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Em expansão, Allianz Parque chega a 7 anos em paz, com afagos ao Palmeiras

Vista aérea do Allianz Parque - Divulgação/ WTorre
Vista aérea do Allianz Parque Imagem: Divulgação/ WTorre

Diego Iwata Lima

De São Paulo

19/11/2021 08h25

Há sete anos, o Palmeiras entrava em uma nova era de geração de receitas com a inauguração do Allianz Parque. Sem desembolsar um centavo, o clube "ganhou" uma arena ampliada e moderna, além da bilheteria de todos os jogos.

Em troca, tem de ceder o local para a realização de eventuais shows e eventos, além do funcionamento de lojas e restaurantes, sobre cujas receitas também recebe porcentagem.

Por muito tempo, a natureza pouco ortodoxa do contrato costurado pelo ex-presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, e assinado por Arnaldo Tirone, do qual ainda restam 23 anos, gerou rusgas entre as partes. Tanto que foi preciso instaurar um processo de arbitragem para que clube e construtora se entendessem sobre pontos do contrato. Mas há três meses, a arbitragem foi suspensa.

"Vivemos um ótimo momento como parceiros", disse ao UOL Esporte Cláudio Macedo, 38, CEO da WTorre Entretenimento, administradora e gestora do Allianz Parque, no cargo há cerca de um ano. "Hoje, os shows não são vistos pelo clube como intrusos na arena. E o futebol também não é visto como um intruso pelo lado da empresa", exemplifica.

"O Avanti Diamante e o Passaporte Allianz Parque, por exemplo, competem entre si. Já entendemos que não faz sentido haver dois, deveria ser um produto único", diz ele sobre as modalidades do Palmeiras e da WTorre de acesso máximo a eventos mediante mensalidade.

Vivendo um momento de paz, os parceiros hoje se sentam à mesa para negociar interesses mútuos em um plano de expansão que nasceu justamente quando o público dos jogos sumiu, por conta da pandemia.

"Se houve algo bom na pandemia, foi que, com a arena vazia, percebemos que estávamos sendo sub-utilizados". Nesse período, executivo e empresa viveram dois baques: a não esperada extensão da pandemia pós-2020, e a morte de Walter Torre, fundador da empresa.

Projetos trabalham na expansão de atividades e afagam Palmeiras

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Breno Lopes Rony posam ao lado da taça da Libertadores, na nova sala de troféus do Palmeiras
Imagem: Cesar Greco

Inicialmente, o projeto não tinha um nome. Ele se auto-batizou, como explica Macedo: "O Arena Viva tem como objetivos criar algumas finalidades dentro da arena ligadas ao entretenimento e à história do Palmeiras", diz ele. Em outras palavras, a ideia era identificar o que de novo poderia ser adicionado para gerar receita.

Foi por conta dessa iniciativa que a Sala de Troféus do Palmeiras finalmente destravou e saiu do papel. "Esse é um grande exemplo de como algo pode ser bom para a WTorre Entretenimento e para o Palmeiras ao mesmo tempo", diz Macedo.

"É algo icônico para o Palmeiras, mas para nós também é muito importante, reforça nossa parceria. Entre criar um restaurante ou uma sala de troféus, o segundo é certamente mais relevante", afirma. Na mesma linha do "é bom para todo mundo", uma nova e ampliada loja de itens do clube será inaugurada no estádio em 2022, com saída para a Avenida Francisco Matarazzo.

E num movimento excelente para relacionamento com o público, e que não demandará altos investimentos, a empresa estuda ampliar e alterar a área onde as torcidas organizadas se posicionam, no Gol Norte.

Já quanto ao fato de o time às vezes ser desalojado para que shows aconteçam, não há muito remédio, explica Cláudio.

"Tentamos sempre bloquear as datas mais agudas dos campeonatos disputados pelo Palmeiras, mas, às vezes, vai acontecer. Até porque, o calendário vive mudando, e grandes turnês exigem antecedência nas negociações", explica.

"Mas acho que hoje o próprio torcedor entende que isso faz parte do pacote de se ter uma arena como o Allianz Parque. Isso é a parte do funcionamento estádio que faz com que empresas comprem e patrocinem camarotes, pois permite que não apenas palmeirenses consumam no local. E quanto mais gente, mais consumo, maior também é a receita do clube", diz ele.

Restaurantes e co-working já funcionam; novo espaço de eventos está surgindo

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Show do BTS no Allianz Parque, em São Paulo
Imagem: Reprodução/Twitter

Mas há também novidades na parte alimentícia. Junta-se ao bem-sucedido Nagarô, de culinária japonesa, o Mustard, lanchonete no estilo norte-americano. No próximo ano, o italiano La Coppa e a churrascaria Braza tampem começam a funcionar no local, operados pela empresa concessionária da parte alimentícia do Allianz Parque, a GSH.

Outro ponto a ser explorado é o teto, ou "rooftop", do prédio de estacionamento da arena. Em parceria com a empresa que opera o Parque Estaiada, no entorno da ponte homônima, na Marginal Pinheiros, em São Paulo, será inaugurado um espaço de eventos para até 2500 pessoas, o Parque Mirante.

E um co-working para até 700 pessoas, o Base, também está em vias finais de construção. No momento, já há 360 posições utilizáveis, sendo algumas delas utilizadas pela própria equipe da WTorre Entretenimento. "Levei eles para lá, para sentirem o espaço", disse.