Juventus pode ser rebaixada de novo e ter mais um título cassado
As investigações sobre crimes financeiros supostamente cometidos pela Juventus podem mais uma vez levar a equipe italiana para a segunda divisão e anular a conquista do Campeonato Italiano de 2019-20.
De acordo com o Ministério Público de Turim, que na última segunda-feira tomou um depoimento de três horas do CEO da Juve, Maurizio Arrivabene, o clube realizou investimentos além das previsões orçamentárias e outras operações "pouco precisas", incluindo o pagamento de salários excessivos.
Segundo os investigadores, o clube lançava em seus balanços ganhos de capital fictícios provenientes da negociação de jogadores, receitas que seriam de "natureza meramente contábil". As operações suspeitas totalizam pouco mais de 280 milhões de euros (cerca de R$ 1,79 bilhão) em três anos.
Se for condenada, a Juventus será punida pela associação italiana pelos direitos dos consumidores, a CODACONS, que prevê um rebaixamento automático e a revogação do título da temporada em que a equipe foi treinada por Maurizio Sarri.
A investigação analisa um total de 42 transferências realizadas entre 2019 e 2021, incluindo as que envolveram Cristiano Ronaldo, João Cancelo, Danilo, Pjanic e Arthur.
Uma das transações suspeitas é a que envolve Marley Aké, do Olympique de Marseille, por 8 milhões de euros (R$ 51 milhões), em troca da cessão pelo mesmo valor de Franco Tongya, cria das categorias de base da Velha Senhora.
Outro caso é a negociação do atacante Alejandro Márques, do Barcelona, por 8,2 milhões de euros (R$ 52,4 milhões), em troca do empréstimo com opção de permanência definitiva do meio-campista brasileiro Matheus Pereira, ex-Corinthians, por 8 milhões de euros (R$ 51 milhões).
Os investigadores acreditam que a Juventus usava a cessão de jovens jogadores por "valores fora do padrão" para esconder prejuízos. Ou seja, o clube negociava um atleta por determinada quantia, mas, para não lançar esse número no balanço, dizia que havia cedido um jogador por um montante parecido.
Até o momento, são investigados o presidente Andrea Agnelli, o vice-presidente Pavel Nedved, o ex-diretor esportivo Fabio Paratici (atualmente no Tottenham), o diretor financeiro Stefano Cerrato, o ex-diretor financeiro Stefano Bertola e o ex-dirigente Marco Re. A Juventus também é alvo do inquérito como pessoa jurídica.
A Juve já sofreu punição semelhante em 2006 pelo envolvimento no Calciopoli, um esquema de manipulação de resultados no futebol italiano. O título de 2004-05 foi retirado e a equipe disputou a Série B na temporada 2006-07.
*Com informações da Agência ANSA
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