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Ex-assessor conta como a sorte ajudou Renato Gaúcho no Grêmio em 2016

Do UOL, em São Paulo

25/11/2021 15h20

Renato Gaúcho chegou para a sua terceira passagem como técnico do Grêmio em 2016 depois de mais de dois anos fora do mercado para fazer do time campeão da Copa do Brasil daquele ano e iniciar uma sequência que culminaria na conquista da Libertadores no ano seguinte com um futebol tido como o melhor do Brasil, mas a passagem vitoriosa que rendeu até estátua ao ídolo gremista poderia ter sido bem diferente, como lembra ex-assessor de imprensa do tricolor gaúcho, João Paulo Fontoura, o JP.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, JP lembra a dificuldade que o Grêmio passou logo na chegada de Renato na Copa do Brasil diante do Athletico-PR e aponta Renato como abençoado com o desfecho do confronto que teve até o goleiro Weverton, hoje no Palmeiras, desperdiçando pênalti que poderia ter selado a eliminação gremista naquela competição.

"Grêmio perde o jogo com uma falha do Marcelo Grohe, gol do André Lima, vai para os pênaltis. É uma disputa maluca, que um monte de gente erra pênalti e a última bola, e eu sou testemunha disso e faço questão de fazer uma defesa retroativa, embora o cara tenha feito também, mas não ganhou eco, que é o goleiro Weverton, que hoje está no Palmeiras. Quem assistiu o jogo pela televisão lembra de ele estar levantando a mão para bater o último pênalti e ele não pediu para bater, veio do banco através da pressão dos jogadores ao Paulo Autuori e há a troca do batedor", conta JP.

"Eu não lembro quem era o rapaz que iria bater o pênalti, já estava com a bola na mão na marca da cal.Troca, o Weverton bate muito bem o pênalti e o Marcelo pega. A partir dali tem mais uns três ou quatro pênaltis para cada lado, quando um erra, o outro erra, quando um faz, o outro faz, até que o Grêmio passa de fase. Se não houvesse isso, talvez o Grêmio não tivesse ganho quase nada, talvez a passagem do Renato teria terminado em 2016 cumprindo a missão de salvar o clube ou teria sido uma boa campanha como foi em 2013", completa.

O ex-assessor também afirma que nem Renato poderia imaginar que conseguiria o sucesso que teve em sua terceira passagem como técnico do Grêmio e que a única certeza que se tinha no momento de sua chegada é que ele faria bem ao vestiário.

"Não se imaginava, talvez nem o próprio Renato imaginasse aquele desfecho a partir de agosto e setembro de 2016. Eu, como já tinha trabalhado com o Renato em 2011 e 2013, convicção eu tinha de que o ambiente iria melhorar do ponto de vista das relações que não eram as melhores com todos os envolvidos fora o vestiário", diz JP.

"O vestiário era em perfeita harmonia, jogadores, comissão técnica e staff com o Roger. Existe um grupo de Whatsapp até hoje com essa comissão técnica. O que acontece é que o Renato, com as virtudes e os defeitos, ele é um cara abençoado em algumas coisas", completa.

Ele também fala sobre a forma como Roger Machado iniciou o trabalho que teria sucesso já nas mãos de Renato Gaúcho, pontuando o lado estudioso do ex-lateral gremista e como ele chamou a atenção com algumas mudanças logo no início até a transformação na forma de jogar do time, além de destacar

"De fato houve uma ruptura de linha de trabalho, o Roger é um cara que aposta muito no conteúdo, entanto ele estava recém-formado, digamos assim, eu fui um dos poucos que tive a chance de ser convidado para a formatura dele na época em educação física, a parte teórica latejando e ele levou isso para o dia a dia de trabalho. Concordo nesse aspecto que às vezes o dia a dia não permite que tu seja tão explicito nas suas explicações, eu conversava em alto nível com ele sobre esse tipo de coisa, mas eu acho assim que o Roger teve uma contribuição fundamental de espírito para aquele momento", diz JP.

"Acho que é o primeiro do Roger aqui na casamata contra o Corinthians, o Grêmio 3 a 0. Não lembro quem era o técnico do Corinthians, mas era um timaço do Corinthians e o Grêmio faz 3 a 0 aqui. Eu lembro de o pessoal se olhar assim 'mas como 3 a 0 se semana passada esse time não ganhava de não sei quem?'. Então, aos poucos, o trabalho do Roger foi surtindo efeito e aí eu deixo para os jogadores que trabalharam com ele falarem do quanto proveitoso foi o convívio com o Roger", conclui.

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