Em 1961, Palmeiras perdeu Libertadores depois de derrota no Centenário
O estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, é um dos mais icônicos da história do futebol. Lá, em 1930, foi disputada a final da primeira Copa do Mundo. No próximo sábado (27), Palmeiras e Flamengo duelam, no Centenário, para saber quem leva a Taça Libertadores 2021. Mas o estádio uruguaio não traz boas recordações para o Verdão quando o assunto é Libertadores.
Campeão da Taça Brasil de 1960, o Palmeiras caminhava no início dos anos 60 para formar a primeira Academia do clube. Com o título nacional, veio a vaga para representar o Brasil na segunda edição da Libertadores, em 1961. Logo em sua primeira aparição no torneio, o clube paulista deu mostras de que estava ali para fazer história.
A equipe tinha nomes que ficaram consagrados para a memória dos torcedores palestrinos, como o goleiro Valdir Joaquim de Moraes, o lateral direito Djalma Santos — campeão mundial com o Brasil em 1958 —, o ponta Julinho Botelho e o meia Chinesinho, entre outros.
Naquela época, apenas os campeões nacionais podiam disputar a Libertadores. Assim, a edição de 1961 teve nove participantes: Independiente-ARG, Independiente Santa Fé-COL, Colo Colo-CHI, Jorge Wilstermann-BOL, Barcelona de Guayaquil-EQU, Olímpia-PAR, Universitário-PER, Peñarol e Palmeiras.
Na primeira fase o Palmeiras passou sem sustos pelo Independiente, que depois se tornaria o "rei de copas", ao se tornar o maior campeão da Libertadores, com sete títulos.
Venceu por 2 a 0 na Argentina em sua estreia no torneio e fez 1 a 0 no Pacaembu. Na fase seguinte, pegou o Santa Fé, da Colômbia. Empate em 2 a 2 fora de casa e 4 a 1 no jogo de volta, garantindo a vaga na final para o Verdão.
A decisão seria contra o Peñarol, atual campeão da competição. No dia 4 de junho, as duas equipes entraram no gramado do Centenário para começarem a decidir a Libertadores. Um jogo truncado que foi decidido no último minuto. Craque daquela equipe, Djalma Santos falhou aos 44 minutos do segundo tempo. Pressionado por Luis Cubilla, ele errou o passe e a bola foi parar nos pés de Spencer. O equatoriano que virou ídolo no Uruguai e se tornou o maior artilheiro da Libertadores com 54 gols não perdoou: tocou na saída de Valdir e fez a multidão explodir no Centenário.
Uma semana depois, no Pacaembu, o Verdão ia a campo jogando pela revanche para forçar o terceiro jogo. Só uma vitória interessava ao Palmeiras. Aos 5 minutos, porém, a situação complicou para o Palmeiras. Spencer ajeitou para Sacía encher o pé e vencer Valdir. A força do chute foi tanta que a bola furou a rede do gol alviverde, iniciando uma confusão, com os palmeirenses pressionando o juiz Jose Luiz Praddaude para que ele não marcasse o gol. A pressão não surtiu efeito e o gol foi confirmado.
A partir daí os donos da casa partiram com tudo para cima. O Peñarol armou a defesa e passou a explorar os contra-ataques. Em um deles, a equipe reclamou pênalti de Valdir em Spencer. Os palmeirenses também reclamam do goleiro Maidana em Chinesinho.
Sem conseguir furar a defesa uruguaia, a saída foi apelar para os cruzamentos. Nardo, que havia entrado no lugar de Romeiro, empatou. A partir daí, o Palmeiras armou uma blitz para marcar o gol que levaria a disputa pela taça para a terceira partida. No último minuto, Waldemar Carabina surgiu livre na área uruguaia e cabeceou sozinho, mas a bola triscou a trave e jogou para fora a chance de o Palmeiras ser o primeiro time brasileiro campeão da Libertadores.
Em 1968, o adversário do Palmeiras na final da Libertadores foi o Estudiantes-ARG. Em La Plata, vitória dos argentinos por 2 a 1. No Pacaembu, o Verdão venceu por 3 a 1. Assim, a decisão foi para o jogo desempate, que acabou sendo disputado no Centenário, em Montevidéu. O 2 a 0 deu aos argentinos o título daquela edição.
Bicampeão da Libertadores, o Palmeiras só conquistou sua primeira Libertadores em 1999. Comandada por Abel Ferreira, a equipe paulista é a atual campeã da competição. Campeão em 1981 e 2019, o Flamengo também é bicampeão do torneio, e quer entrar para o grupo de tricampeões da mais importante competição continental.
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