito bom, uma relação muito boa, mas eu não me meto nas decisões, somente compreendendo e conhecendo as pessoas eu sei que sem preparação, sem conhecimento, tem pessoas que decidem ficar no lugar onde se sentem mais equilibrados", conclui.
O Dividida vai ao ar às quintas-feiras, às 14h, sempre com transmissão em vídeo pela home do UOL e no canal do UOL Esporte no Youtube. Você também pode ouvir o Dividida no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Amazon Music.
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