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Santos de olho em 2022: veja os pilares do planejamento para evitar drama

Observado pelo goleiro santista João Paulo, Deyverson tenta de cabeça em ataque do Palmeiras, no clássico no Allianz Parque, pelo Brasileirão - Marcello Zambrana/Marcello Zambrana/AGIF
Observado pelo goleiro santista João Paulo, Deyverson tenta de cabeça em ataque do Palmeiras, no clássico no Allianz Parque, pelo Brasileirão Imagem: Marcello Zambrana/Marcello Zambrana/AGIF

Colaboração para o UOL, em Santos

03/12/2021 04h00

Sabe aquele supertime, com contratações de impacto que todo torcedor sonha? A menos que aconteça algo surpreendentemente, não será realidade na Vila Belmiro. O Santos já tem um planejamento em andamento para tentar evitar em 2022 os dramas que viveu nesta temporada - quando lutou contra o rebaixamento no Paulistão e no Brasileirão -, mas a ideia é ir com muita calma e responsabilidade.

A meta ainda é devolver a saúde financeira que as últimas administrações do clube minaram. Porém, depois do sufoco que passou após o desmanche do time vice-campeão da Libertadores, o Peixe vai tentar criar harmonia entre a redução das dívidas e a formação de uma equipe competitiva.

Desta maneira, o planejamento de 2022 se baseia em três pilares básicos:

1. Saúde financeira

O presidente Andres Rueda segue firme no propósito de recuperar o Peixe para depois arriscar voos mais ousados. Este é o principal foco no momento. Com isso, não vai investir alto para contratar jogadores caros.

Nesta temporada, o presidente já conseguiu renegociar ou quitar dívidas que herdou das últimas gestões e tirou o transfer ban, a punição da Fifa que impediu o clube de registrar novos jogadores no elenco.

As pendências com Hamburgo-ALE, Atlético Nacional-COL, Brugge-BEL e Huachipato-CHL foram sanadas. As dívidas trabalhistas e tributárias também foram renegociadas e parceladas, assim como os débitos com a Doyen e o empresário Giuliano Bertolucci. E ainda tem mais pela frente para resolver.

Então, a atual administração entende que equilibrar as contas ainda é o principal alicerce para um futuro mais feliz para torcedor.

2. Qualificação do elenco

O fato de o Santos não poder investir alto em contratações de grande impacto não significa que o clube não vá se reforçar. Na verdade, a temporada de 2021 serviu como lição para a direção no que diz respeito a preparação de um elenco.

Ao invés de quantidade, o Peixe vai tentar buscar qualidade. E, para isso, confia muito na percepção e nas conexões dentro do futebol do executivo Edu Dracena. É nele que está depositada a esperança de fazer bons negócios dentro da realidade financeira do clube.

Os primeiros sinais do perfil de jogador que o Santos vai buscar já foram dados. Atletas que estão sem espaço em seus clubes, com contrato perto do fim ou jovens valores que eventualmente tenham apresentado alguma virtude necessária na Vila Belmiro.

Em todos os casos, a prioridade é buscar qualidade. Desta maneira, não está nos planos do clube apresentar um pacotão de reforços. A ideia é fazer a busca certa, aproveitar oportunidades de mercado e agregar valor ao elenco atual.

A melhora que o time apresentou na reta final do Brasileirão fez também crescer a confiança em muitos jogadores, especialmente os mais jovens - Kaiky, Gabriel Pirani, Ângelo e Marcos Leonardo. Desta forma, a diretoria pensa em buscar apenas reforços minuciosamente estudados para posições carentes e que cheguem para jogar.

3. Técnico

Para que todo o planejamento do Santos fique mais perto de ser um sucesso, a direção entende que é preciso evitar mudanças no comando técnico. Desde que Cuca se despediu do Santos, no final da temporada 2020 (que acabou em fevereiro deste ano), o Peixe teve três treinadores: Ariel Holan, Fernando Diniz e Fábio Carille.

Por ter conseguido recuperar o time na luta contra o rebaixamento no Brasileirão, o atual treinador tem muita moral. O presidente Andres Rueda já declarou publicamente que gosta de Carille e confia em seu trabalho. E chegou a manifestar apoio até mesmo quando o time ainda não tinha se encontrado na competição e uma demissão chegou a ser especulada no noticiário.

Neste contexto, a tendência natural seria ele permanecer para o ano que vem. Mas ainda não há uma definição sobre o futuro do treinador, que chegou a dizer esta semana que seu empresário já iniciou as conversas com o Santos. Nesta sexta-feira, Carille vai conceder entrevista coletiva e há a expectativa de alguma sinalização sobre seu futuro.

Independentemente de quem será o técnico em 2022, a atual administração alvinegra quer evitar mudanças no meio do caminho, mesmo que haja alguma oscilação. Até por isso, Rueda aprova Carille. Entende que ele já conhece o clube, já mostrou influência positiva sobre o elenco, já passou dificuldades e teve força para recuperar a equipe na luta contra o rebaixamento no Brasileirão.

Aliás, é importante destacar que o presidente do Santos não quer um técnico pensando apenas em 2022. Quer que o treinador permaneça no cargo pelo menos até o fim de 2023, quando se encerra a sua gestão. Mas é claro que isso vai depender de resultados.

Otimismo

Caso esses três pontos sejam alcançados, a direção alvinegra acredita que 2022 será mais feliz para o santista em todos os sentidos. Saúde financeira melhorando e um time competitivo para brigar por algo muito maior do que fugir do rebaixamento.