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Santos: Vila é trunfo, mas apostar só em casa contra queda é risco; entenda

Torcida do Santos ergue bandeirão na arquibancada da Vila Belmiro - Galeria Santista
Torcida do Santos ergue bandeirão na arquibancada da Vila Belmiro Imagem: Galeria Santista

Luciano Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Santos

23/11/2021 04h00

Durante toda a sua história, o Santos usou a Vila Belmiro como uma fortaleza. Graças ao desempenho em casa, o time raramente chegou às últimas rodadas do Campeonato Brasileiro lutando para não ser rebaixado para a Série B. Este ano, é diferente.

O estádio Urbano Caldeira continua sendo um grande aliado e é também a esperança da torcida, do time, da comissão técnica e da diretoria. Porém, nunca foi tão arriscado apostar suas fichas apenas na mística e no poder de intimidação do alçapão alvinegro.

Com 42 pontos, na 12ª posição do Brasileirão, o Peixe tem mais quatro jogos para confirmar sua permanência na Série A:

25.nov - Fortaleza, em casa

28.nov - Internacional, fora

06.dez - Flamengo, fora

09.dez - Cuiabá, em casa

Não há um número 100% certo, mas, seguindo o histórico do Brasileirão em tempos de pontos corridos, para uma equipe ficar tranquila, estima-se que é preciso chegar aos 46 pontos para se salvar do rebaixamento. Isso significa que bastaria vencer um jogo e empatar o outro na Vila.

Mas você já deu uma olhada no desempenho do Fortaleza e do Cuiabá fora de casa? Já reparou que ambos lutam por objetivos ainda na competição?

Veja abaixo quatro fatos que explicam por que é arriscado o Santos deixar para decidir seu futuro só nos jogos dentro da Vila Belmiro.

1. Rivais ainda buscam objetivos

Tanto Fortaleza, quanto o Cuiabá estão vivos no campeonato na busca por seus objetivos. Enquanto o time cearense luta para chegar à Libertadores, o representante do Mato Grosso pode chegar à última rodada buscando vaga na Sul-Americana ou até lutando contra o rebaixamento.

2. Times são visitantes indesejáveis

O Fortaleza está entre os melhores visitantes do campeonato. Somou fora de casa 21 dos seus 52 pontos.

Já o Cuiabá se tornou um caçula muito ousado na elite nacional, com 19 de seus 43 pontos conquistados fora de casa. E só perdeu 4 de seus 17 jogos fora da Arena Pantanal.

3. Pressão psicológica

Já imaginou se o Santos chegar à última rodada precisando vencer o Cuiabá para não manchar sua rica história com o primeiro rebaixamento?

No Paulistão, a pressão foi enorme sobre o jovem time santista, que conseguiu escapar do descenso só na última partida. Mas o adversário era o frágil São Bento. Não dá para comparar com o Cuiabá, um dos melhores visitantes do Brasileirão.

4. Ambos têm um time mais arrumado que o Santos

Deixe de lado o investimento, a folha salarial, os nomes dos jogadores. Com relação a desempenho, jogo coletivo e imposição tática, hoje o Peixe está devendo em relação a Fortaleza e Cuiabá.

Basta observar a oscilação na competição, com substituição de um técnico de ideias bem diferentes que a do sucessor —Fernando Diniz por Fabio Carille—, e algumas partidas em que o time alvinegro mal conseguiu finalizar contra o goleiro adversário —como na última, contra o Corinthians.

"Não quero que o grupo pense apenas nas vitórias dentro de casa", diz Carille.

Ciente de que a derrota de domingo acendeu de novo o alerta, o técnico santista tenta recuperar a competitividade de seu time para todos os jogos.

Afinal, como ressaltou após o clássico, os pontos conquistados fora de casa contra Athletico-PR, Atlético-GO, Ceará e São Paulo são os que colocam o time neste momento em condição de depender só de si para evitar seu primeiro rebaixamento.

"Os resultados em casa podem ser determinantes, mas os pontos que somamos fora nos dão esse direito. Só dependemos de nós, mas não quero que o meu grupo pense apenas nas vitórias dentro de casa", justificou.

Portanto, vencer o Fortaleza na quinta-feira, às 19h, na Vila Belmiro, é fundamental. Mas somar pontos na sequência contra o Internacional (no Beira-Rio) e Flamengo (no Maracanã), pode evitar um drama muito maior na última rodada do Brasileirão, contra o Cuiabá.

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