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OPINIÃO

Mauro: Flamengo foi castigado por achar que poderia ser campeão sem técnico

Do UOL, em São Paulo

29/11/2021 17h15

O Flamengo optou por manter o técnico Renato Gaúcho no comando do time na eliminação na semifinal da Copa do Brasil para o Athletico-PR e uma sequência de partidas ruins do time poucos dias antes da final da Libertadores, mas a permanência dele durou apenas até a perda do tricampeonato continental para o Palmeiras no último sábado (27), com a diretoria anunciando hoje (29) a saída do treinador.

No podcast Posse de Bola #182, Mauro Cezar Pereira afirma que o clube pagou caro pela arrogância de seus dirigentes, que acreditaram poder vencer a Libertadores apenas no talento individual de seus jogadores, o que não foi o suficiente diante do Palmeiras no estádio Centenário, em Montevidéu.

"O Flamengo, seus dirigentes, melhor dizendo, foram de uma arrogância tremenda quando acreditaram que poderiam ser campeões da Libertadores sem técnico, só os jogadores. Poderiam ser campeões, o Michael poderia ter feito aquele gol, mas seria algo absolutamente circunstancial e, como eu vinha falando já há semanas, a única chance do Flamengo era na individualidade", diz Mauro Cezar.

"Foi assim que empatou, combinação Gabigol e Arrascaeta, como jogou o Arrascaeta, cara que estava um tempão parado, acho até que em uma reformulação do time o Flamengo tem que usar o Arrascaeta como eixo do time e todos têm que girar ao redor dele, no sentido até simbólico da coisa, o que ele fez foi espetacular. Se recuperou, foi para o jogo, fez aqueles jogos anteriores, jogou, deu passe para gol sem estar nas condições adequadas, porque não houve tempo de ele se recuperar totalmente, e saiu extenuado de campo", completa.

O jornalista afiram que Arrascaeta conseguiu fazer uma atuação muito boa em um time que estava desorganizado e cita a manutenção do próprio Abel Ferreira no Palmeiras em momentos de dificuldade para lembrar como o Flamengo decidiu pela saída de Rogério Ceni sem um substituto do nível que o Flamengo precisaria.

"Esse foi o castigo, a arrogância, de achar que podia ganhar sem técnico. 'Ah mas o Ceni não dava mais'. Vocês lembram o que aconteceu com o Abel Ferreira em momentos da temporada em que o Palmeiras teve sequência de jogos sem ganhar e o time jogava mal, as eliminações, CRB, as derrotas para o próprio Flamengo, Defensa y Justicia, para o São Paulo, esses vários momentos em que o Abel Ferreira vinha mal? Ele não foi mandado embora", diz Mauro.

"Se o Palmeiras manda embora o Abel, coloca quem? Traz de volta o Mano Menezes? Não. Insistiram no Abel, então acho que nisso também o Palmeiras foi mais inteligente e o Flamengo foi mais arrogante, não se ganha a Libertadores sem técnico, é jogar muito com a sorte. Jogaram com a sorte e tiveram o azar de um jogador caro perder a bola por displicência", conclui,