Sylvinho credita derrota do Corinthians no Maraca à "qualidade do Flamengo"
O técnico Sylvinho justificou a derrota do Corinthians para o Flamengo à qualidade do próprio Rubro-negro. Em coletiva de imprensa, o comandante do Timão explicou que mandou a campo um time ofensivo e tinha como objetivo agredir a equipe carioca em seu campo de defesa. No entanto, a tática não saiu conforme o esperado e foi o adversário que jogou seu time para trás.
"Saímos com um time ofensivo com presença de área. Nosso time não saiu defensivo, saiu como saiu na semana passada [referindo-se ao jogo contra o Cuiabá, na Neo Química Arena]. O adversário é de uma qualidade importante de jogo e ele vai te jogando para trás. Tivemos alguns momentos em que controlamos o jogo, mas tivemos muita dificuldade. No segundo tempo, até um pouco a mais", explicou Sylvinho.
Ao longo dos 90 minutos de partida, o Flamengo teve 57% da posse de bola e finalizou 22 vezes contra apenas seis chutes do Corinthians. Depois de muito pressionar, o Rubro-negro conseguiu o gol da vitória aos 49 minutos do segundo tempo com Bruno Henrique aproveitando uma jogada de Rodinei pelo lado direito do ataque.
O Corinthians registrou apenas 394 passes na partida e muito pouco conseguiu chegar com perigo ao campo adversário. Questionado se houve uma diferença física entre as equipes (o Flamengo disputou o jogo com sua formação reserva), Sylvinho rechaçou a ideia e deu créditos ao trabalho desempenhado pela comissão técnica rubro-negra.
"O adversário é o bicampeão brasileiro, finalista da Libertadores e com grandes atletas. É um time construído, um time que está buscando finais e títulos. Não tem absolutamente nada a ver com a parte física, é uma questão de um jogo difícil e jogo duro. A performance não foi boa e não conseguimos o resultado".
Com a derrota, o Corinthians estaciona nos 50 pontos ganhos, mas mantém a 5ª colocação na tabela do Campeonato Brasileiro, dois pontos atrás do Red Bull Bragantino — o primeiro dentro do G4. Na próxima rodada, o Alvinegro encara o Santos, na Neo Química Arena, pela sequência da principal competição nacional.
Veja a entrevista completa de Sylvinho:
Qual nota você daria para o desempenho do Corinthians?
"Não foi bom, não tivemos um bom jogo. Repetimos um time que vinha de um resultado favorável em casa, mas se trata de um jogo fora e um rival muito forte tecnicamente. Independentemente das mudanças, é o atual campeão brasileiro e finalista da Libertadores. Remetendo ao nosso desempenho, não foi bom devido a uma qualidade alta que tem do lado contrário que vai te jogando para trás. No primeiro tempo, mesmo com o time ofensivo com Roger, Jô e Renato, encontramos bastante dificuldade. O campeonato é muito difícil e o rival é bastante qualificado também".
Postura defensiva foi estratégia adotada antes da partida?
"Ao contrário. Saímos com um time ofensivo com presença de área. Parte da resposta está na pergunta. Nosso time não saiu defensivo, saiu como saiu na semana passada. O adversário é de uma qualidade importante de jogo e ele vai te jogando para trás. Tivemos alguns momentos em que controlamos o jogo, mas tivemos muita dificuldade. No segundo tempo, até um pouco a mais".
Sobre a decisão de colocar Vitinho no segundo tempo
"É um atleta que dá suporte, um atleta que como meio-campista dá um suporte maior no lado esquerdo e ajuda o Fábio que estava sofrendo".
Por que o Gustavo Mantuan não foi uma opção no segundo tempo?
"Temos apenas um 9, que é o Jô. Quando ele estiver cansado e optarmos por outra estratégia, obviamente teremos que colocar alguém ali. Já foi o Luan e poderá voltar a ser, já foi o Roger Guedes, já foi o Renato Augusto e tem a possibilidade de Mantuan que estamos buscando e vendo o crescimento do atleta nos treinos. Temos um 9, que é o Jô, o Mantuan é um 8,5, quase um 9. Tem característica diferente e vamos ter que buscar alternativas diferentes caso o Jô não jogue".
Sobre postura defensiva do Corinthians
"Óbvio que não é estratégia. Se fosse estratégia mudaríamos a escalação, não jogaria o Jô, não jogaria o Renato, não jogaria nem o Giuliano. Poderia optar pelo Roni, Du Queiroz. Volto a dizer: se trata do mesmo time que jogamos em casa [rodada passada, contra o Cuiabá]. Óbvio que são jogos diferentes, um adversário qualificado, que é o bicampeão brasileiro e vai te jogando para trás. Esse é um dos times mais ofensivos possíveis, repetimos a escalação, mas o adversário é potente. O desempenho não foi bom e por isso fomos jogados para trás".
Sobre sequência de sete jogos sem vitória fora de casa no Brasileirão
"Passamos o primeiro turno inteiro respondendo o contrário. Por que o time do Corinthians performa bem fora? Por que agora não entrega? Esse é um time que constrói. Ele mudou três ou quatro atletas e isso muda, deixando de ser um time mais mecânico para um time mais técnico. Mais técnico você pressiona menos e precisa encontrar alternativas de equilíbrio. Ou seja, é a alternância nossa dentro do campeonato. Você não pode tirar de um contexto, tem que analisar quem são esses sete times. Agora sim estamos buscando um time que ganhe em casa e ganhe fora, esse é o melhor cenário e estamos buscando alternativas. É um time que vai se moldando em um campeonato difícil e complicado, ainda temos uma posição muito boa no campeonato. Estamos buscando o nosso objetivo de vaga direta na Libertadores dependendo apenas dos nossos esforços".
Sobre a situação de Victor Cantillo
"O atleta ontem estava em Barranquilla e jogou 45 minutos, não teria a mínima condição. Temos que pensar na saúde do atleta. Trabalhamos com o que temos aqui, com as possibilidades reais que temos. Hoje, buscamos a melhor alternativa e não tivemos um bom desempenho. É um campeonato longo, difícil e que vai se arrastar até a última rodada".
Sobre dificuldade da equipe trabalhar a bola contra o Flamengo
"O que é um atleta ficar isolado no meio de campo? Repetimos o time e os conceitos e ideias são os mesmos. O que te faz muitas vezes não conseguir criar é um adversário do outro lado, que foi um adversário qualificado e forte. Sim, não conseguimos trocar os passes. Houve um erro quando abrimos o campo no segundo tempo. Muitas vezes no primeiro tempo, depois dos sete ou dez minutos — que não foram bons, muito ruins aliás — conseguimos abrir um pouco o campo. Só que a nossa conclusão não estava boa, o nosso acabamento não estava bom. Não era essa a estratégia de jogo, era continuar jogando no campo do adversário com a bola. Nosso acabamento não foi bom, pecamos nisso e o nosso número de passes é em decorrência disso".
Ainda sobre Gustavo Mantuan
"O Mantuan vem de lesões graves e, desde a minha chegada aqui, sabia do histórico do atleta. Não somente das lesões, como também da qualidade dele. Tem treinado muito bem e está se reencontrando como atleta. É um jogador que vislumbramos coisas importantes. Falo com muitos atletas e o Mantuan é um deles. Ele é um falso 9, poderia atuar dessa maneira. Mas temos apenas um 9, que é o Jô. Sem ele, temos buscado alternativas. O próprio Mantuan não é um 9, pode jogar pelo lado esquerdo. Temos tomado muito cuidado e ele está crescendo".
Sobre o clássico contra o Santos e o encontro com Fábio Carille
"As lembranças são as melhores, tivemos um bom tempo trabalhando como auxiliares da casa. É bom poder falar dele, mas é jogo, é campeonato, é profissão. Por mais que eu toque no nome do Fábio com bastante carinho, a dimensão do jogo é altíssima e não cabe comparações. Estarão jogando Corinthians e Santos em um palco maravilhoso, então é trabalho. O Fábio é uma pessoa encantadora"
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