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Série B - 2021

Retorno de apenas dois grandes liga alerta sobre nível da atual Série B

Jogadores do Botafogo comemoram conquista da Série B - Volmer Perez/AGIF
Jogadores do Botafogo comemoram conquista da Série B Imagem: Volmer Perez/AGIF

Colaboração para o UOL, de São Paulo

22/11/2021 04h00

Quando a Série B começou em maio, havia a expectativa de que esta edição de 2021 seria a mais disputada de todos os tempos. Isso por conta da presença de cinco campeões brasileiros - 12 títulos ao todo. Porém, o que se viu ao longo dessas 37 rodadas foi uma dificuldade imensa para esses times.

Bicampeão brasileiro, o Botafogo conquistou ontem (21) o seu bicampeonato da Série B, após vencer o Brasil de Pelotas por 1 a 0. Além dele, apenas o Coritiba, vice-líder que perdeu as chances matemáticas de ainda brigar pelo título ao perder para o CSA, é um dos campeões brasileiros que estará de volta à elite em 2022.

Ambos contaram com o fator estabilidade para garantir o acesso, com destaque ao Botafogo, que até a 13ª rodada, quando Enderson Moreira foi contratado, era apenas o 11º colocado com 16 pontos. A partir daí foram 17 vitórias em 25 jogos, além de cinco empates e apenas três derrotas.

Nessa época, o Coritiba já era o vice-líder do Campeonato, assumindo a liderança três rodadas depois. O time comandado pelo paraguaio Gustavo Moringo permaneceu no topo da tabela por 17 rodadas, sendo ultrapassado pelo Fogão apenas na 34ª, quando começou a desestabilizar. Foram três derrotas nos últimos quatro jogos.

O outro campeão que ainda tem chances de acesso é o Guarani, que tem um confronto direto com o Goiás na noite de hoje (22) e enfrentará o campeão Botafogo na última rodada. O Goiás é o terceiro com 61 pontos, seguido por CSA, Guarani e Avaí, que brigam pela quarta vaga e estão empatados com 59 pontos.

Vasco e Cruzeiro, ambos tetracampeões brasileiros, viram o acesso como algo quase inalcançável esse ano.

O mais próximo que o Cruz-Maltino ficou do G4 foi um quinto lugar na décima rodada, ainda sob o comando de Marcelo Cabo. Depois, com Lisca e Fernando Diniz, a melhor posição alcançada pelo Vasco foi um sexto lugar. No momento, o time se mantém na nona colocação.

Já o Cruzeiro sequer soube o que é permanecer na primeira parte da tabela. A melhor colocação da Raposa em seu segundo ano na Série B foi uma 11ª colocação na sexta rodada. Oito jogos depois, o time encarou a sua pior colocação: a vice-lanterna. Somente nessas últimas rodadas que o Cruzeiro conseguiu se ver sem riscos de uma queda para a Série C.

As campanhas de Cruzeiro e Vasco dão dimensão do tamanho do desafio que é a disputa da Série B para um grande atualmente. Desde 2020, os times vindos da Série A passaram a receber o mesmo dinheiro de direitos de TV que os demais times da competição. Isso deixou a disputa mais equilibrada. Nesse novo formato da divisão, a campanha do Botafogo surge mais com uma exceção que uma regra.

Vale lembrar que até então era comum que os grandes rebaixados voltassem à elite com certa tranquilidade, como foi nos casos dos acessos de Palmeiras e Corinthians. Em 2020, o Cruzeiro tornou-se o primeiro dos times tradicionais a ficar dois anos seguidos na segunda divisão desde o Fluminense em 1997.

Isso liga um alerta para os times que estão tentando lutar contra o rebaixamento nessa reta final do Brasileirão. Do Grêmio (18º) ao Santos (12º) são apenas sete pontos de diferença e o campeonato ainda tem 12 pontos em disputa (sem contar partidas atrasadas).

Esse meio conta com cinco campeões brasileiros: Santos (oito), Athletico (um), São Paulo (seis), Bahia (dois) e Grêmio (dois). Dependendo dos rebaixados, a quantidade de títulos nacionais na Série B pode crescer ainda mais e 2022 pode ter novamente a Segundona mais concorrida de todos os tempos.