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OPINIÃO

Mauro: "Grande vilão da final foi Barbieri, incapaz de produzir algo"

Do UOL, em São Paulo

20/11/2021 21h44

Pela segunda vez, o Athletico conquistou o título da Copa Sul-Americana. Neste sábado (20), o Furacão levou a taça ao vencer o Red Bull Bragantino por 1 a 0 no estádio Centenário, em Montevidéu. O ponto alto da partida foi o golaço de Nikão, em uma partida marcada pelo baixo nível técnico

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte - com os jornalistas Isabela Labate, Mauro Cezar Pereira, Milly Lacombe e Rodolfo Rodrigues - os colunistas debateram sobre os poucos destaques da partida. Na análise deles, o jogo pouco vistoso foi resultado do que Alberto Valentim e Maurício Barbieri, treinadores das duas equipes, pensaram para o jogo.

"O jogo foi muito ruim e isso passa pelos treinadores. Um, pelo menos, é assumidamente assim. Faz a retranca dele, fez 1 a 0, fica com aquela pinta de cantor sertanejo universitário... Está tudo ótimo para ele, o Valentim. É o jeitão dele. O outro, que é vendido por muita gente como um técnico jovem e com grande potencial, foi incapaz de fazer o time dele produzir alguma coisa. O grande vilão hoje é o técnico Maurício Barbieri. O time dele não fez nada e ele, à beira do campo, também não conseguiu resolver nada. Empilhou atacante ao melhor estilo Renato Gaúcho", analisou Mauro.

Para Milly, o golaço marcado por Nikão foi o único instante em que realmente houve algo de bom futebol em campo. "Teve um momento em que o futebol visitou hoje o Monumental: foi quando o Nikão teve que improvisar criativamente e fazer aquilo que foi uma bicicleta, ou puxeta, para fazer o gol. Foi ali que houve um momento de futebol. Não tem planejamento, não dá para pensar, é só criatividade, só corpo", opinou.

Com um Athletico retrancado e um Red Bull Bragantino sem força ofensiva, a partida só poderia mesmo ter poucas emoções, como disse Rodrigues. "Foi uma partida com pouca intensidade. Só no finalzinho o Red Bull Bragantino deu uma pressãozinha tentando empatar o jogo, mas com poucas chances criadas. O Athletico jogou com seu estilo fechado, só explorando o contra-ataque. O Alberto Valentim fez seu primeiro jogo pelo Furacão e já levou o título nesse estilo, que a gente viu principalmente naquela partida contra o Flamengo no Rio: um time que não busca o ataque, fica na defesa esperando a hora de dar o bote e atacar", afirmou.

Mauro comparou os times do Athletico campeões da Sul-Americana e demonstrou sua preferência pela equipe de 2018. "Essa versão do Athletico é muito menos interessante do que a do Tiago Nunes em 2018, que era um time mais insinuante e jogava em alta velocidade. Sabia jogar com posse de bola quando era necessário. Era um time que conseguia se impor de outra forma diante de seus adversários, embora tenha vencido com muito sofrimento na Sul-Americana. Na Copa do Brasil, quando passou por cima de Grêmio e Inter, mostrou muito mais do que esse time. A proposta do Athletico é ter um estilo de jogo e tem hoje um técnico que não é adepto dele", destacou.

Na opinião de Rodrigues, a taça da Sul-Americana ficou em boas mãos. "Achei o título merecido pela campanha que o Athletico fez. O time passou por adversários fortes como o Peñarol, que era favorito nas semifinais. Eliminou LDU, América de Cali e fez uma campanha boa. Na partida de hoje, fez o seu estilo que adotou, de jogar fechado, e conseguiu bloquear bem o Red Bull Bragantino, que não apresentou nada demais taticamente. O Arthur esteve praticamente sumido em campo. Mas foi um feito o time ter chegado à final da Sul-Americana após ganhar a Série B há dois anos", completou.